Único

1.5K 80 554
                                    

(Link da fanfic original no link externo)

Notas Iniciais da autora original

Primeira one-shot, e primeira Pernico.Me inspirei na música Daqui Pra Frente do Di Ferrero e Gee Rocha (Nx Zero quem toca). Mas também escrevi escutando Echo, Halo, Fuckin' Perfect e My Immortal.Nos vemos lá em baixo.

Nothing Remains

Fogo. Eu só conseguia ver fogo na minha frente. Eu não sabia como iria sair daquele lugar. Só conseguia pensar em como eu mataria lentamente aquele hiperativo com as mão em chamas. Ou o garoto dos raios, que provavelmente deve ter ordenado Leo que colocasse fogo no templo de Zeus.

O pai dele vai ter um ataque.

Me permiti um sorriso em meio ao meu pânico e então vi uma porta por onde eu poderia sair. Corri até ela encontrando Nico do outro lado. Ele parecia tão perdido quanto eu. Seu rosto estava sujo de sangue e fuligem. Ele tossia enquanto colocava um braço coberto pela jaqueta negra no nariz.

– Leo vai me pagar! – rosnou Nico olhando para os lados com os olhos semicerrados.

Dei uma risadinha e passei a olhar em volta procurando por uma forma de sair. Um alçapão se encontrava à alguns metros de distância. Peguei Nico pelo braço sem me importar com a regra de “não me toque dele” e corri para o buraco. Com alguma sorte – coisa que semideuses não tem – nós conseguiríamos sair sem problemas daquele lugar.

Puxei a corda que nos dava acesso ao teto e empurrei Nico antes de subir logo atrás dele. Chegamos ao telhado daquilo que deveria ter sido um dos primeiros templos dedicados a Zeus e olhamos para baixo. Tudo estava em chamas. As árvores, o rio, as ninfas. O barco não estava a vista, muito menos os outros.

– Fomos deixados. – falei sem nem olhar para Nico.

Um movimento a minha esquerda me assustou, mas antes que eu pudesse colocar a espada em riste Nico me empurrou e se colocou a minha frente. As presas de empousa se fecharam em sua garganta e Nico soltou um grito estrangulado. Ou fora eu?

Ergui minha espada e cortei a cabeça daquele demônio vendo Nico cair em câmera lenta a minha frente. Sua expressão era de choque. Eu estava em choque. A empousa se transformou em pó e eu larguei minha espada segurando o corpo de Nico antes que ele atingisse o chão.

Eu já não percebia mais o fogo ou o que acontecia a minha volta. Nico se afogava em seu próprio sangue e eu não conseguia fazer ele parar de jorrar de sua garganta. Minhas mãos tremiam e eu tentava achar alguma ambrosia nos meus bolsos, mas eu sabia que não havia mais nada ali. Annabeth tinha usado o último pedaço.

– Nico... – chamei sentindo minha voz embargada. – Por favor.

Nico tentou sorrir e apertou o pulso da minha mão que segurava seu pescoço.

– Nico. – eu balancei a cabeça sentido as lágrimas saindo. – Nico não morra. Eu não posso falhar novamente.

– Eu... – ele tossiu sangue. – Já estou morto.

Eu solucei o apertando contra mim.

– Não... – pedi. – Nico, por favor.

Seu aperto falhou e sua mão escorregou da minha. O apertei ainda mais contra meu peito lembrando da promessa que havia feito a Bianca e a mim mesmo quando ela se sacrificou por nós. Eu havia falhado duas vezes com os dois filhos de Hades e agora ambos estavam mortos.

Senti meu coração se apertar enquanto eu chorava. Nico não merecia ter morrido. Bianca não merecia ter morrido. Mas ambos se foram por minha culpa.

Nothing RemainsOnde histórias criam vida. Descubra agora