1º capítulo

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Acordei com aquele barulho irritante do despertador a marcar as 7:30 e lembrei-me que era o primeiro dia de aulas. Shit!! Disse eu em voz alta. 

Ahhh, ainda não me apresentei. Olá, sou a Danielle, Dani para os amigos. Tenho 16 anos, vivo em New York com os meus pais, os meus irmãos, a "governanta" e o nosso motorista. Linden, a minha mãe que passa os dias a "não fazer nada", o meu pai, Richard que tem uma enorme cadeia de hóteis por todo o mundo, a minha irmã mais nova, Hayley/Hay, de 14 anos super esperta, o meu irmão mais novo, Barney/Bar, de 12 anos que passa a vida a ver filmes e séries. Teresa é a "governanta" da casa e a senhora que praticamente me criou a mim e aos meus irmãos, e o filho dela, Phil é o nosso motorista.

Depois de tomar banho à pressa e me arranjar vestindo uns calções pretos, uma camisola de alças preta, uma espécie de camisola de rede beje XXL por cima e umas sapatilhas vans, como costumo usar, peguei na minha mochila à tiracolo e começei a desçer as escadas, quando encontrei a meio caminho, Teresa. 

- Ia mesmo agora chamá-la menina. - disse ela.

- Bom Dia Teresa, já me despachei. - respondi.

- Ainda bem, vá tomar o pequeno almoço, que eu vou chamar o seu irmão.

- Ok Teresa. - respondi sorrindo.

Cheguei à sala de jantar (onde costumamos fazer todas as reifeições) e disse "Bom Dia". A minha mãe sorriu e disse:

- Bom Dia, Danielle. Pronta para o 1º dia de aulas do 11º ano?

- Não. - respondi, e ao ver Hayley a ler um livro que pareçia ser de ciências comentei. - Mas, pelos vistos a Hayley está!

- Nem me digas nada! Este ano vou ter exames! Tenho que estudar! - respondeu a Hay.

- Descansa Hay. Estás sempre a estudar! O ano letivo só vai começar agora sim? Não te preocupes. - Disse eu, mas sinceramente acho que ela nem me ouviu. De repente, Barney entra na sala de jantar e diz:

- Como é?

- Já lhe disse que não gosto desse tipo de expressões. - repreende-o a minha mãe. Ah, ainda não vos disse? A minha mãe é daquele tipo de pessoas que tratam os filhos por você, vivem "às custas" dos maridos, deixam as governantas criar os filhos e ainda refilam por tudo e por nada. Sei que ela é minha mãe, mas a verdade é essa. 

Phil entra na sala de jantar e pergunta a Teresa:

- Bom Dia minha senhora e meninos. Mãe, a que horas os levo para a escola?

- Está pronto daqui a 10 minutos. - responde Teresa.

- Concerteza. Com a sua licença, minha senhora e meninos. - responde ele ao sair da sala calmamente. Já eram 8:30. A escola começava às 9:00 e com o trânsito todo convinha sair de casa, sempre 20 minutos mais cedo, apesar da viagem demorar 5 minutos sem trânsito. 

Quando chegámos à escola, fui logo ter com os meus amigos para matar saudades, pois alguns deles não os tinha visto desde o fim do 10º ano. A Diana, Di, (como eu e muitos amigos meus a chamamos) é a minha melhor amiga e quando a vi abraçei-me logo a ela apesar de termos passado as férias quase todas juntas, como sempre, nas férias de Verão costumamos ir a festivais e passamos 1 mês em casa das nossas avós paternas nos Hamptons. É sempre muito divertido passar as férias com ela. 

Depois do 2º tempo de aulas, vimos passar o novo rapaz na escola. Ele era mesmo giro, como tinham dito. A Di empurrou-me contra ele e os nossos livros que levavamos caíram, tal e qual como aconteçe nos filmes. Ele apresentou-se como Sack Ryan e convidou-me para irmos tomar um café depois das aulas. A Di ficou super feliz por mim, apesar de eu não estar assim tão interessada nele, só o achava giro, mais nada. 

Sack levou-me para o MacLaren's, ao conselho de um dos meus amigos, o Charlie, pois era o Pub onde nós nos encontrávamos a maior parte do tempo. Eu pedi um batido e ele pediu uma cerveja. Conversámos durante 1 hora e até o achei interessante. A seguir ao tal café, despedimos-nos com um beijo na bochecha e eu fui ter com o meu pai ao escritório dele.

Mal a secretária pessoal dele, Anne, me viu a sair do elevador foi logo avisá-lo. Ele veio ter comigo e fomos dar um passeio pelo Central Park, pois eu queria falar com ele.

- Pai, porque não andas a ir a casa. - perguntei eu.

- Oh querida, eu vou a casa todos os dias.

- Pois vais, mas é ás 6:00 e sabes que a essa hora toda a gente está a dormir, pelo que a mãe diz, tu vais ao quarto, tomas banho, trocas de roupa e voltas a sair. 

- Eu sei, desculpa.

- Oh pai não digas desculpa! - disse eu indignada. - Se eu não marcasse estas conversas contigo nós nem sequer nos víamos. Desculpa perguntar isto, sei que não devo mas... Tu andas a trair a mãe?

- O quê? Não, claro que não, querida. Eu e a tua mãe podemos não gostar verdadeiramente um do outro, mas eu não ando a trair a tua mãe. 

- Então onde é que andas a dormir? 

- Eu só em New York tenho 10 hóteis, acho que o sítio onde ando a dormir não é problema. - respondeu o meu pai.

- Pai, por favor, volta para casa. Eu, o Bar e a Hay precisamos de ti, por favor pai. 

- Tens razão filha, desculpa, vocês são mais importantes. Eu vou voltar para casa ainda hoje. Só vou ao escritório buscar algumas coisas e tratar de uns assuntos e volto logo para casa, queres que eu te vá por a algum sítio ou assim?

- Não pai, eu vou andar um bocadinho e depois talvez apanhe um táxi para casa.

- Ok filha, se precisares de mim já sabes, adoro-te. - disse o meu pai enquanto me abraçava.

- Também te adoro pai. - disse eu sorrindo.

Enquanto andava pelas ruas de New York, um rapaz veio contra mim com um café super quente e o café espalhou-se pelas minhas roupas ao mesmo tempo que me queimava ligeiramente a pele. 

- Então!? - disse eu indignada.

- Desculpa, desculpa, está a queimar? - respondeu uma voz masculina.

Sun and RainOnde histórias criam vida. Descubra agora