Prólogo

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Voltorus encarou o inimigo a sua frente, sem temer por um segundo, o bravo guerreiro segurou firme sua espada e se preparou para a batalha decisiva. A seu lado, seu companheiro parecia um pouco aterrorizado com a aparência assustadora do oponente.

- Não se preocupe! - Esbravejou o guerreiro Voltorus. - Enquanto eu possuir estes punhos, nenhum mal prevalecerá nestas terras!

E neste momento você já deve estar pensando: "mas que droga é essa?". Sim, meu caro leitor, estou falando de você mesmo. Afinal, quem é Voltorus? Quem fala dessa maneira tão absurda? E ainda, o que está acontecendo? Pois caso não tenha percebido ainda, essa é uma daquelas histórias que se inicia contando o fim e depois retorna para o início. Confesso que penso que a pessoa que inventou este estilo de contar histórias foi genial. Mas sinceramente, todo mundo utiliza isso atualmente... então nossa história já começa com um grande clichê. Porém, eu sou apenas o narrador, qualquer reclamação que você tiver, e terá, entre em contato com o escritor. Como você vai fazer isso? Não faço ideia. Agora é hora de voltarmos ao inicio da história...

Me desculpe por isso.

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A história se passa na terra de Zalpotus, durante a estação de Xumos de gelo no ano de 530. Os Xumos de gelo são criaturas gigantescas que vivem no noroeste de Lionam, no reino de Tacindra, em geleiras tão frias que você espirraria só de pensar em ir lá. A estação mais fria do ano foi nomeada em referencia a estas criaturas do gelo.

Apesar de ser a estação mais fria do ano, em Zalpotus o frio não é tão intenso. Se você ouvir a sua avó e vestir aquele casaquinho antes de sair de casa, com certeza você não passará frio. Zalpotus, em plena Xumos de gelo tem um clima bem agradável.

Agora sobre a história, ele conta sobre.... bom, na verdade é melhor você descobrir lendo. Mas há um detalhe, eu não gostei muito do nome que o escritor deu a ela, por tanto, resolvi chamar de outra maneira. Eu a chamo de....


Depois de muitos dias de viagem, finalmente aquela embarcação gigantesca estava chegando a seu destino final... Zalpotus. Zalpotus é uma ilha localizada exatamente do centro de Lionam, e quando digo exatamente no centro é exatamente no centro mesmo. Ela não fica nem mais ao norte, nem mais ao sul. Ela não está no oriente, tão pouco no ocidente. Ela está no centro. E esse fato na verdade é muito importante, pois por estar exatamente no centro, ela acaba tendo um clima único. E graças a esse clima, a ilha de Zalpotus é o único lugar no mundo onde é possível plantar as valiosíssimas batatas reais. Agora você deve estar pensando enquanto boceja: "Mas o que isso tem de especial?". Pois eu lhe digo meu caro leitor, isso tem tudo de especial.

As batatas reais são atualmente o terceiro alimento mais valioso do mundo de acordo com a pesquisa dos especialistas em alimentação da cidade de Quintus. As batatas estão atrás apenas dos bifes de Zetouros e do arroz de Quintus. É um pouco estranho, o alimento mais valioso pertencer a cidade que avalia o valor dos alimentos não acha? Quando questionados sobre isso, os especialistas em alimentação da cidade de Quintus sempre respondem que mudarão o valor do arroz de Quintus se alguém conseguir fazer um arroz melhor para eles provarem. Coincidência ou não, todos os especialistas em alimentação da cidade de Quintus dizem ser alérgicos a arroz e portanto não poderão provar nenhum arroz. Uma pena.

O valor das batatas não está relacionado ao sabor, e sim a sua raridade. Elas podem ser cultivadas apenas em um clica específico, que ao redor do mundo está presente apenas da primeira semana antes do Xumos de gelo. Porém em Zalpotus, está presente o ano inteiro.

Pois é justamente por conta das batatas reais que a ilha de Zalpotus prosperou a ponto de se tornar uma das mais ricas do mundo. A exportação de batatas é a fonte de renda número um da ilha. Parte disso se dá pela exportação de batatas ser a única fonte de renda da ilha. Na ilha de Zalpotus os cidadãos trabalham apenas para cultivar batatas reais, qualquer outro tipo de trabalho é considerado ilegal. Então, se um Zalpotense decide fabricar espadas, ele deve doar essas espadas. Pois se vender, será considerado um criminoso. Todo o comércio da ilha de Zalpotus funciona da seguinte maneira: não compre nada, não venda nada, não lucre nada. Então você me pergunta: "Mas então como os comerciantes sustentam suas famílias?". E eu lhe respondo, ajudando no cultivo de batatas. Pelo que você já notou, a palavra batata será repetida várias vezes nessa história, então caso não goste dela, acostume-se ou desista de ler. O rei lucra muito dinheiro com a venda das batatas - olha elas ai de novo - e parte do dinheiro é usado para comprar mantimentos que são doados ao povo que trabalha para o cultivo das mesmas. Roupas, camas, armas... enfim, tudo que não for batata, é comprado pelo reino e doado as cidadãos. Obviamente a maior parte do dinheiro permanece com o reino. Isso porque como qualquer pessoa sabe, o rei merece ser mais rico que seu povo pelo simples fato de ter nascido na família real. Algo que faz total sentido, se pararmos para analisar.

O Malfeitor da Iha das BatatasWhere stories live. Discover now