I Could Be The One

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Não que fosse algo normal se envolver com uma de suas sobreviventes. Muito menos acabar tendo sentimentos mais profundos e... puros. Contudo, Yato não sabia até onde poderia levar com aquela negação de seus próprios sentimentos. A mentira que tentava viver e respirar. Ele queria apenas continuar como estava. Longe dela e de seus sentimentos para com ela. As diversas hipóteses rodeavam sua cabeça. Dentre as mais absurdas como mudar-se para outro lugar ou as mais infantis como continuar a fugir. Se ele tivesse a coragem ou a decência de manter suas relações certamente não estaria passando por todo aquele transtorno. Porém, como conseguiria isso? Ele buscava uma forma para torná-lo mais forte. Torná-lo capaz de suportar aquela paixão.

– Pelos deuses, Yato! – o grito de Yukine fora alto o suficiente para alertar o companheiro e fazê-lo desviar a tempo de um ataque. – Concentre-se, ou nós vamos morrer, seu idiota!

Agora, despertado de seus pensamentos, o jovem encarava um enorme espírito de aparência grotesca. Era como se estivesse lutando contra uma lacraia gigantes e pútrida. Por um momento, não se lembrava do motivo de estar naquela batalha. Até que se lembrou.

Era mais um pedido. Um pedido de uma criança que tinha medo de insetos. Desse medo, um espírito se aproveitou para se alimentar e se entreter com o pobre garoto, explorando as mais diversas formas de se aproveitar de sua fraqueza.

Outros ataques foram deferidos pela criatura. Yato desviou de todos eles, afastando-se o suficiente para se recompor e analisar a situação em que se encontrava. Estava em um terreno em obras, espaçoso o suficiente para que pudesse se movimentar apesar das vigas de ferro no chão e algumas já levantadas. Seus olhos rapidamente se estreitaram, condenando a criatura. Em sua mão direita, uma espada japonesa reluzia um frágil e encantador brilho e essa luz pareceu reagir quando notou que seu dono não demonstrava intensões de acabar logo com aquela luta.

– Yato, o que você tem na cabeça? – perguntou a espada com uma voz masculina.

– Eu só me distraí um pouco... Apenas isso. – a justificativa do jovem não fora de bom tamanho para a espada, que logo revidou furioso.

– Não venha com essa. Já cansei de quantas vezes você quase nos matou nos últimos dias.

– Não exagere, Yukine. – Yato tomou uma posição ofensiva e atacou quando a criatura fez o mesmo. Houve o cruzamento de ataques. Seu resultado fora a vitória do jovem deus, que suspirou desaminado enquanto que atrás de si a criatura desaparecia em uma luz ofuscante de cor branca. – Sem tempestades em um copo d'água.

– Não exagerar?! – a arma que o rapaz segurava fora envolvida por uma forte luz e logo após esta luz se materializou em um garoto jovem com aproximados 14 anos. Seus olhos ambares transmitiam hostilidade e ódio a Yato e o alvo não se incomodou de início. – Você só pode estar brincando. Já se esqueceu de quando aquele espírito espinhoso quase te perfurou.

– Não foi tão perto assim e nem chegou a esse ponto.

– E de quando aquele outro espírito quase te devorou?

– Ele só pegou meu braço. – Yato já se sentia constrangido com tais lembranças e fatos. Sabia que o parceiro estava certo e que estava mais descuidado do que antes, mas não queria encarar essa verdade. Contudo, Yukine não pararia até que seu mestre desabafasse e lhe contasse o que tanto perturbava o mesmo.

– E quando...

– Eu já entendi, Yukine. – o rapaz suspirou desanimado, interrompendo o companheiro.

– Por que não me conta o que está acontecendo? O que tanto está te incomodando? – o mais novo perguntou preocupado. - Sou seu espírito, esqueceu? As coisas deveriam ser transparentes entre nós. Sem segredos, lembra?

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