o munda da voltas

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Ontem a noite ela me ligou (faziam 8 meses que não nos falávamos) e com a voz trêmula havia dito que o tempo lhe mostrará o seu maior erro, (desistir de nós) ainda com as palavras, ora vagas, ora atropeladas, eu percebi que havia algo que a impedia de dizer com exatidão tudo que sentia.

Aos prantos me pedia perdão do dia que não me atendeu, das minhas lágrimas que por vezes desprezou, dos meus gritos silenciosos sufocados pela indiferença que ela sustentava, tão fria quanto o mármore, minto, o mármore aos menos não machuca.

Ela dizia com alguns soluços que o tempo foi implacável, que se deu a conhecer outros caras, mas em cada olhar se lembrava do meu, a cada sorrisos recordava as nossas brincadeiras na sala de casa, e disse até que um dia chorou por causa de um vendedor de algodão doce, quando lembrou que eu atravessei uma avenida em movimento para lhe comprar um.

Mas hoje eu atravessei outra avenida, a avenida da dor. E agora é tarde para essas palavras, para as lágrimas, para os telefonemas...

Pedi encarecidamente que não me ligasse e pedi enternecidamente: "Não volte pra mim, você já não é mais a garota por quem eu me apaixonei, e se por um milagre você regressasse no tempo da moral e voltasse a ser quem era, eu já não sou o cara que um dia se apaixonou por você."


Morenaa_thaay 28/03/19

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Morenaa_thaay
28/03/19

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