GANGSTA

What are you thinking?

-Tudo bem, já que não quer do modo fácil, vamos fazer do difícil! -Prensou a faca em seu pescoço, não o suficiente para cortá-la, mas o bastante para dificultar a respiração – Agora me diz, onde está? - O homem não abriu a boca- Está vendo aqui -mostrou o relógio em seu pulso- Dois minutos para as 23:00, e você tem esses dois minutos para me responder antes que minha paciência se esgote por completo e eu rasgue a sua garganta

-Eu não vou dizer nada – falava com dificuldade pela pressão em sua garganta e cuspia um pouco de sangue; o suor descia rapidamente da sua testa, escorregando pela bochecha e manchando sua blusa cinza

-Acho que não é bom discordar de alguém que está com uma faca contra sua pele, não é mesmo? - O outro nada respondeu, apenas lançou sua saliva repleta de sangue no rosto de Yoongi; seu sangue ferveu e riu sarcasticamente -O tempo acabou -Puxou a faca extremamente afiada contra o pescoço daquele homem que engasgou com o próprio sangue até a morte

Yoongi estava com raiva, não sabia o nome daquele que acabara de matar, seu interesse nele eram as informações que sabia sobre seu chefe, que por um acaso era quem comandava a gangue rival da qual Min fazia parte, precisava descobrir o que Taekwoon estava fazendo e sabia que não seria uma tarefa fácil, treinava seus homens para morrer por si e sabia que qualquer traidor teria um destino muito pior do que a morte. Leo era um homem de extrema inteligência embora Yoon odiasse admitir, não era atoa que estava no páreo entre os maiores traficantes da Coreia do Sul, isso era o que mais o irritava.

-Sabe que não deveria ter feito isso, né? Namjoon vai te matar -Hoseok apareceu logo atrás de Yoongi; colocou a luva de borracha e soltou o corpo morto da cadeira deixando que ele fosse de encontro ao chão

-Foda-se, eu faço do meu jeito, se ele quer diferente que venha aqui e coloque a mão na massa! E você não se mete, faça a sua parte e cala a porra da boca! -Limpou os vestígios de sangue alheio com o pequeno pano preto que foi entregue em suas mãos; jogou a jaqueta pesada de couro em suas costas e saiu do galpão mal iluminado

Não era a vida que queria ter quando era uma criança tola e inocente, mas foi o que o destino tinha guardado para ele, e mesmo carregado de preocupações e estresse contínuo, era o que tecnicamente gostava de fazer; simplesmente não se importava mais, era como se sentimentos não existissem, como se sua alma tivesse se esvaído de seu corpo e tivesse sobrado apenas a carcaça fria e cruel. Era movido pela força do ódio que alimentava diariamente pela morte injusta de sua mãe, condenada a bala de um fuzil enquanto simplesmente tentava proteger o filho de apenas quatro anos. Se envolveu nos esquemas do pai com apenas 12 e após sua morte, não tão diferente de sua mãe, com a exceção de que era um bastardo que teve o que mereceu, foi criado pelo pai de seu atual chefe. Nunca teve oportunidades, apenas mergulhou de cabeça na vida que tinha pela frente, simplesmente aceitou os fatos.

Subiu na moto e dirigiu-se para o lugar de sempre, um bar de esquina qualquer em um bairro periférico, não que se importasse com a espelunca, tudo o que queria era dar um tempo, se jogar em uma mesa de bar qualquer e pedir uma garrafa de cachaça barata até que se esquece seu nome e seu problemas, talvez foder alguém somente pra se satisfazer, algo extremamente carnal sem ter que se importar em lembrar o nome da pessoa no dia seguinte.

Na última semana tinha notado a presença de um garoto ali todos os dias. Min era extremamente observador, sua primeira impressão do menino foi a de alguém que tinha acabado de completar a maioridade, embora aparentemente fizesse coisas estúpidas de adolescente desde os 15 somente para manter a pose de bad boy, mas conforme os dias foram passando, sua opinião mudou, notou que ele era como a lua, distante e frio, porém tinha seu brilho próprio.

Ficou chocado com a capacidade do garotinho em seduzir alguém, sua aparência era extremamente angelical, mas frio na barriga era uma metáfora mínima para a sensação que as pessoas sentiam ao olhar seu sorriso malicioso e a expressão sedutora que carregava em seu rosto quando estava com alguém, o jeito que passava a língua em seus lábios cheinhos após virar doses e mais doses de vodca e como suas coxas fartas eram realçadas pela calça skinny preta que insistia em usar, saía com um cara diferente por noite e Min foi capaz de notar alguns hematomas em sua pele branca, inclusive alguns em seu rosto em certas noites, mas não tinha capacidade para formular uma teoria para aquilo, inclusive, nem mesmo entendia porque aquele garoto em especifico chamava sua atenção, talvez fosse o seu modo de agir.

Yoongi conversava com uma garota qualquer na bancada do bar e pretendia leva-la para casa, se não fosse pelo toque irritante de seu telefone com o nome Namjoon brilhando na tela insistentemente, revirou os olhos e levantou rudemente da mesa sem dar explicações para a garota com quem falava

[Ligação On]

-O que quer? -Atendeu com a voz carregada de tédio, já sabendo que ouviria o papo sobre as consequências de suas ações

-Que porra você pensa que está fazendo Yoongi? -Seu tom era alto e firme, mas não chegava a gritar

-Eu poderia estar fodendo agora, mas você está me atrapalhando

-Aprenda a me ouvir antes que a bala da minha arma te ensine! Você acha que pode fazer o que quiser e largar a sujeira pra eu limpar? -Yoongi revirou os olhos- Você tem que pensar antes de agir, sua irresponsabilidade atrapalha todo esquema -A garota de antes se aproximou e começou a passar suas mãos pelo corpo de Min, sua boca explorava o pescoço alheio; manteve o telefone no ouvido, não prestava tanta atenção assim no que Namjoon dizia, seu interesse maior estava nos seios que agora preenchiam uma de suas mãos - ... – Kim interrompeu seu próprio discurso – Hoseok encontrou

-Estou a caminho

[Ligação Off]

Tirou as mãos da mulher de si, deu as costas sem dizer nada e subiu em sua moto.