|Emmaline Pov|
“Por favor, não façam mal à minha filha.” Eu tremia por todo o lado, ao ver o sangue todo inundado pelo chão. As lágrimas não paravam e a minha mãe não acordava da pancada que tinha levado. Eu tentava ir ter com ela, mas um homem forte e musculado, com ar de assassino não parava de me agarrar violentamente.
“Então diz-me onde está o chip.” Dizia, apontando uma arma na cabeça do meu pai.
“Não. Vão-se embora, por favor.” Pedia, chorando e sofrendo com as dores das minhas costas, agora embatidas na parede, deixando cair uma jarra de vidro nos meus pés descalços. “Não faças isso.”
“O teu querido pai não nos está a facilitar as coisas.” Riu o tal terceiro homem, que na minha imagem era o rei de eles todos. Ele apenas estava encostado a uma cadeira, com os braços cruzadas e a rir-se. Eu bem queria rir também, porque os seus dentes eram amarelos e alguns ele já não tinha, mas esta não era altura para isso. Eu estou apavorada.
“Eu já disse que não sei de que chip estás a falar. Agora larguem a minha filha ou eu —” O meu pai é interrompido com um som barulhento de um tiro. Fechei os olhos, só de imaginar o que tivesse acontecido.
“Ou tu o quê? Não há nada que possas fazer, neste momento.” Abri os olhos, aliviando o stress e o medo do que pudesse ter acontecido à segundos atrás quando ouvi o som de um tiro, mas afinal o tiro tinha sido lançado para uma coleção de DVD’s que eu e o meu pai colecionávamos. “DIZ-ME A PORRA ONDE ESTÁ O CHIP.” Gritou, fazendo-me pular.
“Por favor, o meu pai já disse que não sabe onde esse chip está. Vocês têm a família errada.” A minha voz sai calma e rouca pelo o choro.
“Mas tu julgas que sabes mentir? Nós sabemos que o chip está aqui.” Rosnou, indo até mim. Cuspiu-me e eu abanei a cabeça de um lado para o outro, mas a sua cara ainda estava a centímetros da minha. Sou agarrada pelo o pescoço contra a parede branca, deixando-me cair no chão.
“Ok, eu digo-te onde está o chip, mas larga a minha filha.” O velho sorri e larga-me, deixando-me no chão com sangue a escorrer-me pela cabeça.
“Mas pai, tu nã—” Sou cortada com o olhar do meu pai.
“Filha confia em mim.” Eu confio. Assinto com a cabeça e deixo cair as últimas lágrimas de alivio por já não estar a ser segurada contra uma parede.
“Diz lá onde está. Já estou a ficar farto disto.” Rugiu.
E não levou muito tempo até que o meu pai começou a dizer onde estava, quando o som dos carros da polícia foram-se ouvidos lá de fora.
“Diz-me a porra onde está o chip ou eu mato a tua querida filhota.” Diz, irritado, apontando-me uma arma no pescoço. E antes disso. Antes dele me matar e o meu pai confessar onde está o chip, os guardas arrombam a porta e no fim de um horror nós estávamos salvos, mas não era por muito tempo, porque eles iriam voltar.
“Filha acorda.” Sinto o meu corpo ser descoberto e água ser transportada pela minha cara. Abri os olhos e vi a minha mãe e o meu pai preocupados, como sempre. “Sentes-te bem?”
“Sim. Preciso de um copo de água.” Peço, esfregando os olhos e sentando-me na cama. O meu pai sai do quarto e diz que já vem com o copo de água, deixando-me a mim e à minha mãe sozinhas.
“Tiveste outra vez aquele pesadelo?” Sentou-se na cama, perto de mim.
“Mãe, eu não consigo esquecer o que nos aconteceu. Sei que já foram à três anos, mas eu não consigo.” Deito fora duas lágrimas e olho-a. Ela nada profere. Apenas me abraça, apertadamente.
O meu pai logo chega com o que lhe pedi, e estende-me na mão para que eu a beba. Engoli, e pousei o copo em cima da mesinha de cabeceira.
“Thomas, nós temos de fazer algo. Nós não pudemos continuar assim. A nossa filha está constantemente a ter estes pesadelos. Ela tem tido aulas em casa, mas ela não tem amigos. Ela deixou tudo para trás.”
“O que queres que façamos? Nós não pudemos correr riscos de vida. Ela não pode sair. Podem reconhecê-la.”
“Mas pai, sabes à quanto tempo eu não saio de casa? Eu apenas saio para ir ao jardim e mais nada.” Digo frustrada. Tem sido sempre assim desde que aquele dia aconteceu, à três anos atrás. Eu não saio de casa desde uma semana depois de isso ter acontecido.
“Eu sou a mãe dela e sei que em casa ela está mais segura, mas sei que isto não é bom para ela. Ela é uma adolescente, ela tem de viver a sua vida como todos os outros adolescentes.”
“Eu sei disso Elisabeth, eu sei disso.” O meu pai, diz, triste. “Nós sempre podemos arranjar uma solução. Ela apenas não pode ser reconhecida.”
E aí surge-me uma ideia.
Eu já tinha visto isto em alguns filmes, não muitos, mas já.
“Eu posso pintar o cabelo, usar lentes de contacto de cor diferente ou óculos, posso mudar o meu estilo de roupa. Faço o que for preciso para pelo o menos na vida ter uma vida sem ser aqui dentro, nestas quatro paredes.”
“Isso não é o suficiente. Eles conseguem distinguir-te mesmo que pintes o cabelo ou o cortes.” Ugh
“Então e se eu tornar-me num rapaz?”
Olho para os meus pais, e estes encaram-me como se estivessem a ponderar na minha proposta. A verdade é que eu não me importo nada. Eu só quero ir à escola como todos os outros adolescentes. Eu quero curtir a minha vida. Quero ir a festas, quero fazer amigos, eu quero viver, não ficar trancada como a Bela Adormecida.
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[N.A.] Olá :) Bem, aqui está o primeiro capítulo de Bullying. Eu espero que gostem. Eu vou trabalhar imenso nesta fanfic. Vai ter um pouco de tudo. Peço desculpa se é novamente uma fanfic do Harry, mas é que ele é o meu prefiro e bem, não sei porque é que insisto em fic's sobre ele, mas eu gosto, tipo, não tenho controlo.
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Bullying || h.s.
Fanfiction❝Não sei se um dia me vais ver com outros olhos. Não sei se um dia me vais dar uma segunda oportunidade. Não sei se um dia seremos o mesmo que eramos antes, mas antes de mais nada, deixa-me dizer-te que foste a única pessoa que não olhou para mim co...