contemplo o quadro pendurado na parede. um abismo se abrindo e sendo engolido pelo magma laranja-tocha.
há o viés que entrega e que capricha no subliminar, e aquele cheiro característico de morte certa salta da tinta descascando na ponta do quadro. imagino que, se eu pender meu corpo ao norte, vou escorregar e atravessar a pintura da paisagem, um medo voraz circulando os ossos das omoplatas.
adiante, o frio: taxidermia abraçando o gelo dos ossos, embora o magma continue a escorrer. um pavor genuíno me faz colocar as mãos para trás do corpo e me distanciar um pouco da tela.
fios de vida escorrendo pelo tempo e entrando entre as brechas do abissal, colossal e de tudo que se pode ver e tocar.
pisco por um instante. a tela evaporou e o cheiro de queimado me toma a bile.
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morte certa.
Fanfictionfios de vida escorrendo pelo tempo e entrando entre as brechas do abissal, colossal e de tudo que se pode ver e tocar. oneshot | gaeul!centric | ive @peachuuves, 04/06/2022.