Transformação

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"Vamos lá Peter, aja com naturalidade, você consegue" pensei comigo mesmo. Enxaguei o meu rosto e me encarei mais uma vez no espelho, eu sinto que cada segundo parece um ano. Mal sabia eu que, naquele dia, falar com uma garota seria o menor dos meus problemas.

- Peter, você vai se atrasar!

- Já vou, Tia May!

- Vai precisar de carona?

- Não, eu pego o ônibus!

Quem sou eu? Bom, você quer mesmo saber? A minha história não é pra quem não aguenta emoções fortes, se disseram que é apenas um cara comum e despreocupado, mentiram. Mas eu garanto, como toda história que se preze é por causa de uma garota. Quem é essa garota? Gwen Stacy, minha melhor amiga desde a infância.

- Peter!

- Já vou!

Depois de mais uns dois ou três gritos da tia May, eu desci e fui em direção ao ponto de ônibus. "Não precisa ficar nervoso Peter, você fala com ela todo dia, é só mais um dia normal" eu passei a manhã inteira repetindo isso pra mim mesmo. Entrei no ônibus tremendo, o nervosismo tomava conta do meu corpo. Ela estava lá! Terceira fileira, olhando pela janela. Ajeitei meus óculos e fui sentar ao lado dela.

- Oi, Peter!

- Oi, Gwen! Falei gaguejando enquanto ela me olhava.

- Tá tudo bem? Você parece meio nervoso.

- Tá! Eu só estou ansioso pra conhecer o laboratório.

- Ah! ok.

Depois de um tempo evitando olhar para o rosto dela, o ônibus parou, havíamos chegado ao laboratório.

- Vai tirar algumas fotos? Gwen me pergunta sorrindo.

- Sim, o pessoal do jornal da escola me pediu algumas.

Quando entramos no laboratório, eu descobri o paraíso, algo que eu sempre sonhei em ver. Toda a tecnologia que um dia eu sonhava em trabalhar. Depois de uns dez minutos olhando toda aquela tecnologia, eu me dei conta de que havia um guia com a minha turma.

- Ai, eu perdi muita coisa? Alguém perguntou atrás de mim.

- Harry! Por que chegou atrasado? Perguntei ao meu melhor amigo.

- Meu pai resolveu me dar carona, tive que esperar ele terminar a ligação primeiro.

- Silêncio ai atrás! Disse o professor, eu e Harry nos entreolhamos e abafamos o riso. Harry Osborn era o meu melhor amigo  desde a infância, nós sabemos tudo um sobre o outro. Inclusive sobre as pessoas que nós estamos apaixonados.

- Já falou com ela? Ele disse num tom baixo para que só eu ouvisse.

- Eu ia falar no ônibus, mas eu travei.

- Cara, não é a coisa mais difícil do mundo.

- Você demorou uma semana pra ir falar com a Liz!

- Isso é diferente, Peter.

Quando o grupo continuou andando, eu percebi que a Gwen ficou para trás, observando algumas aranhas em pequenas vitrines. Harry me empurrou para frente, em menção de ir falar com ela.

- É estranho não? Ela me perguntou quando eu me aproximei.

- As aranhas?

- Sim, elas são experimentos.

- Parece legal.

- Tá faltando uma. Ela disse aproximando o rosto das vitrines.

- Gwen, tem algo que eu preciso te falar. Eu disse ignorando a fala dela.

- O que é? Ela perguntou virando o rosto e me encarando.

- Posso tirar uma foto sua pro jornal da escola? Novamente meu nervosismo tomou conta. De longe, eu só pude ouvir Harry batendo em sua própria testa.

- Ah, claro! Ela disse com um tom de surpresa na voz.

Eu tirei a câmera da minha mochila e apontei para Gwen, que respondeu com um sorriso. Após algumas fotos, eu larguei a minha câmera, que teria caído se não estivesse presa ao meu pescoço. Uma dor lancinante tomou conta da minha mão. Uma aranha havia me picado, em um milissegundo depois, eu comecei a gritar. Eu caí, minha visão ficou turva, então eu desmaiei.





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