Dezesseis

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P.O.V. Zayn

Quase 10 anos depois...

Me acordo de repente com as batidas extremamente irritantes na porta do meu quarto, eu só digo que ainda vou matar a Jelena de forma lenta e dolorosa, caso ela não pare de bater nesse caralho agora mesmo.

"JÁ VAI, MERDA!"

Eu me levanto e minhas mãos automaticamente seguram minha cabeça enquanto tudo gira, eu bebi muito ontem a noite, e agora estou pagando o preço. Eu mal destranco a porta e a encaro, ela está arrumada e com uma cara de quem vai me esfolar vivo.

"Eu te dou 10 minutos para se arrumar, ou eu vou partir pra agressão!"

"10 minutos? Nosso voo só sai as 2:00PM." - eu esfrego os olhos e ela bufa mal humorada.

"Já é 12:35, seu irresponsável!" - ao ouvir aquilo eu a encaro com olhos arregalados e corro pra mesa de cabeceira para checar o relógio. Ela bufa atrás de mim.

"Porra, eu não acredito que dormi isso tudo."

"Eu acredito, afinal você só sabe passar a madrugada em festas, fumando, bebendo e trepando!"

"Era uma festa de despedida! E você não foi porque não quis."

"Despedida, Zayn? Nós só vamos morar por uns meses em Nova York, por causa da agência, e sempre estamos viajando, por que fazer uma despedida se logo estaremos de volta?"

Eu a encaro enquanto tomo uma pílula para dor, minha cabeça estava martelando, e ela falando alto nesse tom irritada não ajudava.

"Eles são nossos amigos, e eu estava precisando de diversão." - dou de ombros enquanto retiro minha blusa e me dirijo só de cueca samba canção pro banheiro pra tirar esse fedor de sexo de mim. O cara de ontem era bom, não lembro o nome dele e não sei se perguntei, mas era o que eu estava precisando.

"Por favor não demora, não quero ter que discutir com ninguém porque você se atrasou, de novo!" - eu ouço ela falando através da porta e só reviro os olhos, ela era muito pontual e dedicada, às vezes cansava.

Eu e Jelena nos conhecemos na faculdade de publicidade em Londres, estávamos caminhando quando vimos um anúncio de audições para uma agência de modelos. Ela me arrastou e disse que era nossa chance de brilhar, ela passou na primeira fase das audições já que era alta, magra e muito linda. E eu passei também, mas me disseram que se conseguisse, seriam apenas para modelo fotográfico, por causa da minha boa aparência, mas com altura de 1,75m não iria para as passarelas. E tudo bem, não fazia questão, fomos muito bem e nosso contrato já dura alguns anos, ela se tornou minha melhor amiga, e quando ficamos razoavelmente famosos, e tiveram que encobrir minha orientação sexual, a colocaram como minha "namorada" através de um contrato, já que a mídia ainda era preconceituosa, mesmo nos tempos atuais.

Eu sou, ou costumava ser, abertamente bissexual, me assumi à minha família quando tinha ido para a faculdade, meu pai me expulsou de cada e minha mãe chorava, mesmo eu tentando explicar que ainda gostava de mulheres e poderia vir a ter uma esposa um dia e lhe dar netos. Mas não adiantou, eu arrumei um trabalho meio período para me sustentar e bancar a faculdade, foi bem difícil no início, mas me virei bem.

Com o tempo, minha mãe me procurou, eu não me matinha afastado, pois sempre esperei que eles me aceitassem e que pudéssemos ser uma família novamente, ela foi até meu apartamento e me chamou para um jantar, disse que meu pai estava com saudades e se sentia arrependido por me expulsar e me deixar sozinho. Eu aceitei a oferta, queria estar bem com meu pai e minha mãe, minhas irmãs nunca me julgaram e nem me viraram as costas, mas não podiam fazer nada pra me ajudar, eram crianças e não podiam desafiar nosso pai.

Coming Home (Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora