(Cake) As long as you love me

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Estamos sob pressão

Sete bilhões de pessoas no mundo

Tentando se encontrar

Mantenha-se firme

Sorriso em seu rosto

[...]

Há um milhão de motivos pelos quais amo Luke Hemmings.

Às vezes nós queremos, só por um instante, só por um segundo, que alguém consiga entender algo tão bem quanto nós mesmos entendemos. Às vezes queremos que alguém consiga sentir, compreender, ter alguma noção das coisas como elas realmente são. A verdade, entretanto, é que ninguém é capaz de entender a magnitude dos nossos próprios sentimentos e das nossas próprias histórias. Para sempre, somente eu e Luke entenderíamos tudo aquilo. Para sempre, aquela seria nossa história, inexplicável, imutável, magnífica, incompreensível para qualquer expectador ou amigo.

Uma vez um amigo muito próximo me deu um livro de aniversário. Era um livro chato, de um autor horrível, que eu me obriguei a ler em noites de insônia, e na parte posterior à capa estava escrito algo que me marcou até hoje.

"Um dia você vai encontrar uma pessoa que prefira machucar a si mesmo a machucar você.”

São palavras bonitas. Eu as guardo com carinho, pois por muito tempo eu reli cada uma dessas palavras naquela caligrafia bonita e curvilínea. Eu gosto da sensação que elas me trazem – eu as leio até hoje. Eu gosto de pronunciá-la em voz alta, como se para atraí-las até mim. A verdade é que demorou algum tempo até eu finalmente aceitar que a realidade é bem diferente da fantasia, e que palavras de amigos são reconfortantes porque precisam ser. Palavras são como abraços, que mesmo que não curem todas as nossas feridas, ajudam a anestesiá-las.

Eu demorei algum tempo até perceber que a vida não é como em um livro em que o herói sempre é bom acima de tudo. Às vezes eles precisam ser maus. Talvez por isso meu personagem literário favorito seja um anti-herói. Ele tem uma espada onde a palavra “insensatez” está gravada. Insensatez. Essa palavra faz com que eu sinta uma sensação gostosa no peito, como se toda uma vida pudesse ser descrita em uma única palavra, em 10 letras. Por muito tempo eu quis ser um herói, pois eu havia nascido envolto à histórias em quadrinhos e livros onde tudo sempre terminava com um final feliz, naquela típica lição de moral em que se você é bom, no final é recompensado. Eu demorei muito a perceber que, na verdade, a ficção é algo criado para foder com nossas vidas.

Veja bem, eu não sou uma pessoa ruim, ou pelo menos é o que eu acho. Eu sempre ajudo todos a minha volta da maneira que posso, mas isso não quer dizer que eu consigo sentir os problemas delas como se estivessem acontecendo comigo. Eu sempre quis poder fazer alguma coisa realmente grandiosa pelo mundo, algo que mudasse vidas, mas eu nunca me movi suficientemente para conseguir fazer algo magnífico. Eu sempre fui mais uma pessoa no mundo, alguém que têm sonhos demais e vontade de menos. Se eu fosse mais corajoso, teria entrado na faculdade que queria quando tive a chance, mas eu preferi a comodidade de fazer algo onde eu sabia que conseguiria ganhar o suficiente para comprar um apartamento nem tão bom, mas nem tão ruim, e ter uma vida medíocre e infeliz.

Eu não lembro como conheci Luke Hemmings. Eu tenho muitas lembranças, e elas costumam sempre passar pela minha cabeça como um filme preto e branco quando eu finalmente deito, sempre cansado demais para conseguir pensar com clareza o suficiente para impedir-me de direcionar meus pensamentos a ele. Luke sempre foi meu melhor amigo. Sempre. Não sei se ele me considera um melhor amigo, mas ele é o meu melhor amigo. Ele é a pessoa mais próxima de alguém que conhece todos os meus gostos e peculiaridades – mesmo não me conhecendo completamente, pois só nós mesmos nos conhecemos o suficiente.

(Cake) As long as you love meOnde histórias criam vida. Descubra agora