Capitulo 1

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Raios e trovões cortam a noite escura de Nova York, era para ser mais uma noite comum, mas não era.
Há anos eu vivo isolada nessa Fortaleza e meu único amigo é Henry, um humano e único a quem confio, ainda me lembro de quando eu o encontrei pelas ruas de Manhattan, Henry não passava de uma criança.
Eu ensinei a ele tudo o que sabe sobre o mundo místico, armas, defesas, aliados e inimigos. Henry e eu vivemos em uma ilha ao norte do Estado e a chamamos de Fortaleza Dankworth.
Fecho o livro de memórias e olho para a janela, os raios e trovões continuavam a cair. Ao longo dos séculos eu fui anotando cada batalha vivida, cada experiência e cada forma de vida encontrada, mas elas são poucas em vista do vasto mundo em que estou.
As minhas recentes descobertas, mostra uma antiga empresa que vem crescendo a cada década, ela vem fazendo experiências genéticas com humanos e não humanos. Eu vou para-la custe o que custar.
- Emma, temos um problema.
Assim que Henry termina de falar os alarmes da Fortaleza começa a disparar, verificamos nossas armas rapidamente deixando- as preparadas para qualquer eventualidade. Saímos correndo em direção a área central e embora Henry estivesse já na casados trinta e cinco anos, ele tem tem a agilidade de um adolescente. Henry correu praticamente lado a lado comigo.
Henry é ágil e silencioso muito além do esperado para um humano. Por diversas vezes eu fui surpreendida com sua capacidade de superação.
Ele vai se esgueiranso ficando invisível aos olhos, ele aprende.
Quando chegamos onde estava o invasor me deparo com um homem de quase dois metros de altura, ele estava sentado no sofá, como se estivesse a minha espera. Eu já estava preparada para o ataque, coloco a minha mão discretamente em meu bolso tirando dele uma adaga oriental e antes que ela o acerte, ele se levanta e com agilidade se desvia da adaga.
Bufo enquanto Henry continua nas sombras preparado para o ataque.
- Eu vim em missão de paz, Reik me mandou aqui.
Ele me enrola desviando da minha pergunta e isso me irrita.
- Mentira, agora me diga como entrou aqui.
- Eu já disse, Reik me mandou.
Mencionar Reik não foi uma das ideias mais inteligentes, há séculos que ela se materializou no Olimpo e desde então não temos mais notícias dela, todos os membros do Tentáculo presenciou. Inclusive eu.
Lanço a adaga com fúria em sua direção passando pela sua orelha esquerda, tirando uma lasca da sua pele o fazendo sangrar.
- Você quer me contar agora como entrou ou a minha próxima adaga não irá se desviar do seu percurso.
Ele assobiou enquanto levantava a sua mão em sinal de rendição.
- Ok, Reik não mentiu quando disse que essa séria a minha recepção. Eu preciso de ajuda.
- Você tem cinco minutos para responder a minha pergunta.
- Reik abriu um portal, foi por ele que eu entrei.
Dessa vez eu lanço a adaga com gosto nele, acerto o seu ombro em cheio antes que ele pudesse se desviar. Talvez usar o invasor como alvo não seja das ideias a pior.
Ele grita e vem com a intenção de me acertar e nesse exato momento Henry sai das sombras se colocando a minha frente, olho para ele furiosa e crio um escudo de proteção a nossa volta.
Analiso o invasor e noto que está armado até os dentes, ele me encara parecendo ler os meus pensamentos e começa despejar todas as suas armas no chão, a cada movimento seu rosto se contraia de dor.
- Eu já disse eu vim em paz, não vou atacar vocês.
Olho para Henry que acena com a cabeça e desfaço o escudo, mesmo assim por precaução eu tiro mais uma adaga, mais afiada que antes.
- Reik se desmaterializou há séculos, todos presenciamos. Essa é sua última chance.
Minha adaga estava na mira do seu coração, quando a sala inteira começa a estremecer. O invasor abre um sorriso e eu arqueio a sobrancelha, Henry me encara com a confusão estampada em seu rosto.
- Drick me desculpe a demora. Emma a distância do Olimpo lhe fez muito bem, saiba que você me deu muito trabalho.
Eu reconhecia aquela voz, mas não poderia ser ela. Eu vi quando ela desapareceu há séculos atrás, o portal termina de se abrir e Reik sai de dentro dele, mas ela não era a mesma, estava diferente.
Ela parecia mais humana, mais jovem, seus cabelos antes compridos agora estão curtos na altura dos ombros e o verde de seus olhos mais intenso.
Reik definitivamente não é a mesma mulher que eu conheci no Olímpo.
Estou completamente chocada, sem reação alguma. Deixo a minha adaga cair ao chão e Henry segura os meus braços me tirando do choque.
- Como Drick disse viemos em paz.
- Como pode? Todos nós vimos você se desmaterislizar no olimpo .
- Eu precisava que todos acreditassem que eu fui, para manter a família de Drick em segurança.
- Mas porque?
- Zeus acreditava que os Lycans tinha o tesouro, então quis dizimar todos eles para ter o tesouro em suas mãos, eu os protegi mas algo mudou.
Olho nos olhos de Reik e vejo que está falando a verdade, então cedo sem baixar a minha guarda.
- A profecia tem uma segunda parte que eu escondi do Tentáculo, para a proteção dos Lycans. Ela dizia que o tesouro pertencia os Lycans e que você seria sua guardiã, de alguma forma ele soube disso.
Que ótimo mais um motivo para Zeus me odiar, eu não sabia da existência dos Lycans.
Em toda minha vida eu nunca cruzei com nenhum Lycans, eu sabia Que as visões de Reik não poderia ser alterada mas o que mudou nesse tempo?
- Eu sou o alfa do Norte.
Derick levanta e mostra uma marca da lua que está em seu ombro. A lua parecia se mover em sua pele morena.
- Dizem que quando alfa está para morrer a lua começa a minguar. É o que acontece com a minha.
- E onde eu entro nessa história?
Os olhos de Drick brilham de ansiedade o que chega a ser estranho para um cara de dois metros de altura.
- A liderança da Matilha só é passada de pai para filho e eu preciso resgatar o meu, mas Não posso sozinho.
Eu não vou me envolver em uma guerra que não é minha. Pode-se o tesouro e o filho dele, eu não posso me envolver.
- Dispenso, agora se puderem me dar licença, tenho assuntos a resolver. Já tenho problemas demais, por favor saiam por onde entraram.
Recolho minhas adagas e vou com Henry para o escritório.

A Guardiã DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora