A origem das nuvens

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            Havia um cavaleiro que cavalgava pelos campos de seu reino. Sua missão era verificar os limites do reino, procurando e o livrando de quaisquer perigos.  Então, após muito cavalgar, desceu de seu cavalo e sentou no alto de um monte para descansar. Ele pegou seu cantil e levou aos seus lábios, se hidratando, até que, de forma repentina, lhe apareceu uma imagem misteriosa e desconhecida, às bordas da floresta.
             Ela era como uma neblina preta encapuzada com um manto marrom. A figura lhe questionava por que ele estava naqueles lados do campo, próximos à floresta e alertou perigo. O cavaleiro, de forma rude e arrogante, respondera para a imagem que estava em serviço. A criatura novamente o alertou de grande perigo e lhe disse para não confiar em seu orgulho, e o cavaleiro, desdenhando, falou que sabia o que fazia e a mandou voltar para casa, sem o atrapalhar. Assim, ele se afastou. Então, a misteriosa criatura se irou de tamanho modo que veio a revelar sua verdadeira aparência. Sua pele era de lava, suas vestes eram como um rio, seus pés de barro e sua cabeça era uma assustadora caveira.
              O moreno cavaleiro quase foi levado ao chão por seu cavalo, assustado pela medonha transformação. A criatura ameaçou a lhe dar o pior dos castigos, devido a sua arrogancia e seu orgulho. O cavaleiro se ajoelhou ao chão em choro, clamando por perdão. Fez grandes promessas para atingir a misericórdia da misteriosa criatura. Vendo o cavaleiro vencer seu orgulho ao suplicar-lhe, a figura ofereceu liberdade e pureza. Mas, para isso, ele teria que, com bondade e humildade, trazer-lhe 7 objetos
         O primeiro eram raízes de um jovem salgueiro. O segundo, era o fígado de um coelho. O terceiro, pedras azuis e brilhantes de um riacho. O quarto eram as asas de um pequeno canário. O quinto, brasas de uma fogueira ainda aquecidas. O sexto eram pétalas de um girassol ao pôr do sol. E o sétimo, a capa de um comerciante de frutas.  O cavaleiro tomou seu cavalo e começou sua busca pelos objetos.
              O vento batia em seu rosto e balança levemente seus cabelos castanhos. Começou a sentir um leve frio, pela baixa temperatura misturada ao vento. Ele corria pela grama, observando os arredores em busca do primeiro objeto. O sol já ocultava sua luz e a lua mostrava a sua. As aldeias ficavam iluminadas por tochas. O corpo do cavaleiro estava azulado pela lua. Depois de muita procura, encontrou uma enorme e alta árvore. Suas folhas arrastadas no chão em contraste com azulado luar formavam uma bela imagem. Então, ele desceu do cavalo e se aproximou lentamente da árvore. Com um machado em mãos, foi limpando seu caminho dos galhos com os braços. Perto das raízes da planta, entrou em ação. Começou abater com força na madeira e no chão, tentando encontrar as raízes. O cavaleiro batia e batia, produzindo um barulho intenso e grave, que afastava as aves dali. As folhas caiam em suas costas e seu pescoço. Após bastante tempo lutando contra a rigidez e força do salgueiro, este foi derrubado ali, mostrando suas raízes a quem as procurava. Ele as pegou e subiu em seu cavalo, voltando ao castelo para dormir e continuar sua busca no próximo dia.
              O dia amanheceu gelado. O cavaleiro acordou com o Sol exibindo seu brilho. Ele tomou suas grossas vestes junto de seu cavalo e se foi para continuar sua procura. Ele trotava devagar observando as aldeias. Alguns comerciantes e trabalhadores saiam de suas casas para começar o longo dia. Ao ver uma cinza fumaça, o cavaleiro se aproximou de um conjunto de casas. Então, ele chegou até uma fogueira já apagada, mas ainda aquecida. Colocou suas luvas de ferro e pegou uma brasa, guardando em um pote também de ferro. Desta forma, seguiu seu caminho.
          Depois de correr um pouco com seu animal, chegou em um riacho perto de uma pequena floresta. Ali, o cavaleiro pôde ver um pequeno pássaro se hidratando. Então, amarrou seu cavalo em uma árvore e foi lentamente para perto da ave. Já próximo o suficiente, este puxou uma faca e cravou-a no peito do animal, o matando. Com isso, ele conseguiu pegar as asas da ave. Vendo também um pequeno brilho azul no córrego, apanhou algumas pedras azuis.
          Aproveitando  o local, o cavaleiro atravessou as águas e adentrou o conjunto de árvores e planta. Ele andava curvando a passos curtos, se escondendo em arbustos, até que ouviu um pequeno barulho entre folhas. Havia uma pequena bola cinzenta ali. Enfim, percebeu que o que estava ali era um pequeno coelho e, portanto, se atirou nele para capturá-lo. Depois disso, o abriu, puxando seu fígado para fora. E assim, subiu em seu cavalo e seguiu sua busca.
          Correu até um grande campo repleto de flores. Dentre elas, haviam girassóis, dos mais belos. Perto deles, o cavaleiro deitou-se esperando o sol baixar mais um pouco. Enfim, depois de certo tempo, ele colheu pétala por pétala de um lindo girassol, deixando somente o miolo. E, com a noite chegando, trabalhadores voltando às suas casas e comerciantes desmontando suas barracas, o cavaleiro subiu em seu cavalo e se foi para uma aldeia comercial. Na espreita, ele seguiu um idoso comerciante de maçãs. O observando, esperou ele deitar e dormir, e assim, pegou sua capa.
          Com todos os 7 objetos em sua posse, a criatura reapareceu em uma negra fumaça. O cavaleiro, esperando reconquistar sua liberdade, entregou-os à criatura. Esta, por sua vez, o condenou por suas terríveis ações. "Como pôde matar um indefeso coelho? Por que matou um jovem salgueiro? E por que brutalmente tomou a vida de um girassol para si? Como podes arrancar as asas de uma ave simples e inocente? Fizestes isso tão somente para se poupar e para seu próprio bem! A terra te condena e te enoja!". Desta forma, o cavaleiro foi tranformando numa fumaça branca e pura que foi levada aos céus. A criatura, porém, deu pureza à ele, o condenando à suportar todas as maldades dos homens e as descarregar em choro. E foi assim que surgiram as nuvens e chuvas.

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