Prólogo

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Bianca

-Ainda estou me perguntando porque eu aceitei vir a essa festa - digo enquanto Kiron toca a campainha da casa de Simon seu amigo do acampamento de verão.

- Você não tinha escolha, lembra ??? Você perdeu a aposta da semana passada. Então você me deve isso. - disse Kiron tocando a campainha pela segunda vez.

É verdade, eu perdi a droga da aposta. Eu e Kiron somos irmãos, tenho outros irmãos, mas agora eles não vem ao caso.

Desafiei ele a virar uma garrafa de Jack Daniels. O desgraçado conseguio. Você pode imaginar o quanto eu fiquei bem brava e surpresa com isso. Parece que nas ferias Kiron mudou bastante. E aqui estou eu. Pagando meu desafio.

A porta é finalmente aberta por um cara extremamente gato.

- Eae cara. - meu irmão diz dando aquele comprimento de meninos. - Cade o Simon?

- Está la na cozinha. - responde o cara. - Entrem e se divirtam.

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- Sou o Thomas e você? - eu estava sentada no bar improvisado quando o cara que abriu a porta pra mim e pro Kiron se sentou ao meu lado.

- Bianca, prazer - o comprimento com um beijo no rosto. Ele me oferece uma cerveja que nem vi que ele tinha nas mãos - Obrigada - digo, e bebo no bico mesmo enquanto olho por cima da garrafa para ele.

- Você é o que do Kiron? - ele pergunta me olhando de cima à baixo.

- Irmã - respondo simplesmente. Ele sorri, um sorriso bem gostoso, igual ele na verdade.

Conversamos a noite toda. Descobri que ele é irmão do guri que deu a festa. Ele não mora aqui ele está aqui só pra passar o feriado. Ele não tem namorada. Ele tem 24 anos. E ele é muito gato. E ele beija bem. Ele é firme por baixo da camisa. E ele tem uma pegada gostosa.

Me perdi no tempo enquanto a gente se pegava.

Voltei a realidade quando o meu celular começou a tocar, era o meu despertador que estava marcando que eram quatro horas da manhã, o despertador -PROCURAR O KIRON E METER O PÉ- era uma medida de segurança, eu tinha coisas a fazer amanhã e Kiron tinha escola. Medidas protetivas ok, não me julgue.

- Droga, vou ter que ir embora. - fiz beicinho. E lhe dei um celinho de despedida. - A gente se vê por aí gato.

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Andei pela festa toda. Acabei achando Kiron jogado no sofa, parecia perdido em seus pensamentos.

- Vamos Kiron, já está tarde. - digo parada na frente dele. Kiron nem se mexe.

- Kiron! - grito em seu ouvido. Kiron parece ter entendido, porque se levanta com uma cara pálida, mais pálida do que o normal - merda! - ele vai vomitar.

- Vamos Kiron. - digo o segurando em meus braços. - Kiron você tem que andar porra! - digo e ele começa a dar passos lentos.

Conseguimos sair da casa a tempo. Kiron começou a vomitar nos arbustos na frente da casa

- Seu merda, o quanto você bebeu? - grito e não tenho resposta. Merda, merda, merda!

Chamo um uber. Com dificuldade coloco Kiron dentro do carro. Falo nosso endereço para o motorista.

- Kiron, beba essa água. - dou uma garrafa para ele e ele pega. Depois de alguns goles Kiron tosse mas não vomita.

Ele olha para mim e toca meu rosto num gesto muito acolhedor.

- Kiron agora não é hora para - sou cortada por Kiron.

- Kiara... - ele sussurra para mim enquanto acaricia meu rosto.

Kiara? Que porra está acontecendo? Kiron deve ter bebido muito mesmo para me confundir com a nossa irmã. Até somos um pouco parecidas, mas é bem sutil nossa semelhança. Kiron vai ter que aprender a beber, não vou ficar carregando um garoto, quase homem por aí, bêbado ainda.

- Kiron me escuta. - seguro seu rosto, fazendo olhar para mim. - Quando chegarmos em casa você não pode fazer barulho, entendeu?

Kiron acena que sim com a cabeça. Entramos em casa fazendo o máximo de silêncio possível.

- Vejam se isso é hora de chegar em casa num domingo. - fala nossa mãe soltando fogo pelas ventas - Ai meus deus! Kiron, você está bem acabado - afirma ela desacreditando do que diz.

- Ele só precisa de um banho e descansar um pouco. - digo colocando-o na cadeira.

-Ele não é de beber. Isso é coisa sua Bianca. - diz mamãe pegando um copo de água para Kiron

- Eu não fiz nada! - digo em minha defesa enquanto pego um copo de água para mim.

- A mas você nunca faz nada né Bianca. Sempre a coitadinha. Ah, me poupe dessas suas desculpinhas. - diz Lyana para mim

- Eu não obriguei ele a ir na festa e não disse para ele beber. Ele fez tudo por quis. E não vejo como isso é culpa minha. - falo, essa mulher me enche o saco a vida inteira. - A senhora sempre joga a culpa em mim. Eu faço isso, faço aquilo. Os gêmeos nunca fazem nada de errado. Eu estraguei isso. Eu falei aquilo. Arã, eu que obrigo eles a fazerem as coisas.- digo me exaltando e apontado para Lyana.

- Fala direito comigo, eu sou a sua mãe - diz ela num tom tão azedo e medonho, igualzinho a ela.

- Não diga que eu fiz uma coisa que na verdade eu não fiz. Eu cheguei de boa, e a senhora chegou com sete pedras nas mãos. Quando quiser me culpar por favor tenha um motivo real pra isso. - desabafo.

Subo para o meu quanto e tento dormir.

BlueOnde histórias criam vida. Descubra agora