Indecifrável. Um cadeado com senha de 5000 dígitos. Cabelos alaranjados que não se parecem com nada, só com ela. Olhos humildes e penetrantes. Dedicada. Sonhadora e mais um pouco. Jovem, que vai conquistar o que quiser. Nessa aposta já se foram todas as minhas fichas.
Acredita em tudo, mais do que acha que deveria. Frágil como o mais velho dos velhos. Bela como o amanhecer. Simples como o mais nobre banquete. Essa daí vai longe. Penso eu e mais quantos o plural permitir. Medos? Só de lagartixas, dinossauros e do resto.
Até queria falar que ela muito me encanta. Mas... Apenas não faço. Como a rejeição é uma velha amiga, conheço-a bem. Ou não. Como já disse, indecifrável.
Gosta das coisas que gosto e faz as coisas que faço. Muitas coisas que faço e muitas coisas que gosto. E daí? É estranho. Sempre pensei que fosse fácil. Até beijar a lona. Não é boba não. Nem um pouco. Pelo menos para o que eu ofereço. Será que seria diferente se eu fosse o outro será? Quem sabe? Como já se foram minhas fichas, nessa rodada não posso apostar. Nem nas outras.
Um dia talvez se lembre de mim e das risadas que um dia a causei. Não lembrará na minha satisfação pois esta eu manterei guardada num cadeado de 5000 dígitos. Como conquistará o que quiser, será mole pra ela. Ô menina difícil, mas que do fundo do ser, manifesto muita admiração.
Até mais, Colette.
E que seu brilho não se apague nem depois de seu último suspiro. Nem depois, depois e depois.