A Court of Fire and Daylight

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O baile de equinócio já havia começado. Helion trajava sua túnica de tecido único habitual branca pendurada sobre um dos ombros e com os cabelos negros soltos, com a coroa no topo de sua cabeça. Os grão senhores e nobreza das cortes sazonais e solares haviam sido convidados, mas poucos se deram ao trabalho de ir. A falta de alguns grão senhores era preenchida por famílias poderosas representantes, famílias em que a magia e o poder ondulavam nas veias.

Após algum tempo de conversas paralelas e flertes trocados com machos e fêmeas, uma fêmea em especial, de cabelos de fogo que caíam em cascata pelas costas, chamou sua atenção. Quando sua roda se dispersou, Helion foi até o círculo onde ela estava. Outonal. Cabelos vermelhos vivo marcavam a corte em questão, o que tornava difícil não reparar.

- Ouvi certa vez que um copo d'água e uma dança num baile não se nega a ninguém. - ele deu um meio sorriso em direção à ela, oferecendo sua mão - Me daria a honra?

-Por que não? - a fêmea aceitou sua mão, lhe devolvendo o sorriso e assim os dois seguiram para o meio do salão.

Uma música arrastada e melodiosa fazia o momento, enquanto Helion a conduzia no ritmo em que a canção tocava, olhando para o rosto da ruiva e tentando desvendar qual era seu segredo para lhe prender a atenção daquela forma.

Quando o salão se esvaziou, ele a levou para uma das sacadas do palácio, no andar de cima. Não perderia a oportunidade de um momento a sós com ela.

- Uma vista realmente adorável. - ela abriu um sorriso, desvencilhando seu braço do de Helion e se apoiando na beirada da sacada, olhando para frente de forma leve e realmente pura.

- Não tanto quanto a que está do meu lado. - Helion sorriu de lado ao erguer a taça de vinho feérico e levá-la a boca, tomando um gole da bebida enquanto olhava de esguelha para a ruiva.

Ela o analisou, olhando-o de cima a baixo antes de dar sua resposta.

- Se você olhasse por baixo dos panos, talvez pudesse avaliar melhor. - e então toda a pureza que Helion tinha visto anteriormente nos olhos dela, havia sumido. Ele deu o sorriso de um felino.

Helion olhou para o corredor que se alargava atrás deles apenas para ter a certeza de que não tinha ninguém os espionando, embora o cheiro pudesse ser sentido. Deixou a taça apoiada no muro da varanda e levou as mãos até os ombros da fêmea, indo para trás dela e pressionando seus corpos. Afastou seus cabelos para o lado e depositou um beijo na pele alva sardenta de seus ombros, fazendo a taça de vinho flutuar até seu lado e mergulhando um dos dedos ali dentro, contornando a boca da fêmea, que chupou o mesmo e virou o rosto para ele. Seu olhar foi de encontro ao dela com a mesma luxúria, que vinha de ambas as partes.

Depois de algumas carícias provocantes e o ignorar sobre os feéricos e grão feéricos que passavam pelo corredor, encarando-os, a adrenalina subia pelo sangue tanto dele quanto o dela, e Helion desfrutou da bela fêmea ali.

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O baile de equinócio passou e os dois trocavam cartas escondidas de amor de tempos em tempos. Ficavam cada vez mais íntimos a cada palavra trocada, cada olhar intenso nas noites de festa em que se encontravam... em cada carícia mútua no final dessas noites. Helion tentava ignorar os sussurros que chegavam até ele de que a família da fêmea que aprendera a amar iria obrigá-la casar com outro macho. O pior que poderia ser cogitado para isso. Ele ainda tinha esperanças de que desistissem da cerimônia, que sua família não a obrigasse como corriam os boatos, que ela lutasse.

Ela, por outro lado, era mais e mais pressionada com o casamento. Seus pais a todo momento insistiam, enalteciam as qualidades de Beron para que, quem sabe, a ruiva aceitasse mais rápido. Sua linhagem era poderosa e o grão senhor entrara em acordo com eles justamente por conta disso. Uma troca, uma venda. Nem ela nem suas irmãs significavam algo para eles além de poder puro em seu sangue, um meio de procriar.