Uma noite a ser esquecida:

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Já era noite, madrugada... O relógio marcando às 2:00 (AM), uma madrugada atípica das de mais. Alisson estava inquieto em sua cama, pensava em muitas coisas... por alguns momentos ele conseguia raciocinar e lembrava de sua familia: que tinha uma esposa, dois filhos, lembrava também de seu pai... Ah, ele ficou paralisado ! O perigo eminente de um colapso mental por causa das lembranças excessivas se tornou uma realidade... Ele chama o enfermeiro de plantão, mas nada... Ele fica sentado em sua maca, a sua cabeça começa a ficar girando como nunca, uma dor de cabeça tremenda, ele então resolve se deitar novamente e ficar olhando para o teto aguardando pra vê se ele melhora.
  
Ele fica deitado em sua maca durante uma hora mais ou menos e nada, nenhum enfermeiro aparece para ajuda-lo, logo descobrimos que o mesmo estava na sala de controle com vista para todos os quartos via câmera, dormindo, é...dormindo. Alisson então pega no sono por alguns instantes, e acorda às 5:30.

Logo ele começa a pensar na sua família, a dor volta ainda mais forte do que antes, agora já não tem mais volta. A sua cabeça começa a doer como nunca, suas vistas se escurecem. O enfermeiro agora aparece depois de Alisson grita-lo.

- Alisson ? O que você está sentindo ?

- Minha cabeça dói, dói muito...

- Ok, vou injetar esse remédio em sua veia, ele vai aliviar a dor. Pode trazer um pouco de sono, mas fique calmo.

- Por favor, Doutor.

As mãos de Alisson começam a gelar em vida, seus olhos ficam fundos, ele aperta a sua mão uma com a outra... O enfermeiro pede calma, mas ele sabe muito bem que o risco é eminente.

- Alisson ? Alisson ? Alisson ?

Grita o Enfermeiro ali presente. Mas Alisson já não responde ao chamado dele. Ele logo sai da sala aos prantos para soar o alarme de emergência que fica do lado de fora da sala. Chegam muitos Doutores e Enfermeiros pra apartar e poder ajudar, mas Alisson já está quase desacordado, o seu semblante é assustador para alguém que ainda está em vida.

Dentre os doutores que apareceram, um chamou atenção pela sua calma perante o caso, ele avaliou o caso em poucos segundos e logo tomou a frente da situação, o nome dele era Dr. Azevedo. Mesmo com pouca idade, ele chamou o caso para sí na ausência do Dr. Carlos... Todos os outros doutros com mais idade ficaram estáticos perante o acontecimento: como um Doutor com tão pouca idade pode ter tanta atitude perante um caso tão grave quanto aquele...

- Dr. Azevedo ? Como assim ?

- É isso mesmo, Dr. Joelson, levem ele até a sala de reanimação.

- Tem certeza ?

- Tenho, eu assumo a responsabilidade. Vamos !
  
Todos ali presentes apenas observaram. Os maqueiros correm para pegar a maca e levar até a sala de reanimação. Em um minuto lá estavam todos os doutores, enfermeiros e Alisson na sala de reanimação.

- Vamos começar com as seções de reanimação (choque), ele tem que voltar a vida. Enquanto o Dr. Carlos não chega, eu assumo o caso. Qualquer coisa eu assumo todos os riscos.
  
O Dr. Azevedo coloca toda a sua reputação em risco por causa de um paciente, ele sabia que se esse reanimação não fosse de acordo com o que o Dr. Carlos julga como certo, toda a sua reputação irá por água abaixo. O Dr. mesmo assim não se mostra estar abalado. Seus olhos enxutos, mas por dentro o seu coração está "molhado", não pelo medo, mas sim por Alisson, de não conseguir salva-lo. Ele realmente tinha medo de perder aquele paciente.

- Dr. Azevedo, continuamos com a seção ? Ele não está acordando.

- Aumentem a voltagem da descarga elétrica sobre Alisson. -vamos !

O enfermeiro chefe assim fez... Agora com uma voltagem triplamente maior que as primeiras, o estalo do choque que era deflagrado era notório em toda sala.

Nesse momento o Dr. Carlos entra na sala. Ao se deparar com a situação ele fica sem reação, não sabe o que faz perante aquilo. O Dr. Azevedo logo o abraça forte, e diz: eu não vou deixar ele morrer Doutor, custe o que custar. Agora a emoção já toma conta dos dois, dois doutores, um muito experiente e renomado, o outro apenas um inciante ainda, mas, os dois tinham um desejo em comum: ah, eles tinham um coração gigante, muito grande. A vontade de salvar Alisson era o que os fazia forte naquele momento.

- Dr. Carlos ? O que devemos fazer ?

Disse o chefe dos enfermeiros obedecendo a hierarquia ali. Mas, o Dr. Azevedo constatando que o Dr. Carlos não tinha condições de responder alo naquele momento logo tomou a frente do caso novamente e, ressaltou a sua vontade de salvar Alisson.

- Vamos, eu que tô no caso... Continuem as seções, não parem...

O caso de Alisson já era grave, ele já estava desacordado.

- Vamos ! Vamos ! Vamos !
  
Gritava o Dr. Azevedo em todo canto da sala.

Os outros doutores nem interviam... ficavam apenas observando o caso. Azevedo estava com o seu jaleco todo ensopado de suor e também de lágrimas, as lagrimas já molhavam todo o seu rosto naquele momento.

O coração daquele jovem Dr. falou mais alto, e ele logo veio a gritar ajoelhado ao chão: - senhor, me ajuda pois sem ti eu não sou nada !

Todos que estavam na sala se comoveram, vários médicos e enfermeiros renomados no Brasil e no exterior não conteriam as suas lágrimas. Todos foram tomados pela emoção, todos clamaram por um só Deus, e era o Deus do Dr. Azevedo. Todos diziam quando não em voz alta, mas em seus corações, eles pediam para que Deus salvasse Alisson. E como num passe de mágicas, o clamor de todos alí deu resultado. O quadro ficou estável novamente. O peito de Alisson naquele leito estava notoriamente um pouco marcado pelas várias seções de reanimação, a pele estava queimada e já toda vermelha. Mas, ele voltará a respirar. Ele ficou desacordado durante cinco minutos. Todos ficaram estáticos, pareciam não entender o que poderia ter acontecido naquele momento.

- Dr. Carlos ?

Dizia o Dr. Azevedo... Bem alto. Mas, o Dr. Carlos ainda estava sem entender, ou apenas não entendia. Ele estava meio desacordado. E ficou assim por mais alguns segundos, até que voltou a a sí.

- Oi, Dr. Azevedo. O que aconteceu ?

- Conseguimos conseguimos, Doutor. Ele voltou...

- Não acredito, de verdade. Isso é mais um milagre.

Todos na sala sabiam dos laudos, o quadro de Alisson era grave, um colapso mental "fritaria" seus neurônios por completo instantaneamente e isso o levaria a óbito na hora. Mas, o milagre de Deus novamente aconteceu.

- Ouçam com atenção todos os enfermeiros aqui presentes: quero revezamento nesta sala 24 horas por dia, alguém acompanhando o quadro de Alisson, 24 horas por dia ! Estou sendo claro ?

Dizia Dr. Azevedo, muito emocionado ainda. Mas, com muita propriedade pra tal situação.

- Ok, Doutor, assim será...

Dizia o chefe da enfermaria do hospital.

- Amanhã, se tudo correr bem, a gente desce o Alisson pra um quarto mais confortável.

Todos sabiam que Alisson estava em coma, e não sabiam quando ele poderia voltar, mas Dr. Carlos e Dr. Azevedo principalmente, temiam a Deus e clamavam para que Deus ajudasse e operasse mais um milagre ali.

  

Um mero AltruístaOnde histórias criam vida. Descubra agora