I

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Olho para a rua, pessoas dando passos rápidos, alguns falam no telefone, conversam com seus acompanhantes e outros apenas tem a companhia de suas bolsas de couro com um broche chique. O céu está sem a companhia das nuvens, típico do inverno; ouço a porta do estabelecimento abrir, mas volto a minha visão ao meu café...

Saí do estabelecimento, e olhei para os lados a procura de um táxi. A rua estava vazia mas não pude dizer o mesmo da calçada, me afastei ficando praticamente colada na porta de vidro para não esbarrar em ninguém — Essa rua nunca esteve com tantas pessoas — sinto a porta me empurrando com força, quem foi o infeliz?

— Como você não me viu? Esta porta é de vi... — ao me virar, me deparo com uma linda mulher. Tem seus cabelos castanho escuro, ela usava um sobretudo bege claro e botas preta, suas mãos estavam ocupadas segurando seu celular e na outra um copo de café.

— Perdão, eu estava distraída e não pude lhe ver! — ela era estrangeira, sua pronúncia não era uma das melhores. — Me desculpe, você se machucou? — Ela se aproxima.

— Tudo bem, eu estou bem. Apenas preste atenção ao seu redor, certo? — falei devagarinho.

— Sim, vou prestar atenção. Adeus, e me desculpe. — ela se curva e vai embora, a cada cinco passos a mulher olhava para trás.

Alguém esbarra em mim e vejo um homem alto, ele me olha frio e continua sua caminhada com o celular colado em seu ouvido, me parece um empresário. Bufo, mal educado! Odeio pessoas mal educadas, consigo avistar um táxi...

Eu estava inquieta, o motivo? Não sei, cruzava as pernas, olhava para a janela, relaxava no banco e logo depois arrumava minha coluna, e o processo se repetia.

— Desculpe-me mas a senhorita parece ansiosa, estou certo? — o motorista se expressou. Eu queria ignorar mas eu realmente não pude, eu precisava conversar com alguém.

— Sim! Quer dizer... um pouco, o senhor acredita em amor a primeira vista? — aleatório?

— Claro que sim, mas depende de quem estamos falando. Você se apaixonou pela aparência ou pelo caráter, digo, você sente que esta pessoa é um ser bom e que lhe completa ou é alguém atraente e que você gostaria de ter por perto? — ele questiona.

— Acho que...os dois? Não sei ao certo, mas infelizmente é provável que eu nunca mais a encontrarei. — digo baixo, frustrada por não ter perguntado o nome da estrangeira.

— Eu acredito que, caso as pessoas sejam realmente feitas uma para a outra, nada pode separá-las...

— Talvez; o senhor é muito sábio... — Dou um sorriso fraco. — acha que eu deveria tentar encontrá-la novamente? Ou pode ser perda de tempo?

— Não posso me meter na sua história, se você sente que deve tentar, não hesite. Seu medo pode ser seu maior inimigo, sabia?

— Eu não tenho medo, mas não quero sofrer por alguém que...

— Isso é medo, senhorita.

— ... Ah, certo. Sinto que devo tentar, acho que vou tentar mas se não der certo a culpa será sua. — brinco.

— Ha ha, eu deixo. Até porque é provável que você nunca mais irá me ver, senhorita. — realmente.

— 2,900 wons.

— Perdão? — perdi a noção do tempo.

— chegamos, senhorita.

— Ah sim, perdoe-me. — abro minha bolsa às pressas e pesco minha carteira, retiro meu cartão. — Aqui está, muito obrigada! — pago o senhor e saio do veículo.

With love and coffee | LisooOnde histórias criam vida. Descubra agora