Tentei ir atrás dele mas ignorou-me por completo.
Cheguei a casa, peguei numa taça de gelado e fui para o quarto. O resto da minha noite resumiu-se a comer imenso gelado e a chorar pois eu gostava verdadeiramente dele. O meu pai chegou ao meu quarto, viu-me naquele estado e perguntou:
- Que se passa filha?
- Nada pai.
- Passa sim, eu conheço-te muito bem.
- Já te aconteceu gostares muito de alguém e esse alguém gostar muito de ti mas não poderem estar juntos?
- Já. Mas qual é o problema que vos impede de estar juntos?
- Ele diz que por eu ser rica e ele não, quando o conhecer vou-me desiludir e ele quer impedir isso.
- Por que razão te haverias de desiludir só porque ele não é tão rico?
- Sei lá, pergunta-lhe a ele. – Disse eu começando a chorar.
O meu pai abraçou-me e ficamos assim durante um bocado.
- Tu gostas mesmo dele não gostas? – Perguntou o meu pai.
- Sim, muito.
- Então vai atrás dele.
- Não dá pai. Só sei o 1º nome dele.
- Então como o conheceste?
- Ele deitou-me café a ferver para cima. – Disse eu a sorrir.
- O quê? Conta-me melhor isso. - Disse o meu pai ao mesmo tempo que se tapava com a minha manta como que prevê-se ficar ali durante um tempo.
Ainda era cedo quando eu acabei de lhe contar tudo então ele decidiu telefonar à Diana/Di (minha melhor amiga) para vir dormir comigo pois ele achava que eu estava demasiado triste e precisava dela para me animar.
Quando ela chegou a minha casa trouxe com ela duas caixas de gelado e mais colheres. Quando a vi chegar ao meu quarto com aquilo ri-me e ela disse:
- O teu pai sugeriu gelado de menta e de chocolate.
Levantei-me da cama e abracei-a. Fomos vestir os pijamas e sentámo-nos na cama a comer os gelados ao mesmo tempo que eu lhe contava tudo.
Passado cerca de meia hora, ao fim de lhe ter contado tudo ela perguntou:
- Porque é que no outro dia não me tinhas contado nada?
- Achei que ias ficar desiludida por eu não ter dado tanta atenção ao Sack depois de sair com ele.
- Oh Dani! Eu sou a tua melhor amiga achas que eu algum dia iria ficar chateada contigo por causa disso?
- Sei lá.
- Nunca sua doida! – Abraçámo-nos.
De manhã o despertador não tocou e quando acordámos já eram 8:30, ou seja aquela hora já devíamos estar a sair de casa e demorávamos pelo menos uma hora a arranjarmo-nos as duas. Como já era tarde e eu não estava muito bem, falámos com o meu pai e ele permitiu que naquele dia não fossemos à escola. Nem telefonámos aos pais dela a avisar, pois eles estão sempre fora da cidade e sinceramente parece que nem querem saber dela. O meu pai telefonou ao diretor da escola a dizer que nós as duas não íamos pois eu tinha apanhado uma constipação e tinha pegado à Di. O Diretor como é amigo do meu pai compreendeu. Passamos o dia todo de pijama a ver filmes para rir e a comer gelado, pipocas e cereais. Foi muito bom ter comigo a Dani no momento. Eu estava mesmo triste.
Passado uns dias, apesar de ainda não ter esquecido o Tyler, decidi falar com o Sack.
Cheguei à escola e vi o Sack ao longe, então fui a correr e chamei:
- Sack!
Ele ouviu, parou e quando eu cheguei ao pé dele, ele disse:
- Que foi?
- Eu preciso de falar contigo.
- Diz.
- Pode ser num sítio mais privado?
- Ok.
Vimos uma sala vazia e fomos para lá. Quando chegamos lá com a intenção de falar, beijei-o. Ele disse:
- Não estava à espera.
- Nem eu. – Voltei a beijá-lo, desta vez com mais força e acabamos por “curtir”.