"E mesmo assim depois que o suicida se matou o pintor continuou o amando, ignorou as palavras do amado em sua ultima carta e continuou só, apenas ele, o cão e suas telas, as maiorias com o rosto do seu menino.
As vezes em preto e branco pra representar sua solidão desenhava uma Paris fria e sem vida, as vezes coloria flores murchas em suas telas, ou montava constelações inexistentes cheias de brilho em seu quarto abafado, sorria para as fotos, e comprava todos os dias os pães frescos que espalhavam o aroma aconchegante pela casa.
Os dias passavam todos iguais, as flores continuavam as mesmas, a torre Eiffel era a mesma e as luzes de Paris continuavam ali, talvez com algumas novas, mas nada que fosse surpreendente para o pintor, do alto do prédio olhava para o céu escurecendo, torcia para que quando morrer voltasse a terra com outro corpo e novamente pudesse ser feliz com seu menino.
Sentava-se na velha cadeira encostando a cabeça na parede e olhando pela janela, poderia ele encontrar aquele que ama novamente? Ser feliz novamente? Seu peito doía de saudade e se enchia de esperanças, os planos que fez para eles não poderia os realizar agora, quem sabe na próxima, com seu velho chapéu preto gasto, tornou a se sentar na cadeira em frente a uma nova tela em branco, sua inspiração tinha nome, e o apelido em que usamos nesse livro; O suicida.
Porque ele conheceu o amor da dor, o amor que seu menino sentia era a dor que o machucava, mas foi daquela dor que fez ele se apaixonar por suas telas e por si, infelizmente não era apenas dor, mas sim a agonia, a ansiedade, e as vozes que o deixavam cheio de tudo –malditas vozes por que existem? –não se culpava mas não tinha alivio na alma.
Mas o pintor entendia e continuava cada dia normalmente, conhecia pessoas novas, pintava seus quadros e alimentava seu cão, olhava as fotos de seu menino, as luzes de Paris, as flores vivas, sentia o cheiro dos pães pela casa e viveria assim até o dia em que morreria.
Fim.
Dedico esse livro ao meu menino
Que se foi mas continua no meu coração.
Eu ainda te amo muito. "
-Park Chanyeol (Amor da dor, da dor o amor)
-E esse crianças, foi o livro de um autor literário de Paris, seu nome era Park Chanyeol e tinha descendencia sul coreana, morreu dois anos depois de lançar o livro em um acidente de carro onde voltava sozinho do cemitério, foi um dos livros mais vendidos do ano e teve até mesmo um filme baseado em tal, ganhou prêmios literários e foi comprovado que essa história foi real, que ele se apaixonou por um suicida e que "Amor da dor, da dor o amor" é na verdade a história de amor dele e de seu amado, com isso quero que escrevam uma redação baseada em algum sentimento dentro de vocês para o final da próxima semana.
O professor explicava em pé na frente de toda a turma, alguns faziam piada com o nome do autor do livro ser o mesmo que o de um dos alunos, o mesmo apenas revirava os olhos, ao final da aula todos iam para casa.
No muro da escola um garoto baixo se apoiava olhando para o chão, então o moreno mais alto chegou o abraçando de surpresa e lhe dando um susto.
-Chanyeol! Não faça mais isso! Eu quase tive um infarto! –O baixinho reclamou estapeando de leve os braços do maior.
-Haa Baekkie, eu tava' com saudades também! –Beijou a bochecha vermelha do menino o pegando pela mão.
-Yeollie, para, vamos logo. –Baekhyun foi andando na frente.
Fez o maior rir e andar mais rápido, pegou em sua mão.
-Vamos meu menino. –O mais baixo ruborizou e sorriu tímido.
Sorriam um para o outro, eram apenas colegiais e caminhavam pelas calçadas de uma Seul mais liberal, com seus dezoito anos brincavam e se apaixonavam, as flores de algumas arvores enfeitava a primavera fresca nas ruas, o céu azul brilhava com o fraco sol e o leve vento que batia nos cabelos dos dois garotos.
As diferenças entre o passado e o presente eram grandes, os preconceitos não foram totalmente extintos, ainda existiam muitos conservadores, assim como existiam pessoas que apoiavam a felicidade das pessoas independente de como fosse esta.
Esse Chanyeol é diferente do outro, ele é arteiro e gosta de rock n' roll, veste preto mas gosta de roxo, fica em casa nos finais de semana e não é tão sociável. Esse Baekhyun também é diferente do outro, elétrico e tímido, gosta de rosa, tanto que pintou os cabelos de tal cor, fica na casa de Chanyeol nos finais de semana, e mais sociável que o namorado.
O inicio de um amor é bom, mas para se amar mesmo é quando se conhece os defeitos e qualidade um do outro, Chanyeol sabe que Baekhyun reclama de tudo, não gosta de muito sal na comida, detesta filmes de suspense e terror, odeia que os outros se aproximem de mais do namorado, e tem horror a bagunça, que em dias de calor sua irritação aumenta por ter nojo de suar –mesmo que em certas horas não ligasse para o suor em seu corpo se é que me entende. Também sabe que seu bolo favorito é de baunilha, que os seus sorrisos favoritos são de quando estão com o amado, que o cheiro dele o acalma, e que nas madrugadas quando ele tem pesadelo ele escuta as musicas que Chanyeol grava no celular para se acalmar, sabe que ele lê livros de drama e chora muito fácil, e que adora seriados policias e os assiste abraçado ao namorado.
Assim como Baekhyun sabe que Chanyeol detesta usar lentes de contato e prefere óculos, que odeia errar as notas no violão, fica impaciente quando tem que sair e os outros se atrasam, odeia café de qualquer tipo, tem insônia –sinceramente suas noites são melhores quando ele dorme com o namorado. Que quando joga vídeo game fica emburrado se perde, se irrita muito fácil quando está jogando ou assistindo basquete, que sua altura o irrita por muitas vezes bater a cabeça nas coisas, detesta sair em lugares muitos cheios, e odeia demonstrar o quão dependente de Baekhyun ele é, não gosta quando os outros notam ele –o que acontece com frequência por causa de sua altura. Sabe também que Chanyeol prefere chá gelado quando vão em algum estabelecimento, que sua relação com o irmão mais velho é péssima, e que odeia limão em qualquer comida, também sabe que ele adora ir ao cinema ver os filmes da Marvel e da DC comics, que é um apaixonado por quadrinhos e um pervertido nato, que adora as mãos de Baekhyun por serem pequenas, e que as suas piadas mesmo sendo horríveis fazem o seu menino rir, os dias de neve são os seus favoritos porque assim ele se aproveita para esquentar o namorado, adora a comida que o mesmo faz e o elogia até o outro o bater para parar, adora pegar Baekhyun no colo para beija-lo e que o trata como um bebê sempre o mantendo mimado.
E os dois mais tarde quando estavam sentados na calçada em frente a casa do menor lamentaram que o amor do falecido escritor não tinha dado certo, que a história comoveu os dois –fato pois leram o livro juntos no sofá e choraram como bebês. Torceram para que algo como destino acontecesse para que as almas dos amantes se encontrassem novamente para o amor florescer e ser sentido de todas as formas.
Baekhyun olhou para Chanyeol e viu o outro olhando para o céu, seus óculos quadrados o deixavam infantil, sorriu e com isso chamou a atenção do outro, que olhou para os olhos daquele que fazia seu coração bater sempre mais forte a cada vez que o olhava.
-Sabe Yeollie, por mais que os dois tenham morrido, eu espero que tenhamos um amor como o deles, forte, que ultrapasse a vida e a morte, que seja sincero e bonito, mas eu gostaria de tirar a parte trágica, quero viver pelo resto da minha vida ao seu lado grandão.
Esse Baekhyun também era um romântico incurável como o outro, gostava de gatos como o outro, era tão apaixonado por Chanyeol como o outro.
-Se tudo der certo Baekkie, vamos viver juntos até as nossas mortes, vamos nos casar, ter filhos, viver uma vida confortável e criar eles contando nossas histórias, sei que somos jovens, mas as vezes conversamos como velhos, e acima de tudo quero que isso dure, mesmo que agora ainda tenhamos apenas dezoito anos.
Esse Chanyeol também era forte e persistente, gostava de agradar o outro e era tão apaixonado por Baekhyun quanto o outro.
Porque alguns momentos da vida existem sim para se desistir, mas em outros momentos da vida se existem para ter uma segunda chance e viver tudo aquilo que não conseguiu, porque esse Baekhyun e Chanyeol ganharam a chance de fazer o seu amor dar certo, porque o destino sempre é a favor daqueles que realmente amam, de alguma forma eles sempre se reunem novamente.
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Amor da dor, da dor o amor
FanfictionDa janela ainda vejo a torre Eiffel, as luzes brilhantes ainda estão lá, as flores nas janelas e o pôr do sol são os mesmos, apenas você não está mais aqui.