ROSÉ FECHOU O ZÍPER do vestido vermelho e colocou rapidamente os sapatos. Passou, por fim, o batom carmim preferido e arrumou os cabelos. Perderia a hora se não fosse ágil. O destino já havia sido misericordioso com ela por aquela noite, então não queria abusar da bondade do tempo. Quase esqueceu do perfume Chanel que havia ganhado de Jennie, mas passou-o antes de ir.
Não olhou muito para seu reflexo, mas saiu com um sorriso. Jisoo disse que ela estava deslumbrante. “Brilhando mais que um diamante”, nas palavras da amiga. Devia estar mesmo bonita. Magnífica. Se pudesse comprar roupas caras, com certeza sairia mais beneficiada daquela situação, mas tudo tem seu devido tempo.
— Hoje é a sua noite — Rosé sussurrou para si mesma enquanto ajeitava o vestido no táxi. Não queria que ele amassasse, pois precisava manter uma imagem perfeita.
Após dizer ao motorista para onde iriam, ela abriu a janela do carro e sentiu os ventos em seus cabelos. Não era a primeira noite que ela saia para vê-lo, e Rosé sentia que não seria a última. Ele sempre apenas a observava de longe por algum tempo, como se Rosé fosse um diamante e, ao mesmo tempo, o veneno mais mortal que ele já houvesse provado. E nunca conseguia ficar uma noite longe dela.
Não havia muito o que dizer sobre Chanyeol. Apenas que o dinheiro havia roubado o coração dele e o levado para bem longe de Rosé. Afinal, o vice-presidente de uma empresa de jogos em pleno século XXI provavelmente toma banho com ouro. Quando ela olhava naqueles olhos que viram indo embora e lembrava que ele não a impedira, ela sentia ódio.
Park Chanyeol ainda era algo. Ela nunca se apaixonou tão fervorosamente por alguém. A necessidade de tê-lo era tão grande quanto o desespero de perdê-lo naquela noite. Ele era um imã que a atraía, e ela sabia que Chanyeol sentia a sua falta. Provavelmente?
Ao chegarem no clube, Rosé pagou o trajeto usando o cartão que Jisoo a havia emprestado. As coisas estavam difíceis para a jovem ruiva. Ela trabalhava como secretária em um escritório de advocacia e não se sentia realizada nem profissionalmente, nem salarialmente. Mas talvez ela precisasse disso: que uma parte da sua vida desse errado para que a outra fosse bem. E essa outra parte, pasmem, era o amor.
Grande parte da era feliz da vida dela foi ao lado de Chanyeol, quando eles dividiam um apartamento enquanto ele fazia faculdade e ela tentava entrar em alguma. Ele sempre chegava às dez, trazia um pote de sorvete e eles o devoravam juntos enquanto assistiam algum filme de comédia na Netflix. Conversavam sobre tudo, e também discutiam sobre tudo. Mas não havia coisa melhor do que ouvir a risada dele depois de um dia terrível.
Para ela, amor era Chanyeol. E, naquela noite, todas as suas cartas estavam apostadas nele.
Ela gostava de sair, dançar e se divertir. Virara um hábito desde que ela acompanhara Chanyeol por esses lugares de longe. Rosé com certeza descobriu que adorava ouvir música no volume mais alto possível e esquecer de que estava prestes a ser despejada do apartamento, que sua gatinha precisava fazer uma cirurgia para continuar com ela e que nunca alcançaria sonho algum porque passava a maior parte do tempo lamentando os problemas anteriores olhando para o teto nas horas vagas.
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Attention | Rosé
FanfictionVocê só quer atenção. Talvez só odeie a ideia de mim com outro alguém.