Eleanor terminou de ler um dos capítulos da bíblia e a colocou na prancha da biblioteca.
Ela entrou em seu quarto ficando de frente para o espelho e respirou fundo colocando as mãos sobre a barriga agora de sete meses.
Um sorriso emocionado escapou de seus lábios e ela sentiu uma lágrima que escorreu de seus olhos.
- Está tudo bem? - ouviu a voz calma da irmã, atrás de si.
Eleanor virou de frente para Elena que aproximou-se dela com a sobrinha nos braços.
- Sim - Eleanor sorriu levemente. - Não se preocupe - ela
ergueu a mão e acariciou os fios ruivos da sobrinha.A mãe de Angel faleceu após o parto deixando Benedict viúvo e Eleanor admira muito o irmão, pois apesar das dificuldades expostas pela vida a fé que ele depositou em Deus continuou inabalável.
- O que acha de irmos para uma lanchonete aqui perto? - sugeriu Elena animada.
- Uma ótima ideia.
- Tá certo, então vamos.
Eleanor assentiu com um balançar de cabeça.
- Você e o Henry já escolheram os nomes das minhas sobrinhas? - perguntou enquanto caminhava ao seu lado.
- Sim, mas manteremos em segredo até elas nascerem - respondeu com um sorriso travesso.
- Você quer mesmo me deixar curiosa, não é? - ergueu a sobrancelha.
- Com certeza.
Ela sentiu uma forte dor na cabeça e parou de andar no mesmo instante. Fechou os olhos e respirou fundo.
- Eleanor, está tudo bem?
- Eu não sei - ela abriu os olhos lentamente e a encarou. - É que de repente sentir uma forte dor na cabeça.
- Acho melhor entrar você não parece bem.
Contra a vontade de Eleanor a irmã fez ela voltar para dentro de casa. Ela cruzou os braços acima da barriga com os olhos fixos nela e a olhou seriamente.
- Não adianta me olhar desse jeito - Elena aproximou-se dela e entregou a sobrinha em seus braços. - Vou fazer um chá de camomila pra você.
Eleanor se sentou no chão da sala com a ruivinha em seu colo e encostou as costas no sofá.
Então enquanto a sobrinha brincava com os dedinhos ela observou pela janela o imenso céu azul.
O vento entrou pela janela tocando o seu rosto suavemente e a dor de cabeça que ela estava sentindo passou, pois através dele Eleanor sentiu a presença de Deus.
- Sei que está ficando difícil, pai, mas eu bem sei que estás no controle de tudo - ela moveu os lábios em uma oração silenciosa.
Ela sorriu abertamente e voltou o olhar para a sobrinha.
Elena apareceu na sala entregando a xícara em suas mãos e se sentou ao seu lado pegando Angel em seu colo.
- Está se sentindo melhor, irmãzinha? - a encarou atentamente.
- Sim, obrigada - ela tomou um gole do chá de camomila. - Eu sou uma privilegiada por Deus ter me dado os irmãos mais amáveis e compreensivos que eu poderia ter - colocou a xícara em cima da mesinha de centro.
- Eu também.
Sonolenta Angel fechou os olhinhos e a tia beijou a testa dela carinhosamente a envolvendo em seus braços.
Eleanor sorriu ao presenciar uma cena tão linda e por outro lado sentiu o seu coração se apertar por saber que a irmã não podia ter filhos, mas orou silenciosamente por um milagre.
🕐
Depois que Angel dormiu Elena decidiu voltar para casa, pois já estava quase na hora de Benedict buscar a filha.
Ao olhar para a linda decoração do quarto das filhas Eleanor ficou emocionada e as lágrimas escorreram pelo seu rosto.
Ela ouviu a campainha tocar e limpou as lágrimas com as costas das mãos respirando fundo.
Caminhou em passos lentos até a sala e abriu a porta encontrando o pai do lado de fora.
- Olá, querida filha - um sorriso debochado surgiu nos lábios dele.
- Pai? - ela deu um passo para trás.
- Soube que você está grávida e vim fazer uma visita - Jeremy segurou o pulso dela a impedindo de dá mais um passo para trás. - Por sua causa a sua mãe faleceu no parto e você terá o mesmo destino que ela assim que minhas netas nascerem - ele lançou um olhar frio para a barriga dela. - Você é uma tola, garota.
- Me solte, por favor - esbravejou ela fazendo ele soltar o seu pulso.
Eleanor viu o carro do marido aproximar-se e logo ser estacionado.
A porta do veículo foi aberta e ela viu Henry descer, em seguida ele o travou com a chave e apressou os passos na direção deles.
- O que faz aqui, meu sogro? - Henry olhou para o sogro com o semblante sério ao ficar na frente da esposa.
- Cuidado como fala comigo, garoto - Jeremy cruzou os braços com o olhar frio.
Eleanor desviou o olhar do progenitor e fixou os olhos no marido que estava com os punhos fechados. Ela segurou o pulso dele.
- Eu não tenho medo do senhor, meu sogro. Porque sei que minha vida e a das pessoas que amo estão nas mãos de Deus.
- Nos vemos em breve, querida filha - ele direcionou o olhar para a filha ignorando totalmente as palavras do genro. - E antes que eu me esqueça diga aos seus irmãos que mandei lembranças.
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Questão de Tempo | R O M A N C E C R I S T Ã O |
SpiritualLIVRO ÚNICO As vezes Deus coloca situações difíceis em nossa vida para que possamos entender que nem tudo é no nosso tempo. Henry sempre foi um homem viciado em trabalho e com isso deixava de lado o que realmente importava, mas foi quando ele sofr...