Until The Sunrise - Capítulo Único

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A neve caia  suavemente lá fora, onde tudo parecia distante para alguém tão perdido em seu próprio particular mundo.

Olhos imutáveis e azuis como geleiras bisbilhotavam a superfície do chá quente sobre a mesa antes de voltar a observar as profundas mechas ruivas da jovem bruxa sentada ao seu lado.

Uma sensação fantasma de satisfação ao observar Akko em um estado tão pacífico como tal. Diana nada fez, se não suspirar, menos em frustração que Akko tenha adormecido de novo em uma de suas tutorias particulares. Uma das quais ela pediu à Diana com tanto fervor naqueles olhos que a herdeira se enxergara incapaz de recusar.

Ela não culpava Akko - Sabia que a mesma ficava acordada até tarde, lendo uma ou duas matérias que Diana por si própria recomendara.

Muito perdida em seu próprio devaneio para acordar a bruxa menor, ela a permitiu descansar.
Akko usava uma expressão profunda em seu sono, como alguém que passasse por um momento de aflição, assombrado por uma dúvida devastadora.

Diana adoraria saber o que afligia a bruxa menor em seus sonhos.
Diana estremeceu, a brisa gélida que cercava Luna Nova começando a infiltrar-se por entre as frechas da janela antiga, lhe envolvendo com sussurro frios.

O livro que escolhera - Criaturas Mágicas de Pequeno Porte - Jazia solitário sobre a mesa há muito tempo, aberto na mesma página, com sua leitura abandonada pela prodígio, distraída com Akko e seus únicos e traidores pensamentos.

A outra apoiava sua cabeça em seus braços encima da mesa, tremores adornando seus ombros, suas pálidas bochechas pintadas de um rubor sensível causado pelo clima frio que circulava seu corpo. 

A dona de olhos azuis levantou-se de sua cadeira, com muito, muito cuidado para que a madeira - Aquela com a qual nunca se importara antes - Não rangesse e a acordasse. Sua cautela também se intensificou ao caminhar pelo quarto e deslizar sua mão entre tantos cobertores para pegar seu favorito e, só então, descansá-lo sobre seu pulso.

A manta emitia essa sensação quente - Um cobertor dado por sua própria mãe, alguns meses antes de quando falecera. Ele vestia o mesmo calor que sua mãe compartilhava com Diana. O laço inquebrável do amor maternal que apenas uma mãe poderia ter para com seu precioso fardo. 

Apertando a manta entre os dedos, Diana aproximou o tecido de seu rosto - O suave cheiro do lençol lavado percorrendo as partes mais profundas e esquecidas de sua memórias, relembrando sua infância com essa inexplicável onda de euforia.
A herdeira o pôs sobre os ombros da bruxa menor, tomando cuidado para que não escorregasse de seus braços - E depois acariciando os ombros de Akko em círculos preguiçosos, tentando marcar com seus próprios dedos a textura delicada da pele dela.

Diana acariciou a bochecha de Akko. Um toque inocente, frívolo, delicado, amoroso, espalhando o calor sobre a superfície fria.
No último momento, ela quase via Akko sorrir em plena satisfação. Aquele claro sorriso que ilumina seu coração de um modo quente.

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S

uas mãos tremiam nervosamente enquanto seus dedos tocavam um no outro, seus olhos vermelhos fitando fixamente as mesmas, enquanto a outra bruxa confortava-a silenciosamente ao pentear suas mechas de cobre.

Havia esse clima agradável entre elas que pendia no ar sem necessidade de palavras. Suas respirações eram os únicos e confortáveis sons nos arredores e estavam satisfeitas com isso.

Diana penteava as mechas castanhas da bruxa menor com delicadeza, suas mãos acabando aqui e ali como fazia quando Akko estava ansiosa.
Os olhos vermelhos de Akko subiram no espelho, procurando as safiras brilhantes de Diana, aflição mal disfarçada quando seus olhares se encontraram.

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⏰ Última atualização: Feb 23, 2019 ⏰

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