Aconteceu.

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Acordo. Na cama de Steve Rogers. Meu deus.
O que
Aconteceu.

Me levanto da cama rapidamente.
Ok.
Estou sem calças.

Cadê as minhas calças???????????

As acho penduradas no abajur, depois de uns 5 minutos inteiros procurando.

- Oi. - Digo entrando na cozinha branca. Steve está usando um avental ridículo, mas o cheiro tá muito bom.

- Olá. Imaginei que você gostaria de comer algo, depois de vomitar os seus órgãos ontem.

- Eu vomitei?

- Você não lembra?

- A última parte que eu me lembro... foi tentar achar as minhas chaves e você rouba-las da minha mão para dirigir o MEU carro.

- Você quer dizer, não causar um acidente? Deus, como as crianças de hoje em dia são irresponsáveis. - Ele vira a panqueca de lado.

Reviro os olhos.

- O que aconteceu depois?

- Eu te trouxe para casa. Você tentou limpar o meu ferimento, eu saí do banheiro por dois minutos e você vomitou seu fígado pra fora. Depois, arrancou as calças, jogou no abajur e se enfiou nas minhas cobertas.

- Por favor, me diga que você não me viu jogando meus jeans no abajur.

- Eu fechei os olhos quando percebi que você ia fazer aquilo.

Suspiro, aliviada.

- Eu não falei nada que me arrependi, né?

- Não. - Ele ri. - Você não falou nada.

Graças a Deus. Imagina falar merda para o próprio Capitão América?
Ainda bem que não faço isso.

- Você quer ver um filme hoje? - Steve se vira pra mim. Eu... não quero ficar sozinho hoje.

Eu juro que tentei não parecer surpresa ou emocionada.
Mas eu fiquei surpresa e emocionada.

Rogers quer ver um filme comigo. Ele parece estar... mais feliz. Está virando panquecas, com um sorriso no rosto e a barba raspada. Nem parecia aquele ogro que eu conheci no primeiro dia.

- Mara? - Ele pergunta, com o sorriso desaparecendo. Acho que ele achou que eu iria negar.

- Só se eu escolher o filme.

- Fechado. - Ele sorri novamente.

Pegamos almofadas, cinco cobertores, e pipoca. Parecíamos crianças.

Ficamos por alguns momentos assistindo o filme.

- Essa é a minha parte preferida. - Estávamos vendo o massacre da serra elétrica e era a primeira vez do Steve vendo isso.

Ele estava horrorizado.

- Me lembre... na próxima vez... eu escolho o filme. - Ele diz, quando o filme acaba e os créditos começam a aparecer, me fazendo rir.

Ficamos quietos, apenas ouvindo a música dos créditos, que estava tão baixa que podíamos ouvir a respiração um do outro.

- Amara... - Eu olho para ele.
Ele está novamente com a aparência triste do primeiro dia que o vi.

- Huh? O que foi?

- Eu... - Ele tenta segurar as lágrimas.

- O que foi? - Toco-lhe levemente no braço.

- Eu e minha equipe tínhamos recuperado os documentos roubados da Shield e uma parte dos meus homens já estavam levando os papéis, em um barco menor. Eu e três homens ficamos para averiguar o resto. Shmith é o primeiro a ver a bomba. Não deu tempo para correr e... - Ele soluça.

Está fazendo tanta força para não chorar.

Ele continua:

- Hydra sabia que estávamos no barco. A gente não sabia que eles sabiam. Eu vi a bomba explodir um dos meus homens em pedaços. Eu... fui atingido por uma barra de metal no estômago. - Ele engole seco. - Eu... podia ter levantado. Mas eu não levantei por alguma razão. Eu me lembro do que estava pensando naquele momento. Era: "Estou tão cansado. A minha missão já está feita."

Eu me aproximo dele, tocando no seu rosto com uma das mãos. Imediatamente uma lágrima cai.

- O meu último homem vivo viu aquilo. Ele me resgatou. E em seguida contou a imprensa inteira de Nova Iorque que o Capitão América quis se matar.

- Steve...

- Amara, eu quis me matar. - Uma outra lágrima cai. - Eu tentei me matar. Eu não acredito que fiz isso. Eu não quis ter feito isso.

Eu imediatamente o abraço. Ele parece não me corresponder no começo, mas depois me aperta tão forte que minhas costelas doem.

Ficamos assim por alguns minutos, até sua respiração voltar ao normal. Saímos de nosso abraço super emocional aos poucos.

- Você não está sozinho, Rogers.

Ele franze as sobrancelhas, confuso.

- Você tem a mim.

- Eu sou só sua missão. Você mesma contou para mim. - Ele sorri, irônico.

- Rogers, você é mais que isso e sabe disso.

Ele olha pra mim.

Digo, ele olha pra mim MESMO.

Digo, comer com os olhos.

Steve se aproxima de mim, pressionando uma mão na minha cintura, me puxando mais para perto dele.

Ouço um beep vindo do meu celular do trabalho.

- Desculpinha... - Digo, com a voz trêmula. - É-é do trabalho.

Checo a mensagem.

Eu acho que ele vê na minha cara que alguma coisa aconteceu.

- O que foi?

- Eu tenho mais uma missão para ir.

Ele me olha, confuso.

- Quando?

- Amanhã.

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caralho se beija logo desgraça que odio
Gostaram do capítulo? Eu gostei muito de retratar o lado da sensibilidade de steve Rogers, pq eu acho que isso é muito pouco retratado e faz ele perder um pouco da humanidade que a gente sabe que ele tem.
Steve é um personagem que eu queria absurdamente retratar, pq eu sempre achei que ele fosse um personagem quebrado. Ele passou por tanta coisa, cara.

Enfim kkkkkkk filosofei demais, mas espero que tenham gostado do capítulo, deu muito trabalho pra escrever <3

Se gostaram, votem e comentem, me deixa tão feliz, sério ❤️ obrigada pelas 50 visualizações!!!

Até o próximo capítulo!

Até o próximo capítulo!

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Useless- Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora