Após 9.378 km, meu desembarque a França foi mais cansativo do que havia imaginado. Taxistas que não falam inglês, pessoas tumultuando as ruas e muitos problemas com atrasos e filas enormes que dobravam o aeroporto. Meu coração se encontrava cheio de esperança em meio esse caos, tenho sempre que lembrar das lições que aprendi e do quão forte eu posso ser, mesmo estando com medo e me sentindo insegura. Tenho sempre que pensar que por mais as coisas estejam difíceis agora, uma hora tudo irá melhorar: FIGHTING! (Pose de vitória).
"Com licença, onde posso me hospedar?"
"Me desculpe, você pode me ajudar a encontrar um lugar receptivo..."
"Senhor, bom dia! Pode me aju..."
Não tinha a menor ideia que os franceses eram tão fechados. Fui ignorada um monte de vezes e por fim, o único jeito é realmente procurar. Um lugar pequeno, porém confortável. Perto das vilas de pâtisserie mais famosas da França. O segredo é sempre manter a calma e tentar novamente:
- Com licença, eu estou cansada da viagem, não comi direito e parece que vou desmaiar de tanta angústia. Talvez o senhor não esteja me entendendo, mas preciso de ajuda. Um lugar para poder dormir, pois amanhã começa minhas aulas e tenho que estar disposta.
Lentamente o rapaz se virou e com um olhar surpreso e um sorriso, balançou a cabeça e me respondeu:
- Tudo bem, eu estou tão perdido quanto você! Mas fico feliz em saber que encontrei alguém disposto a me compreender, afinal somos estrangeiros. Me chamo Ren Takashi. Qual o seu nome?
- Ayumi...
O olhar dele me deixou perplexa e sem graça, levando-me a abaixar o olhar e esperar uma resposta que não me deixasse tão tímida:
- Ayumi Hee... Me chamo Ayumi Hee. Então... Vamos procurar algum lugar?
- Seria indelicado da minha parte não lhe pagar um café, já que você abriu o coração pra mim, achando que eu fosse um homem francês. Entretanto, eles não entenderiam uma só palavra que você fala. Talvez não sejam grosseiros, só não compreendem. Conheço um lugar aqui perto que vendem comida coreana. Talvez isso faça você se sentir um pouco melhor.
- Obrigada, mas acho que vou deixar pra próxima. Eu realmente eu estou cansada e preciso arrumar minhas coisas.
- Ayumi, quero te levar lá porque eles são coreanos. Vão ajudar você encontrar algum lugar.
- Tudo bem, eu aceito.
Ren me ajudou com as malas e me levou ao restaurante coreano da cidade. Após um café bem quente e indicações, senti-me revigorada. Como se eu estivesse em Suwon, na minha cidade novamente, com pessoas amigáveis e dispostas a ajudar o próximo. Um pedaço da minha cidade e do carinhos da Sr. Chin, ali comigo novamente.
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Querida Ayumi
RomanceNascida em Suwon na Coréia do Sul, Ayumi busca pela identidade de seus pais, enquanto ouve história cotidianas em sua cafeteria. Entre sonhos e realidade, a jovem almeja encontrar respostas e se ver livre de tudo o que a possa aprisionar.