Capitulo 9: Mudanças.

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Quando Guideon Grayves abriu os seus olhos logo percebeu onde estava, por uma fração de segundos ficou entre o riso e o espanto, sim estava de volta a estrada caminhando de mãos dadas com a mulher estranha.

- Olá!?

Em vez de obter resposta, havia apenas silêncio, ele olhou para traz, e em todas as crianças não havia nenhum rosto aparentemente incomum.

Ele sabia que estava em um sonho e sabia que em poucos segundos acordaria tarde para o trabalho e logo após uma correria seria demitido. No mesmo dia em que o ônibus cairia no lago Hallen matando vinte e três pessoas. Tudo estava se repetindo novamente, o que o rapaz não sabia era "O que concluir disso tudo". Apenas fechou os olhos enquanto a mulher sussurrava ao seu ouvido e logo em seguida despencava do penhasco. Um calafrio ainda mais intenso percorreu seu corpo, lhe consumindo, e dessa vez pareceu durar mais que alguns segundos. Espantou-se ao ver o solo se aproximando e se aproximando até que...Bum!!

Acordou mais uma vez assustado.

* * * * *

De um sobressalto, Guideon levanta do banco do ônibus e começa a andar até o motorista, passando por entre os passageiros na sua maioria entre Estudantes e Trabalhadores indo para mais um dia comum e agitado em suas vidas.

- Você tem que parar esse ônibus - fala em tom de confidência sendo o mais sério que consegue.

- Olá Garoto, como vão seus pais? Tudo bem?

Cumprimenta o senhor Alfred mal se importando com Seu semblante sério.

- Não estar tudo bem, não estar nada bem. Você tem que parar esse ônibus e tem que ser agora!!

- Sim, sim sua parada compreendo - fala ele ajeitando o largo bigode e já estacionando.

- Não, você não estar entendendo, esse ônibus vai cair na ponte Hallen hoje você não pode continuar dirigindo.

O senhor Alfred olha com uma cara de escárnio para o jovem - Guideon, você andou bebendo?

Mas o jovem por sua vez revirou os olhos, - NÃO, entenda, vocês estão em perigo...

- Algum problema jovem?? - Interrompe alguém aparecendo da multidão apertada.

- O problema é que este ônibus corre perigo vocês não podem continuar nele.

- Meu rapaz eu estou atrasada para um concerto este é o único problema que vejo aqui.

Guideon encarou a moça já preparado para xingar, mas fechou a boca quando viu o par de olhos verdes claros, da ruiva um pouco mais baixa que ele.

- Guideon Grayves!? É você??

Por um milésimo de segundos Guideon fico confuso em ouvir seu nome e sobrenome ser pronunciado por alguém que até então achava ser uma estranha.

- Rosele!? Não lembra de mim?? Estudamos juntos no colegial.

Claro que lembrava de Rosele, uma ruiva sardenta, que usava aparelho e vivia pegando no seu pé, e que cheirava a livro velho. Mas isso foi a oito anos atrás, e a pessoa que estava a sua frente agora, era um anjo deslumbrante com os cachos mais perfeitos que já tinha visto na vida, seu olhar era penetrante e seu sorriso luminoso, seu cheiro era como o de Frutas doces.

"Como ele havia ficado tão linda??" - Pensou ele incrédulo.

- Se for sair tem que ser agora Guideon - cortou Alfred trazendo os dois de volta a realidade.

Uma ideia surgiu a sua mente e sem tempo para pensar nos detalhes resolveu agir:

- Vem comigo! - pediu Guideon já puxando a garota pelo braço, e antes que ela pudesse responder já estavam do lado de fora do ônibus.

- Mas que diabos está fazendo garoto??

O rapaz verificou a hora no Palmtop "nove e quinze"

"Não consegui salvar todos do ônibus mas, consegui salvar pelo menos a Rosele. O que será que vem agora?"

- Vem comigo, tenho que te mostrar uma coisa - falou já sentindo meu rosto corar.

- Não posso moço tenho que estar no recital as nove e meia. - disse ela.

- Eu conheço um atalho! Você vai chegar lá logo logo. - e saiu a puxando-a pelo braço para atravessarem o sinal vermelho.

Por um momento, Guideon sentiu-se radiante, esse devia ser o objetivo, perder o emprego e salvar ao menos uma vida. Só podia ser isso.

De repente, ele sentiu um solavanco e foi arremessado por cima da banca de revistas parando do outro lado da rua.

"Como cheguei tão rápido aqui?"

Tentou levantar-se mas suas pernas não o respondiam. Ainda deitado de peito no chão, olhou para traz e veiu o corpo de Rosele estirado no asfalto. O gosto de sangue se fez presente na sua boca. Ele ficou ali parado, gemendo e esperando que tudo isto fosse só mais um de seus pesadelos. Mas aos poucos, seus olhos foram se fechando, os sussurros e gritos desesperados não cessavam.

"Alguém chame uma Ambulância!! Rápido"

              *  *   *   *    *

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