5th Cap.

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(remember when…  4th cap)

- Não resultou. – diz o primeiro.

- Eu avisei que não ia ser fácil. – responde outro.

- Teremos de tomar medidas. – continua o terceiro.

- Vocês sempre subestimam o poder das coisas simples. Amor não se assusta, não se destrói. – diz um quarto.

- Sempre sábio. – diz um deles.

- Sempre ciente. – responde ele.

(begining of the 5th cap)

Chegados a casa de Miguel sentaram-se no sofá. Sofia ainda tremia, como era possível que algo que ela havia feito a assombrasse de uma tão perigosa forma? Sentia-se assediada, sentia que a sua privacidade havia sido invadida abruptamente e nada podia fazer. Miguel, estava pálido e os seus olhos transpareciam uma alma viajada, uma alma ausente. Estava assustado, mais do que assustado por ele estava assustado pela rapariga e por nada poder fazer para a ajudar nenhum dos dois.

A noite já ia avançada, apesar do medo, a fome não passava.

- Quero um hambúrguer. – diz Sofia do nada rindo.

- Hambúrguer? – responde Miguel rindo.

- Sim, hambúrguer.

- Mas a esta hora? – pergunta ele, rindo.

- Já nem posso querer comer? A morrer que não seja de fome. - revira os olhos.

Miguel riu forçado, péssima piada em péssima altura. De seguida, olhou-a e ela parecia já mais relaxada, não quis estragar o seu sossego no momento e limitou-se a sorrir de novo. Nisto lembrou-se que tinha um amigo a trabalhar na famosa cadeia de fast food e sem dizer a Sofia levantou-se para lhe ligar.

Sofia estranhou o afastamento repentino e preocupada seguiu-o. Encontrou-o muito pálido na cozinha e de telemóvel na mão.

- Que se passa? – perguntou assustada.

Miguel não respondeu, limitou-se a apontar para a frente, trémulo. Sofia olhou para o chão da cozinha e estremeceu. No chão da cozinha estava uma possa vermelha, e ao lado estava escrito - “último aviso”.

Ambos tremeram e Sofia escondeu a cara no peito do rapaz. Subitamente a campainha toca e ambos dão um salto. Miguel dirige-se à porta ainda muito trémulo e quando espreita pelo “olho” vê um homem encapuzado vestido de preto. Ele entreabre a porta e o homem aproxima-se, num reflexo Miguel fecha a porta. Mas o vulto continua a insistir, Sofia corre ao pé do rapaz e diz-lhe:

- Vou abrir, no pior caso não fará mal a uma mulher.

Miguel puxa-a e nega-lhe o acesso à porta. Pondo-se à frente dela abre ele a porta.

- Então Miguel? – diz o encapuzado.  – Não pediste os hambúrgueres?

Era o amigo de Miguel, Sofia sentiu o seu sangue gelado voltar a circular.

Assim que Miguel se despediu do amigo Sofia dirigiu-se a ele zangada.

- O que vamos fazer? – pergunta.

- Sugiro ver um filme ou… - Sofia interrompe-o.

- Mas estás parvo? Sabes que não falo disso Miguel. – ela baixa os olhos.

- Ah – diz ele. – Eu não sei realmente. – responde ele.

- Devíamos contar a alguém?

- Contar o quê? Que recebemos mensagens de um número que não sabemos a quem pertence? Que nos manda mensagens sugestivas? E que tenho uma possa possivelmente de sangue no chão da minha cozinha? Não temos provas de nada, não estaríamos a incriminar ninguém, apenas a sugerir a possibilidade de… - disse Miguel.

- Eu sei, mas vamos fazer o que? Deixar que isto continue? – Sofia estava novamente trémula.

- Não temos opção, apenas descobrir por nós. – respondeu Miguel.

- Descobrir por nós? Isto não é o Sherlock Holmes. Sugeres fazer o quê? – disse ela irritada.

Miguel não pode evitar um sorriso face à referência da rapariga.

- Deixa-te de coisas Sofia. – acabou por dizer. – Sabes que não temos escolha.

Sofia baixou os olhos e assentiu. Ela sabia que ele tinha razão, ou descobriam sozinhos ou não descobriam de todo.

- Ainda aceito esse filme… - acabou por dizer.

- És realmente inconstante. – respondeu ele rindo, mas não deixando de se levantar para por um filme.

Sentando-se novamente no sofá, encosta-se com Sofia e finge prestar atenção no filme. Já o vira mil vezes, mas não se importava. Conversavam enquanto viam esquecendo por momentos tudo o que se passara naqueles dias.

O filme acabou e era já tarde, Sofia bocejou. Miguel tinha saído para ir à cozinha tentar limpar as manchas já entranhadas na pedra. Quando voltou ela estava encostada no sofá, mais ensonada do que ele a deixara.

- Não vais dormir aqui, tens cama. – disse ele.

- Vou dormir sim, a casa é tua, se alguém dorme na cama és tu, não eu. – respondeu relutante.

- Mas eu convidei, por isso eu é que sei.

- Não sabes, eu fico no sofá ou não fico. – disse ela insistente.

- Teimosa. – disse o rapaz.

- Não vou ficar na cama e tu no sofá, ou ficas lá ou eu não fico também.

- Que queres dizer? – perguntou ele.

- Ou ficam os dois, ou sozinha não fico. – disse ela corada, sem se perceber se por estar embaraçada ou furiosa.

- Eu não te deixo dormir no sofá… - foi tudo o que Miguel soube dizer.

- Então parece que estamos conversados. – ela sorriu.

Dirigiu-se para o quarto e Miguel deu-lhe uma camisola comprida para vestir, ela foi à casa de banho e trocou-se rápido deitando-se.

- Se eu acordar durante a noite e não estiveres, tu nunca me viste zangada.

Miguel riu.

- Pensei que dormir juntos fosse uns encontros mais tarde. – disse.

Sofia deu-lhe uma cotovelada.

- Menos, atina. – disse corada.

Miguel deitou-se então e embora cansados nenhum deles adormeceu de imediato. Sofia inclinou-se para ele e beijou-o.

- É para dormir agora? – perguntou Miguel rindo.

Sofia riu e empurrou-o.

- Tarado. – disse com um meio sorriso, virando-se de costas para ele.

Miguel deitou-se na mesma direção que ela e abraçou-a por trás, dando-lhe a mão.

- Há quem goste.

Ela sorriu para consigo.

Adormeceram. 

Destiny vs. LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora