Prólogo

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A vida é recheada de surpresas, destino, romances, rumos e tragédias  sempre são indefinidos e questionáveis. Isso é a que deixa mais incrível a cada dia e mais digna de aproveitar. Mas o que é vida para um simples adolescente? A juventude ainda bate na porta com seus devaneios. O caro leitor deve estar pensando, que linguagem é essa? Não entendo nada do que este jovem está falando. A linguagem nunca foi algo que me favoreceu mas apenas uma forma de me expressar, mas acho que está na hora de começar a história deste que vos fala.

Sempre morei na mesma casa desde o meu nascimento, e isso me fez ser muito querido pela minha rua, conquistando as pessoas pouco a pouco com um jeito otimista que fazia qualquer vizinho ter raiva de mim. A minha mãe me contava que quando eu tinha 5 ou 6 anos e  fiz amizade com Kaio transformamos a rua da Liberdade em um verdadeiro inferno, vivíamos correndo e jogando bola nas casas alheias e quando a situação ficava feia, nos escondíamos nas árvores perto do bosque, que saudades do bosque, o mesmo que agora se tornou um centro urbano, cheio de lanchonetes, praças e lojas. Porém as lembranças daquele lugar ainda permanecem vivas tanto comigo quanto com Kaio.

Por falar nisso, acho que devo falar um pouco de Kaio Messarco. O conheci com 5 anos, como já havia dito, e sempre me mostrou confiança diante de tudo e todos, tinha um ótimo jeito com jogos, especificamente o handebol, talvez isso tenha favorecido para o seu físico desde criança, sempre foi ágil e brincalhão, além de sempre mostrar a beleza de cada vida. Embora não demostrasse, Kaio sempre foi um menino muito sentimental e eu era o único que conhecia esse lado, por baixo dos cabelos ruivos e daquelas sardas "fofinhas" como diziam muitas garotas, já tinha muita lágrima que foi caída dos seus belos olhos mel. Talvez seja isso que tenha nos aproximado, o mesmo sentimentalismo. Lembro ainda perfeitamente como nos conhecemos, minha mãe tinha me pedido para comprar pão, e para eu não perder a maratona do meu desenho favorito de infância, Scooby Doo, sai correndo desesperado, nem lembro se tinha fechado o portão, e enquanto corria afobado, esbarrei em um menino que estava parado no meio da calçada, um menino ruivo e que estava olhando para o chão imóvel. Passei pelo ruivo tão rápido que o mesmo tropeçou e caiu.

 - Você enxerga? - disse o ruivo para mim.

 - Claro, nitidamente não sou cego.

- Então deveria aprender a ver, pois acho que não consegue fazer isso.

- Você estava no meio da rua como uma barata tonta que pensa nas suas amiguinhas, se derrubei você não foi por mal.

- Quem é você para falar que sou uma barata? Parece um cabrito correndo, ao contrário de certas pessoas sei olhar para onde estou indo e reparo nas coisas.

- Cabrito? Quero que repita pra eu te mostrar quem é o cabrito.

- CA-BRI-TO.

Nessa hora eu pulei na direção daquele ruivo derrubando- o no chão por completo. Peguei a gola da sua blusa e comecei a puxar para cima para forçar no chão o seu pescoço, enquanto isso o garoto ruivo mexia as pernas e tentava cobrir os meus olhos.

- O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? - disse uma voz.

Nessa hora assim que eu levantei os olhos, estive diante de uma beleza formidável. Era a filha do melhor amigo de meu pai, Roseta, a garota mais linda que tinha visto naquela idade e aparentemente não fui o único que ficou encantado com a beleza daquela garota.

- ANDEM, RESPONDAM!

- Esse idiota de cabeça de fogo me chamou de cabrito - falei saindo de cima do menino.

- Você me empurrou!

- Já falei que foi um acidente, além de maluco é burro também?

O garoto ameaçou a me jogar no chão, mais logo que deu o primeiro passo foi interrompido pela linda menina de tranças.

- PAREM! Vocês me atrapalharam, caso não vejam eu moro nesse quintal e estava fazendo uma festa para as senhoras Hanna e Elisabeth.

- Deveria voltar para as suas bonequinhas então - falou ruivo num tom de deboche.

- Por que então se meteu em coisas de menino - falei rindo - não vai querer manchar seu belo short certo?

Em um rápido movimento, a menina esticou a perna para girar as minhas, colocando ela no meio delas e impurrando-as para a direção horizontal. Nisso pegou meu braço e colocou atrás das costas e me jogou no chão ainda segurando meu braço, me dando uma dor indescritível, como se fosse quebra-lô, além disso, enquanto meu corpo estava no chão, ela colocou seu pé nas minhas costas facilitando para sua posição agachada.

- Ainda acha que não quero manchar meu short? - e me soltou - e você? Ainda concorda com o seu amiguinho aí?

- Não e ele não é meu amigo - falou o ruivo colocando as mãos para trás do corpo e as cruzando.

-  Levanta daí colega, se não são colegas, serão agora - disse a menina olhando para mim.

Eu me levantei com o braço um pouco dolorido, porém não tirava os olhos da garota.

- Façam as pazes.

Eu e o ruivo nos olhamos. Ele revirou os olhos enquanto eu bufei e olhei para os outro lado, porém no mesmo lado a menina que estava na nossa frente cruzou os braços e levantou a sobrancelha esquerda, e eu não queria que ela me jogasse no chão de novo entao cedi.

- Desculpa aí tá, tenho que aprender a olhar por onde ando.

- Ainda bem que sabe.

- Você devia pedir desculpas também - falei cruzando os braços.

- Ele deve e vai - falou a garota se aproximando dele.

- M-me desculpa.

- Agora que já estão desculpados, prazer Roseta Gabriela - disse ela pegando nas nossas mãos - e o nome de vocês?

- Sou Caleb.

- Sou Kaio.

- Que bom que conheci vocês senhores cabeças quentes, agora já não são intrusos no meu quintal e podem brigar o quanto quiserem - falou Roseta enquanto voltava para o quintal.

Eu e Kaio rimos e nos despedimos da menina, e depois desse episódio, eu, ele e Roseta nos tornamos inseparáveis. Primeiro me aproximei mais de Kaio, sempre saímos depois daquele episódio, afinal ele foi comigo até a padaria e para a minha casa para eu entregar o pão, e durante o percurso, tanto ele quanto eu contamos nossas histórias.

E esse foi o inicio da nossa grande amizade, uma amizade desde os 5 anos. Porém o tempo passa, e tanto eu quanto os outros 2 integrantes do nosso trio encaramos isso de uma forma. Kaio pelo seu físico popular de garoto ruivo, de olhos mel e músculos se tornou popular durante todo ginásio. Roseta com sua pele negra, cabelos castanhos e olhos verdes se tornava cada dia mais bonita e desejada pelos garotos e garotas. E eu, bem, me tornei um garoto inteligente e um adorável chefe de cozinha. E que isso marque o inicio de nossa adolescência. 

A rosa de geloWhere stories live. Discover now