Capítulo 2

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Dias atuais

Olho no relógio e agora são exatamente 12h35 de uma segunda-feira, pensa que estou no meu horário de almoço? não, estou sentada na minha cama com um papel de desligamento da empresa onde trabalhei por quase 4 anos. Estou literalmente sem chão, e frustrada.

Eu trabalhava lá desde quando estava fazendo faculdade de administração e secretariado executivo (sim, eu fazia duas faculdades ao mesmo tempo). Sempre fui apaixonada por essa área, e sabia que quando entrasse em alguma empresa grande conseguiria realizar dois de meus sonhos; primeiro, ser uma secretária executiva por um determinado tempo e o outro era ter um cargo na superintendência do setor financeiro. Mas quando eu estava pensando que chegaria lá recebo a notícia que seria desligada, foi realmente como um banho de água fria.

- Mas filha, ele ao menos disse o motivo do desligamento? – minha mãe se senta ao meu lado

- Mais ou menos mãe, ele não quis entrar muito em detalhe, ele aparentava estar bem frustrado. Mas disse por cima que a empresa tomou um golpe de alguém do setor de financias, e que iriam entrar em processo de perícia, e foi aí que optaram em manter a empresa em home office para alguns empregados, e o restante metade foram transferidos e a outra metade foram demitidos. – digo e me deito na cama.

- E não poderia transferir você? - questiona

- Ele até tentou mãe, mas infelizmente não conseguiu, e como eu respondia diretamente para ele ficou mais difícil. O Deus o que eu vou fazer, não posso ficar desempregada. – coloco a mão no rosto

- Calma meu bem, logo mais você irá encontrar, fique tranquila. – ela me abraça – Vem vamos almoçar, aposto que você está somente com o café da manhã na barriga.  – levanto o rosto e sorrio

- É dona Cibele, você está certa. – levantamos e fomos almoçar, e ela fez fricassê de frango, e é um dos meus pratos favoritos – Meu Deus mãe, você acertou em cheio, comer essa maravilha me deu até um pingo de alegria. – falo assim que termino a última garfada – Como eu te amo mulher – deposito um beijo em sua bochecha.

Dona Cibele, oque falar dessa mulher? a segunda mãe que Deus me deu. Onde está a primeira? não faço a mínima ideia. A única coisa que sei é que fui deixada na porta de nossa antiga casa quando eu tinha apenas 2 meses! as únicas coisas que foram deixadas comigo foi uma manta, um papel com o dia do meu nascimento e um colar com um pingente de coração na cor azul. Confesso que já tentei procurar pelos meu pais biológicos, mas foi uma falha total, e com o passar dos anos acabei deixando isso de lado, já que desde sempre tive o amor que eu precisava.

Depois de ter recebido um belo par de chifres do Ezra, aquele cara não me deixou em paz por um mês, sempre pedindo desculpas esfarrapadas, e até aparecer no meu antigo trabalho ele apareceu, era um demente. Desde então resolvi que queria mudar umas coisas em minha vida, com isso; eu e minha mãe vendemos nossa antiga casa e compramos um apartamento, não era lá aquelas coisas mas era algo confortável e aconchegante. Mudei de número, apaguei e criei novas redes sociais, para ver se aquele cara saia da minha bota. E deu certo, bom até o momento deu.

Com tantas coisas acontecendo na minha vida, esqueci de me apresentar por completo; me chama Marcela Collins, tenho 23 anos, moro com minha mãe e tenho um irmão que mora na França, tenho uma melhor amiga que é pirada das ideias mas é como se fosse uma irmã, sou formada em administração e secretariado público, e atualmente sou mais uma desempregada no mundo.

Com tantas coisas acontecendo na minha vida, esqueci de me apresentar por completo; me chama Marcela Collins, tenho 23 anos, moro com minha mãe e tenho um irmão que mora na França, tenho uma melhor amiga que é pirada das ideias mas é como se fosse...

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Já se passaram duas semanas desde o meu desligamento, e até agora não tive resposta de nenhuma das três entrevistas que fiz no decorrer da semana. Mais cedo, a Becca me mandou uma mensagem informando que iria passar aqui em casa após seu expediente porque tinha algo importante a me dizer, e com isso a convidei para jantar aqui. Já são 20h11 e aquela coisa não chegou ainda. Saio de meus pensamentos ao ver o barulho da campainha, falando na criatura e ela aparece. Levanto-me e vou em direção a porta

- Que demora minha filha, viu que horas são? eu estou morrendo de fome – digo fechando a porta enquanto aquela cabeleireira loira passa por mim. Rebecca é uma das mulheres mais bonitas em que já vi na vida, ela é loira dos olhos azuis, alta, magra e com o corpo bem definido. Nos conhecemos no penúltimo semestre da faculdade e desde lá não nos separamos.

- Boa noite pra você também querida, estou bem também, obrigada por perguntar. – diz se jogando no sofá – Esqueceu que meu chefe adora me atolar de trabalho? as vezes me sinto escrava daquele lugar – me sento ao seu lado ao ouvir seu vitimíssimo

- Deixa de fazer drama, só ficou uma hora a mais do seu expediente – jogo uma almofada em seu rosto

- Quando você começar a trabalhar lá, você vai entender o que eu estou falando – franzo o cenho – Ah, isso mesmo que eu vim falar com você amiga – se arruma no sofá – Lá onde eu trabalho abriu vaga para secretária, porém não sabemos de qual pessoa que vai ser, mas a única coisa que temos certeza é que alguém vai ser demitida.

- Até agora não entendi onde eu entro nessa história Becca.

- Eu indiquei você para vaga – arregalo meus olhos – E lá eles pegam mais por indicação, sei que não é lá aquelas coisas, mas possa ser o começo de você realizar o seu sonho.

- PUTA QUE PARIU REBECCA, EU AMO VOCÊ PORRA – pulo em cima dela e a abraço pelo pescoço. Desde que me conheço por gente sempre tive uma vontade enorme de trabalhar na Miller's corporation, ela é simplesmente umas das maiores empresas de hotéis luxuosos do mundo, e o seu escritório fica aqui em Nova York, onde é comandado pelos principais CEO'S.

- Eu também te amo amiga, mas agora será que da pra você me soltar, estou ficando sem ar – a solto, e realmente a coitada estava toda vermelha - Agora sim obrigada, mas agora eu acho que vem a parte que você me mata – a encaro – A entrevista é amanhã ás 08h00, não me mata.

- Tudo bem Becca – sorrio – Não irei te matar, não agora – a abraço novamente, porém com mais calma – Muito obrigada por ter pensado em mim, obrigada mesmo.

- Não tem o que me agradecer, aliás tem sim – sorri maliciosamente, e já sei que vem merda por ai -  se você passar na entrevista, nós iremos em uma balada no final de semana e vamos encher a cara, e ai de você falar um A.

- Ok senhora mandona, não irei dizer nada – levanto as mãos em forma de rendição – Vamos jantar? estou morrendo de fome.

- Vamos, vamos, gastei demais minhas energias hoje – a encaro – Aí mulher, se você soubesse o quão é bom dar às escondidas – sorri olhando para o nada – Ainda mais com alguém que fode bem, ai ai

- Toma vergonha nessa sua cara, e vamos comer logo.

O fim da noite foi incrível, depois de jantarmos ficamos fofocando e colocando o papo em dia. Depois de certo tempo ela foi embora devido já estar ficando tarde. Assim que termino de arrumar toda a cozinha e lavar a louça, vou em direção ao quarto da minha mãe onde a mesma passou a tarde e a noite inteira deitada, nem jantar ela foi.

- Mãe? – dou duas batidas na porta e entro – Está tudo bem? A senhora nem foi jantar hoje – me sento

- Está sim filha, só estou cansada e com dor de cabeça, mas eu já tomei remédio, já já passa.

- A senhora precisa ir no médico isso sim, está assim já vai fazer uns dias, e não pode ficar se medicando sem saber o que tem.

- Eu estou bem, não precisa ir se preocupar. Se eu piorar vou ao médico, prometo.

- Ta bom, mas se não ir, vou ligar pro Bernardo, e ai eu quero ver dona Cibele.

- Nem pense nisso mocinha, agora vá se deitar, está ficando tarde.

- Eu vou mesmo - chego perto dela e deposito um beijo em sua cabeça - Descansa mãe, tenha uma boa noite, te amo.

- Igualmente meu amor - ela diz, e com isso eu saio de seu quarto e indo em direção ao meu

Ultimamente ela não vem muito bem da saúde, só que ela é teimosa e não quer ir no médico, mas nada do que uma ligação ao meu irmão não funcione.

Depois de tomar meu banho, deito e pego o celular que estava na cômoda ao lado e vejo que a Becca já mandou o enderenço e quem eu devo procurar assim que chegar.

Estou confiante.

A tentação do meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora