A noite nada mais era do que um momento inofensivo, ou pelo menos... era isso que aparentava tendo em vista uma bela dama que misturava a fumaça do cigarro que levava a boca e em seguida o liberava ao ar puro.
A maquiagem que contornava os olhos estavam borradas pelas lágrimas, seus olhos encontrava-se distante já que utilizara do cigarro apenas uma vez ao ano sempre na mesma data.
A data que sempre a fazia se perder por entre as brechas de um passado conturbado. O miar do felino a resgatou dos escombros dos pensamentos ao vê-lo dar algumas voltas por cima da cama só para então deitar.
Daniela então deitou-se semi-nua ao lado de seu gato, a única companhia que lhe restava, e novamente perdeu-se facilmente nas lembranças de uma dor profunda.
Os médicos falavam coisas sem sentidos e a visão lhe era turva por causa da luz forte, não sabia o que estava acontecendo... apenas seguia as ordens médicas enquanto as dores ficavam cada vez mais intensas, e quando enfim cessaram... o silêncio se alastou pela sala, quando Daniela recuperou a razão queria sentir o filho em seus braços, mas a notícia que recebeu foi como levar o soco no estômago.
E foi quando levantou-se bruscamente da cama, o felino a olhava com preocupação ao saber exatamente o que havia acabado de acontecer.
- Tive um pesadelo Salem - disse Daniela tomando o gato em seus braços para tentar se reconfortar - o mesmo que sempre tenho em noites como essa.
O relógio na parede marcava exatamente as oito e trinta e cinco, levantando-se da cama e se vestindo passa pela porta do quarto acompanhado pelo felino negro e para em frente à uma porta, estava fechada, Daniela queria abrir, mas o barulho da companhia indicará que havia visitas.
Sendo a única na casa tendo como companheiro Salem, vai então atendê-la.
Olhando pelo olho mágico tem a surpresa de ser visitada pela irmã gêmea Denise e o namorado Victor.
- Isso sim é uma surpresa - Disse Daniela após abrir a porta - o que os trás aqui?
- Você fica muita solitária Dani principalmente em dias como esse.
- Eu não fico solitária - indagou Daniela ao abrir caminho permitindo ambos entrarem - eu tenho Salem.
- Fala daquele gato? Lembra o gato daquela série O Estranho Mundo de Sabrina.
- Gosto daquela série, por isso dei o nome do gato de Salem.
- Trouxemos algumas coisas para matarmos o tempo - Disse Victor retirando a mochila das costas - o que acha de assistirmos alguns filmes?
- Talvez eu deva mesmo me distrair um pouco.
Concordou por fim abraçando a idéia de distração.
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Os gritos de desespero mostrara o inferno que estava vivendo, queria mover-se para o mais longe possível mas o ferimento em sua perna feita por uma armadilha de urso o tornava lento. E ao vê-la ali utilizando uma máscara disforme enquanto segurava uma faca o fez implorar pela vida como se nada mais importasse.
Ao reluzir a luz da fogueira sobre a faca o jovem percebeu que nada do que dissesse o ajudaria, e ao encará-la naquele momento viu sua vida passar diante de seus olhos...
- Como ninguém percebeu que ela era a responsável pelas mortes e pelos desaparecimentos? - perguntou Denise de mostrando incredulidade em meio ao filme de suspense ao qual assistia aos braços do namorado enquanto a Daniela tomava um gole de vinho - há certas coisas que não entendo.
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Hóspede Maldito
Horror"Os pesadelos caem vagarosamente. Alimentados pelo desamparo de uma mente perturbada... o súbito silêncio da noite deixa escapar um ruído de socorro, um ruído que... sem saber ao certo atrairia os residentes para a morte. " - Baseado em fatos pertu...