ꜰʟᴏᴡᴇʀꜱ ✁ ᴊᴀᴄᴇ ɴᴏʀᴍᴀɴ

009

Eu estava sozinha, sentada em um banco improvisado de tronco perto da fogueira. Meu copo já estava vazio, pela terceira vez. Pensei em levantar e pegar mais cerveja, mas antes que eu pudesse fazer isso, alguém senta ao meu lado.

-Por que está sozinha?- era Jace.

-Eu não sei. Talvez porque eu não deveria ter vindo.- digo e olho para o garoto sentado ao meu lado.

-Ele deixou você sozinha?

-Não, eu que me afastei, ele estava conversando com alguns amigos e eu vim pegar uma bebida, acabei ficando por aqui mesmo.- dei um sorriso de canto.

-Quer que eu te faça companhia? - ele me perguntou.

-Aham. Se você quiser, é claro- sorri sem graça.

-Eu quero.- sorriu pra mim e depois desviou seu olhar para a fogueira.

Derrepente a noite ficou mais calma. A presença de Jace aqui me deixou mais tranquila, eu só não sei o motivo. Tem algo que desde ontem quero perguntar a ele, então crio coragem e o pergunto;

-Por que você saiu do jogo ontem, Derrepente?- o olhei.

-Eu não queria mais ficar ali, a pessoa que eu queria beijar já estava beijando outro cara.- ele me olhou e rapidamente desviou seu olhar.

Espera. Jace Norman acabou de dizer que queria ter me beijado ontem?

-Acho que já está na hora deu ir- me levantei e sai praticamente correndo. Arg, Porque eu fiz isso?- Tchau Jace.

E a principal pergunta que não quer se calar. O que está acontecendo com a minha vida?

Eu não sou especialista mas se fosse diria que a vida quer tirar uma com a minha cara, primeiro, ela faz Nathan Baldwin confessar que sente algo por mim, agora, faz Jace Norman, o menino pelo qual eu tinha um penhasco no oitavo ano, dizer que queria ter me beijado. Eu estou começando a enlouquecer, e a ficar confusa também, tudo isso está acontecendo tão rápido.

-Hey Nate, será que você poderia me levar pra casa agora?- encontrei ele conversando com seus amigos ainda.

-Claro. Falow caras.- disse e fez um comprimento em cada um deles e depois saiu, e eu o segui.

-Me desculpa ter te tirado dos seus amigos, é que eu realmente preciso ir pra casa.

-Não está tudo bem, eu já estava pensando em ir mesmo- disse sorrindo e passou o braço pelo meu pescoço.

[...]

Já estavamos na porta de casa, e eu estava nervosa mais uma vez, agora por saber o que iria acontecer. Essa é a hora em que o rapaz leva a garota pra casa e antes dele ir embora, eles dão um beijo apaixonado de despedida. Eu sempre vi essas cenas nos filmes e sempre me perguntava se algum dia aconteceria comigo. Eu sempre torcia pra um dia acontecer. E olha onde estamos hoje.

-Bom, está entregue. Espero que tenha gostado do nosso dia juntos.

-Eu adorei. Me diverti muito. Obrigada por ter me convidado.- sorri para ele e abaixei o olhar pro chão.

Foi quando ele pegou em meu queixo e levantou minha cabeça, fazendo nossos olhos se encontrarem.

Ele se aproximou mais e selou nossos lábios em um beijo calmo. Foi rápido, mas foi bom.

-Obrigado pela companhia, tenha uma boa noite.- ele me deu um selinho e saiu, indo de encontro com seu carro. Eu observei seu trajeto e só parei de olhá-lo quando eu não tive mais visão de seu carro preto. Eu estava realizada. Finalmente algo de bom aconteceu nessa minha vida sem graça.

Mas algo estava no meio, e esse "algo" tem nome e sobrenome, Jace Norman. Eu não consigo tirar sua confissão da minha cabeça. Eu fui pega de surpresa, não esperava nem em mil anos aquilo sair da boca dele, nem nada do tipo.

E isso só me deixou mais confusa. Quer dizer, eu sempre tive algo por Jace mas eu reprimi tanto esse sentimento que ele se apagou, ou simplesmente se escondeu. E eu tenho tanto medo que ele volte a tona. Sabe, por mais que eu tenha incerteza sobre Nate, eu queria que as coisas com ele dessem certo, eu queria mesmo. Mas se eu quiser saber mais sobre isso, vou ter que esperar. E eu odeio esperar.