Capítulo Único

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Era um dia chuvoso, eu estava passando por uma rua com um guarda chuva vermelho. Do outro lado da rua, avistei um menino com uma capa de chuva amarela, ele estava brincando com um barquinho de papel. Eu achei uma graça ver ele brincando com o seu barquinho e decidi observá-lo.
De repente vi que o seu barquinho tinha caído em um bueiro não muito longe da onde eu estava. O menino ficou desesperado e começou a olhar dentro do bueiro para ver se conseguia achar o seu barquinho.
Eu fiquei com pena do menino e decidi atravessar a rua indo na direção dele.

- O que aconteceu?

- Meu barquinho caiu nesse bueiro, mas eu não consigo vê-lo.

- Hum.. Deixa eu dar uma olhada. (Abaixei e comecei a olhar para aquela escuridão. De repente avistei um vulto branco passando lá dentro. Eu fiquei um pouco assustada, mas decidi ignorar.) Olha.. Eu não consegui encontrar o seu barquinho, acho que a água o levou.

- (O garoto se levantou de cabeça baixa e ficou me encarando com um olhar triste) Moça, eu não podia ter perdido o meu barquinho, foi o meu irmão que fez pra mim, se eu voltar sem ele o meu irmão vai ficar chateado comigo.

- Eu sinto muito.. Mas acho que não tem como recuperar ele de volta.

- Hum.. Tudo bem.. Obrigado pela ajuda. (Ele caminha em direção a sua casa)

No dia seguinte, eu estava passando novamente por aquela rua e avistei o mesmo menino olhando naquele mesmo bueiro em que o seu barquinho havia caído, mas dessa vez ele parecia estar conversando com alguém. Eu achei que ele estava falando consigo mesmo, mas logo avistei o mesmo vulto branco que tinha visto no dia anterior. Achei estranho e decidi me aproximar, mas tive que esperar um carro passar antes de atravessar. Depois que o carro havia passado, avistei uma cena que já mais iria esquecer, o menino estava rastejando no chão sem um dos braços, ele chorava de dor e o seu sangue escorria pela rua. Eu corri o mais rápido possível até ele para socorrê-lo, mas quando eu estava prestes a chegar até o menino, vi uma mão saindo do bueiro e puxando aquela criança pra dentro daquela escuridão. A última coisa que eu ouvi foram os gritos de desespero do menino.
Eu fiquei realmente aterrorizada com o que tinha se passado diante dos meus olhos, eu tive que tomar uma decisão, avisar a polícia e os moradores da cidade para não deixarem os seus filhos brincarem sozinhos na rua, ou entrar nos esgotos e procurar pelo menino.

- Eu deveria avisar a polícia.. Eles saberiam como lidar com essa situação.. (Caminho por alguns segundos e paro enfrente ao bueiro) Não.. Eu deveria resolver esse problema sozinha.. Afinal de contas, fui eu que.. (Escuto uma voz vinda do bueiro)

- Você não vai conseguir me enfrentar..

- Mas o que? (Olho para o bueiro e vejo dois olhos amarelos brilhantes)

- Eu conheço a sua fraqueza.. O seu maior medo..

- Quem é você? O que você fez com aquele pobre menino?

- (Da uma risada maléfica e mostra a sua face) Acredite em mim.. Você não quer se por no meu caminho..

- (Eu me assusto e dou uns passos para trás) Você é um.. Palhaço??

- (Sorri) Eu sou Pennywise, o palhaço dançarino. E você é?

- Não interessa qual é o meu nome! Me diz o que você fez com aquela criança!

- (Para de sorrir e volta para a escuridão) Você quer o George de volta?

- (Eu estava com um pouco de medo, pois eu morria de medo de palhaços, mas continuei firme ali) Quero!

- (Ele coloca a cara na luz novamente, mas dessa vez estava com a boca mais grande, ele tinha dentes até nas bochechas, ele estava sorrindo como se soubesse o meu maior medo) Então desça aqui e o pegue de volta. Hahaha. (Ele desaparece)

O dia em que Pennywise se apaixonouWhere stories live. Discover now