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Chapter 3

John estava apavorado, olhava diversas vezes para o pedaço de papel que estava em sua mão mas mesmo assim não sabia o que fazer. Como falaria com alguém que nem conhecia direito? Ou melhor, como iria agir perto dele? Não sabiam nada um sobre o outro

Salvou o contato de Sherlock em seu telefone, respirou fundo e tomou coragem para lhe enviar uma mensagem, o trabalho era para daqui dois dias então não podia ficar perdendo tempo sendo um medroso, então finalmente começou a digitar

"Oi!! Aqui é o John Watson, seu parceiro de biologia, me pediu para te mandar mensagem quando decidisse onde iríamos então aqui estou eu kkk"

Não precisou ler a mensagem mais de uma vez para perceber que ela era totalmente ridícula, então a deletou antes que pudesse ficar mais constrangedora e tentou novamente

"Oi, aqui é o john watson, do trabalho de biologia, me encontre na rua Westbourne as 16:00 horas ok? Não se atrase."

"Péssimo" - pensou consigo mesmo

Deletou novamente a mensagem e foi para sua última tentativa

"Olá, sou eu o John, da aula de biologia, pensei que pudéssemos nos encontrar para fazer o trabalho na rua Westbourne as 16:00, tudo bem para você?"

Assim estava bem melhor, enviou a mensagem e não demorou muito para que recebesse uma resposta

"Tudo bem, te vejo lá." - SH

John soltou um pequeno sorriso ao ler aquilo pois realmente não entendia o porquê das iniciais no final da mensagem já que tinha o contato de Sherlock salvo e aquilo era ao seu ver um tanto quanto desnecessário, mas resolveu ignorar.

[Londres 15:45 da tarde]

Faltavam exatamente quinze minutos para as quatro horas então John pegou suas coisas e se apressou para ir até o local de encontro, não queria dar a impressão de que era desleixado em relação a horários (por mais que realmente fosse)

Quando chegou pôde notar que Sherlock já estava lá, o que o deixou surpreso levando em conta que agora faltavam 10 minutos para as quatro horas.

"Nossa você... chegou cedo." - disse John um pouco desajeitado

"Estou aqui desde as 15:40, é um pequeno costume meu chegar adiantado, espero que não se sinta incomodado." - respondeu Sherlock

"Não, tudo bem" - comentou John

Então um silêncio constrangedor se instalou entre os dois

"A não ser que vc tenha me chamado aqui para jogar minhas coisas no chão e começar a fazer o trabalho no meio da rua, sugiro que a gente vá para outro lugar." - disse Sherlock quebrando aquele silêncio

"Ah sim sim, claro vamos" - John respondeu envergonhado logo se lembrando para onde tinham que ir

Então se dirigiram até uma pequena cafeteria que ficava logo no final da rua, não era tão movimentada, pelo contrário, o ambiente era extremamente calmo e agradável, além de cheirar extremamente bem, como se algo tivesse acabado de sair do forno

Aquilo fez Sherlock entender porque John havia escolhido aquele lugar.

"John! Como é bom te ver aqui, e acompanhado desta vez!" - disse uma senhora indo até John e lhe dando um beijo na testa, o que chamou a atenção de Sherlock

Ela tinha cabelos curtos de cor castanho claro mas se você preparasse bem, podia perceber alguns fios grisalhos. Usava um avental de cozinha e tinha um óculos pé durado no mesmo, suas mãos estavam sujas de algo, provavelmente farinha, que deixou marcas no rosto de John quando foi até ele, que limpou logo em seguida

"Obrigada Sra Hudson, é muito bom lhe ver também! A propósito, este é o Sherlock, viemos aqui fazer um trabalho da escola."

"Ah sim! É um prazer lhe conhecer Sherlock, se precisarem de algo podem me chamar!" - disse Sra Hudson enquanto se retirava do local

John e Sherlock se sentaram em uma mesa pequena no canto do estabelecimento, para se afastar do pouco movimento que ainda havia ali

"Interessante" - comentou Sherlock

"O que é interessante?" - John perguntou

"Sua relação com a dona deste lugar, algum grau de parentesco?"

"A Sra Hudson? Não, ela só muito importante pra mim, ela me ajudou quando precisava, por isso somos tão próximos."

Na verdade era mais do que isso, desde que John se mudou, Sra Hudson sempre o acolheu, ela era uma grande amiga de sua mãe então sempre que John precisava ela estava lá, seja para ajudá-lo quando estava com problemas, ou quando fugia de casa por que estava com medo

"Ah sim, entendo.... mas vamos ao trabalho, com que tema ficamos?"

"Anomalias cromossômicas" - respondeu John enquanto lia um pequeno pedaço de papel

Sherlock então pegou todos os livros que estavam na mesa e os puxou em sua direção

"O que pensa que está fazendo?" - John perguntou bastante confuso

"O trabalho! Não está óbvio ou precisa que eu desenhe?"

"Então pretende fazer sozinho?"

"E não é sempre assim que funciona?" - respondeu Sherlock voltando a atenção para os livros

"Somos uma dupla gênio, vamos fazer esse trabalho juntos!" - John falou enquanto puxava um dos livros da mãode Sherlock

"Já que insiste..." - respondeu o mais alto, um pouco desinteressado

"Não deveria me subestimar, posso ser mais esperto do que imagina..."

Aquilo fez Sherlock dar um pequeno sorriso de canto, e então foi a primeira vez que viu seu colega mostrar algum sinal de interesse ou felicidade

A tarde passou mais rápido do que esperavam, não conseguiram terminar todo o trabalho porém não ficaram preocupados, tinham ainda mais um dia para terminar o trabalho antes de que o dia de entrega chegasse, então decidiram se encontrar novamente no dia seguinte, mas desta vez na biblioteca

John chegou em casa exausto, sentia que não teria forças nem para ir até a cozinha jantar, porém tinha algo que ele precisava fazer que cansaço nenhum lhe impediria

"Alô?" - disse uma voz feminina do outro lado da linha

"Mãe? Sou eu o John!" - respondeu o garoto com um tom bem animado

"Querido! Como você está? Está tudo bem? E a sua irmã?"

"Está tudo bem mãe, não precisa se preocupar! E você como está?"

"Eu estou bem querido, não precisa se preocupar"

Depois de dizer aquilo John pôde ouvir sua mãe começar a tossir do outro lado, por mais que ela tivesse tentado abafar sua voz

"Tem certeza? Não parece que está tudo bem..."

"É só um resfriado meu bem, nada de mais. Olha, assim que melhorar estou planejando de ir gostar vocês! As coisas estão começando a melhorar por aqui"

"Isso é sério! Que maravilhoso! Eu estou tão feliz!"

John conseguiu ouvir sua mãe rir, e toda vez que a escutava rir, seu coração se enchia de alegria. Ele a amava mais do que tudo no mundo

"Acredite querido, estou tão feliz quanto você! Agora tenho que ir, está tarde e você tem que ir para a aula amanhã."

"Eu te amo mãe."

"Eu também te amo filho."

Ambos desligaram os telefones, e naquela noite John sentia que nada no mundo poderia estragar toda a felicidade que estava sentindo