Apresentações entediantes

18 0 0
                                    

Toda história tem um começo.Uns interessantes como: Carta de amor aos mortos de Ava Dellaira; e Obejtos cortantes de Gillian Flynn. Outros, nem tanto. O meu enredo, por exemplo, parece aquela obra literária chata que é leitura obrigatória no ensino médio- quanto mais você ler, maior é a sonolência. Porém, já que você precisa me conhecer, aconselho que tome um cafezinho antes, de preferência bem forte para não babar nas páginas.
Enfim, meu nome é Lia Foster, tenho 19 anos e moro com a minha mãe em San Francisco, Califórnia. Não sou uma adolescente muito comunicativa e ao contrário dos típicos californianos, não consigo construir vínculos de amizade tão facilmente.
Minha mãe se chama Susan Foster, e é a única representação mais próxima de uma família que tenho. O XY que ajudou na minha "criação", cujo nome nem é relevante para ser citado, a abandonou quando descobriu que ela estava grávida de mim.
Não o chamei de pai pois foi assim que cresci, sem nem saber o que significa ter uma figura paterna para comparecer na escola nas festas comemorativas, nem para me educar quando precisei de uma voz masculina que ampliasse minha visão de mundo. Hoje isso não me faz falta alguma, mas minha infância teve marcas avassaladoras.
Todavia, tais acontecimentos não me faz de coitada, então mudemos de assunto. Aaaa, citarei outro fato sobre mim: estou cursando Artes e Design. Uns até irão pensar: nossa, que legal. Mas no meu caso não. Fui obrigada a entrar para a faculdade, embora não tenho vocação para nada além de dormir e apreciar uma boa comida. Vocação não seria o termo adequado. Talvez, falta de vontade e interesse.
Escuto um barulho na porta.
---Lia, acorda--- diz minha mãe aos gritos.
---Já acordei, senhora Susan.
E lá vou eu, levantando junto com o galinheiro, sendo que tenho habilidade para me arrumar em quinze minutos, apenas para satisfazer as vontades de uma mãe que tem paranóias com horários.
Depois de me aprontar e tomar um café da manhã reforçado, com ovos e bacon(meus energéticos matinais) pego minha bike e sigo rumo a Universidade Estadual de San Francisco.
Como sempre, isolo-me do mundo e aumento o volume do fone quando minha música favorita começa a tocar: Boulevard of broken dreams(Avenida dos sonhos despedaçados) da banda Green Day. Com meu capuz preto para disfarçar que estou escutando música ao invés da voz irritante da professora, olho para a frente e finjo estar prestando atenção na aula, enquanto minha mente se desloca para qualquer lugar que não seja aquele ambiente. No entanto, acredito que faço jus ao meu curso, logo que considero música como uma das artes mais bonitas do mundo. Talvez, essa seja uma desculpa muito mal sustentada, por isso que invento outra coisa para fazer. Não que a opinião dos outros me incomode, mas acho melhor me ocupar de outra forma. Primeiro porque minha mente me assusta, e segundo porque tenho medo dos lugares para qual ela gosta de ir.
Foi, então, a partir desse tédio e por outro motivo que revelarei mais a frente, que resolvi escrever para você, suposto(a) leitor(a).

Mente perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora