O Grande Sábio

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Um silêncio ensurdecedor toma conta de mais uma manhã no Reino da Duquesa Sirene, lá, nem o vento se atreve a soprar, para não quebrar o ciclo silencioso, mas espere, ouve-se ao norte um som familiar, e parece que vem detrás das muralhas, na fronteira com o Reino do Grande Sábio, parecem até gritos de dor, para os cidadãos de Sirene, não há espanto algum nisso, já que o Reino do Grande Sábio está tomado por um caos que já perdura por décadas. Este era o mais rico, imponente e desenvolvido dos reinos, e o Sábio, era um rei feliz, e muito benevolente, na parte um pouco mais à frente do seu palácio , ostentavam se grandes portões feitos de Ônix azul, que proporcionavam que pessoas de outros reinos visitassem seus domínios, e contemplassem toda a sua glória. Visto que seu reinado fica às margens de um grande rio, o Sábio havia orquestrado e construído um enorme aqueduto, que irrigava seus antes verdes e brilhantes jardins, levava água até os moradores, e enchia sua fonte, que era sem dúvida seu maior orgulho, nessa fonte, os cidadãos sedentos por conhecimento e saber, bebiam a Acqua di conoscenza, exclusiva dessa fonte, a água passava antes pelo palácio, onde o grande Sábio lhe contava histórias e lhe ensinava, após presenciar os dons de ensino do Sábio, a água ia para as pessoas, quem bebia dessa água, tinha sua sede por conhecimento saciada, e se tornava cada vez mais sábio e inteligente, adquirindo o saber dos deuses.
É contando a história deste antes próspero reino, que introduzimos à narrativa uma figura perturbadora, o ditador que comanda todos os seres da estrada Tarda, a tal estrada que leva à Anavoje, ele é um homem pífio, que literalmente não possui coração, em uma luta pelo controle da estrada, seu coração foi arrancado, mas temendo o ditador, a morte não teve coragem de buscar seu prêmio, sendo que o ditador continua vivo até hoje. Pelo fato de não possuir coração, o sangue não flui por suas veias, lhe deixando com uma aparência pálida, por isso, todos o chamam de Ditador das Almas (pálidas). Nenhum ser da estrada Tarda era permitido de entrar no Reino do Sábio, mas tomando conhecimento de sua fonte, o Ditador das Almas organizou uma poderosa frente militar, indo contra os portões de Ônix, invadindo o reino, em busca da água da fonte. O exército resistiu fortemente, mas não se podia dizer o mesmo dos cidadãos, é cantado pelas divas de Sirene, que centenas de milhares morreram. Olhando a destruição que sua criação havia causado, o Sábio foi tomado pela dor das vítimas, fechando para sempre o aqueduto, e guardando para si todo o saber, fechou seus belos portões, e nunca mais foi visto, deixando abandonados às graças da morte seus suditos, que hoje vivem na miséria absoluta, tentando fugir desesperadamente, visando escapar do sofrimento. Nosso herói possui um belo frasco que ele mesmo construiu, para o fim de que, segundo ele próprio, um dia guardar em sua sala real,
Acqua di conoscenza, pois estão nos seus planos, invadir o palácio do Sábio, e roubar sua preciosa água do conhecimento. Esta parece uma tarefa difícil, pois corriam boatos, de que toda a água havia secado, e por desgosto, o Sábio havia morrido.

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