Karin Uzumaki

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- A abstinência é só uma coisa temporária,ela irá se recuperar rapidamente,porém essas crises podem acabar sendo constantes..É um risco querer a tirar do internato,quer realmente isso ?

- Eu quero os papéis para assinar

- Mas,é poss-

- Eu quero os papéis.

- O-okay

Mantinha meus joelhos próximos ao meu tórax em uma posição fetal,enquanto balançava meu corpo num movimento contínuo e repetitivo de frente e trás

Escutava perfeitamente o que se era dito do quarto á fora,as paredes de concreto não impediam que a conversa de quem habitava do outro lado fosse abafada

- E-Eu tenho que ir...

Pressiono firmemente meus lábios um no outro

- ...embora

Despenco no colchão nada confortável daquele cubículo de quarto,lá só havia um sanitário,um colchonete que se mantinha no chão,e um pouco de água e arroz que se era transmitido por uma mini-portinha que havia na grande porta de aço que me prendiam do mundo. Nenhuma fresta de luz,alimentos somente de dez em dez hora,um verdadeiro inferno mas, um inferno compreensível. Podia até dizer que havia me acostumado a essa vida,podia se não fosse pela insistência mensal de um homem...Um homem que em dias marcados e corretos vinha me fazer uma "visita" ele era estranho e me dava um certo calafrio,não havia um dia sequer-o dia em qual era marcado-,que ele faltava. Se mantinha sempre presente,porém nunca mostrará seu rosto,nunca havia sequer passado da enorme porta de aço.

Um certo dia,em puro descuido do homem pude notar seus sapatos enquanto um profissional do internato me "enviava" minha comida do cotidiano,ao me aproximar do compartimento na intenção de ver algo do "homem misterioso" pude notar o homem "retirar" seus pés da minha visão,ou pelo menos tentar; Seus sapatos era negros e bem polidos,um brilho surreal,observava também que nesses poucos meses ele nunca havia trocado de sapato e eles sempre se mantinham do mesmo jeito...Intactos,aparentavam que tinham acabado de sair de uma loja.
Notei também seu perfume forte e doce,era notável já que o cubículo onde ficava fedia a mofo...Quaisquer aromas diferentes do mofo e da poeira,era facilmente notável naquele local.

- Senhorita Haruno...

Movi minha cabeça em direção a porta,da onde vinha o som

- Já acabou a discussão da onde vou ou não ?

Observo a grande porta de aço sem reação alguma,o papo daquele cara já estava me irritando à tempos

- Hum,depende...Não concluí ainda seu real destino

- Tsc,já pode parar de tentar tirar suas "conclusões" pois não vou mover um músculo sequer daqui

Ouço um estalar de língua

- Ah,senhorita...Você não tem que querer nada,irá e pronto ! Kisazhi não aceitará mais desculpas...

Me levanto da cama e vou até a porta de aço dominada pelo ódio e,soco a mesma diversas vezes,assustando o homem que estava atrás da mesma já que escuto ele recuar passos contados e,parar ao encontrar as paredes gélidas soltando um resmungo

- MANDA ESSE VELHO NOJENTO PRA CASA DO CARALHO ! Esse...

Deslizo pela porta e caiu de joelhos

- ...filho da puta.

...

Estava a centímetros suficientes para que mesmo que abrissem a grande porta não me machucassem. Mas,para quê ainda me importava ? Todos que menos esperava já me machucaram,o quê esperar de estranhos que só realizam seu duro trabalho ?
Passos de pessoas correndo pelos estreitos corredores do manicômio eram audíveis,os passos se cederam ao notar que os psiquiatras,que antes corriam já estavam ao meu lado, me observando com agulhas de dopagem em mãos,enquanto a grande porta de aço estava escancarada. Em um misto de curiosidade,me levanto sentindo o peso da reprovação dos especialistas,sinto meu corpo pesar e cair

SAKURAAAAAAOnde histórias criam vida. Descubra agora