Capítulo 1

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— Hyung, pelo amor de tudo o que há de mais sagrado. Sai dessa cama!! – Sehun, seu irmão caçula insistia em chamar o outro que estava aproveitando o que as pessoas costumam chamar de fossa.

— Pra quê? O que há de tão maravilhoso fora do aconchego da minha cama? – O mais velho perguntou de olhos fechados tentando lutar contra a claridade que invadiu sua visão quando o caçula abriu as cortinas de supetão.

— Existe um mundo de oportunidades lá fora, hyung. – Uma gargalhada gostosa foi dada por Sehun que mudou pra um risinho malicioso com uma velocidade surpreendente. – Também existe uma infinidade de bocas que você poderia estar beijando agora.

— Garoto insolente. – Suho sentou com tudo na cama e acertou uma almofadada certeira no rosto do irmão que apesar de mais novo, era mais alto.

Logo o maior saiu correndo escandalosamente do quarto arrancando um riso sincero do menor. A verdade é que SeHun por muitas vezes é tomado como insensível e sem expressão, mas esses adjetivos não lhe faziam jus. Uma vez que o rapaz que ainda estava na faculdade era muito doce e preocupado com aqueles que ama de verdade.

Sempre largou tudo para ajudar a família e não foi diferente agora. Ele estava graduando em Sistemas de Informação e sua vida estava corrida no seu último ano de curso. Ainda assim, ele arranjou um tempo para cuidar de seu hyung que estava sofrendo a dor de um coração partido.

Aos poucos a casa em que antes o casal morava foi ganhando uma cara nova com a chegada de um novo hóspede. Em um passe de mágica, todas as lembranças de Mina tinham desaparecido, pois o rapaz sumiu com tudo que trouxesse desconforto ao menor, mas ele ainda sofria muito e já estavam chegando a marca de um mês desde o dia fatídico.

Engraçado, mas era dessa forma que ambos e todos se referiam ao dia em que Suho foi chutado e foi encontrado caído de bêbado em uma rua qualquer. Pode parecer algo normal de se fazer ao se ter o coração partido, mas não para Suho. O rapaz era um professor de história sério e correto, daqueles sem graça que nunca fizeram algo errado na vida. O que só provou a todos o quanto ele ficou abatido com o ocorrido.

Sua rotina era trabalho-casa, trabalho-casa. Era difícil demais convencê-lo a voltar a viver sua vida normal, ele não se permitia seguir em frente, mas naquele dia SeHun tinha planos para os dois e levaria seu irmão consigo nem que tivesse que amarrá-lo. Ele estava seriamente pensando a respeito.

Era sábado e ele havia programado um almoço com um amigo seu que era psicólogo. Lógico que não compartilharia esse detalhe como mais velho. SeHun não conseguia ver com normalidade o que o rapaz passava. Tudo bem sofrer, afinal foi uma vida dedicada a ela, mas daí a jogar sua vida para o alto por causa de alguém, não era saudável. SuHo dependia de MiNa mais do que ele havia imaginado e sozinho não conseguiria ajudar seu pobre irmão. Precisava de artilharia pesada e sabia onde achar.

[...]

Depois de uma discussão de quase uma hora com direito até alguns tapas e palavras feias, ambos seguiram até um restaurante chinês onde a refeição seria feita. SeHun dirigia o mais rápido que podia com o irmão emburrado do lado reclamando da velocidade. SuHo era correto demais o que estressava constantemente o motorista que seguia com o maxilar trincado, tentado a deixá-lo no meio da rua e voltar a sua vida normal. Ideia que abandonava logo, pois amava o cabeça dura e politicamente correto ao lado.

— Chegamos. – Um suspiro de alívio foi solto pelos dois que se olharam na mesma hora e riram fraco. – Seja legal com o Luhannie, ok? Ele é alguém muito especial pra mim.

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