HEALER

SUSPEITAS

Parecia a voz de uma mulher de repente surgiu o fogo e estava por todo a parte do carro, entrei em pânico não consegui ver mais nada além das chamas que estavam cada vez mais altas e intensas, procurei formas de sair do carro sem que tivesse de passar pelo fogo e por mais que pensasse não via alternativa alguma e foi então que ouvi alguém a gritar o meu nome várias vezes e despertei.

- Já passou querida, já passou... foi só um sonho!

Estendeu a mão para que eu a segurasse, segurei .

- Tinha fogo, muito fogo tio...

Estava a tremer sentia que enlouqueceria a qualquer momento se isso não parasse

Saí do carro, o meu tio segurou-me forte para que eu não fosse parar ao chão e quando passámos  pelo jardim tive a impressão que não aguentaria isso por muito tempo, era muita doidera para uma só pessoa, agora imagina todos os dias.

Entramos em casa levou-me para a sala, a minha tia cobriu-me com uma mantinha rosa e colocou-me sentada no sofá.

- Beba um pouco de água

Recebeu o copo ao meu tio os olhos da minha tia estavam cheios de lágrimas e as mãos dela tremiam tanto quanto as minhas. Ela precisava mais daquela água do que eu!

- O fogo, tinha fogo...o fogo...

Eu parecia estar nalgum tipo de transe, hipnose, sei lá... Eu não estava bem.

- Tudo bem querida, estou aqui calma...

Eles olharam-se e voltaram a olhar para mim. O meu tio teve que abraçar a minha tia por que ela estava pior que eu, não importava o quanto eu sofresse ela sempre sofria o dobro.

Eu mal conseguia respirar estava muito agitada, sentia muito calor como se realmente tivesse estado fisicamente no meio daquele fogo, processar o sucedido estava a ser complicado demais para mim só conseguia pensar duas coisa:

1- Eu estava a enlouquecer!

2- Eu já estava louca!

- Você está a suar demais  deves estar com febre

Limpou o rosto e ajoelhou em frente de mim, segurou a minha testa para sentir a minha temperatura

- Está tudo bem tia, só preciso descansar um pouco

Eu precisava mantê-la calma, não fazia bem a nenhuma de nós duas tê-la naquele estado

- Está bem!

Abraçou-me e senti as lágrimas dela caírem nas minhas costas, embrora eu não fosse biologicamente dela eu era a filha dela.

Ajudou-me a levantar e levou-me até ao meu quarto, logo que ela saiu entrei no chuveiro com a roupa toda e fiquei ali até sentir que a água estava a ficar fria. Não tinha forças para chorar e por que eu choraria? Pela minha insanidade?  Saí do chuveiro e fui preparar-me não podia dar-me por vencida, eu não era assim!

Coloquei uma calça jeans, moleton preto e tênis, resolvi ir mais cedo ao trabalho não precisava arrumar-me muito para ir trabalhar além disso não tinha disposição para nada que não fosse cantar.