❝ Ru.í.na (s.f.)
1. ato ou efeito de ruir; desmoronamento
2. destruição, destroços, sobras
3. restos ou destroços de um edifício degradado. ❞-Irei, agora, lhe explicar como funcionam e os tra... - a calma voz feminina foi interrompida.
-Por favor, Vossa Majestade! Eu sou o filho de Lilith. Acha mesmo que eu não sei o que cada família faz? Apenas me diga quais os sobrenomes de cada uma e vamos poupar horas de explicação. - Pediu, massageando o próprio ego ao referir-se como o herdeiro da primeira mulher.
-Não me lembro de ter perguntado quem você era. - Cuspiu as palavras em deboche - Elas não são como antigamente, Jonathan. Elas são diferentes das criaturas primordiais. Cada uma tem parte com a outra e... - Mais uma vez, a voz rouca do Morgenstern interrompeu a tentativa de alerta da Rainha Seelie.
-Eu não me importo! - Disse em tom rude, tomando de sua pequena mão a chave do grande portão de madeira, que dava entrada ao lado reservado do bosque do Reino. Calando-se, a ruiva do belo corpo esculpido pela mocidade, o acompanhou. Sua expressão facial era moldada pela serenidade. Ela sabia do que falava. As histórias gloriosas da grande destruição de seres por Lilith, contavam apenas o irreal sucesso da carnificina feita por ela, não incluindo o princípio de mutação física e adaptação das espécies para centenas de séculos posteriores, na tentativa de sobrevivência e de evitar o grande caos. A garota sabia que ao chegar em Arcadia, Jonathan procuraria pelos Seres Elementais descritos como covardes fugitivos por sua mãe, mas, no caso das ninfas, o período pós apocalíptico vivido pelas cinco famílias exigiu uma radical mudança física em seus representantes.
Ao finalmente deparar-se com o imenso portal a sua frente, o demônio sorriu vitorioso. Sem demora, inseriu a chave e destrancou-o, sentindo grande energia negativa invadir seus poros, assim como sentia ao caminhar em Edom. Seu olhar confuso denunciava seus pensamentos e frustração.
-Aqui deveria ser Arcadia! O Grande Reino Inicial! Você ment... - Essa foi a vez da doce voz feminina interromper a fúria do filho do dragão.
- Eu te disse que nada é como antes, não disse? - O sorriso nos lábios de Amara condenava a pressa do garoto. - Entre. Conheça a destruição e conte à sua mãe que seus gloriosos feitos não foram o suficiente para erradicar as Elementais. Se sua mãe é rainha de Edom, eu sou Aine de Knockaine e ninguém vai destruir minhas criaturas, minhas herdeiras e protegidas. Ela destruiu o reino de Arcadia, matou meus Seelies, meu povo! Destruiu tudo e transformou cada um dos ainda vivos em criaturas amaldiçoadas pela morte. Eu via a agonia no olhar daqueles que receberam o toque de Lilith. Eu os ouvi implorando pela morte, pois sentir a dor da terra e ouvir seu pranto era a pior condenação que poderia existir para um Seelie. Por sorte, fui avisada poucos minutos antes por meus aliados e pude esconder as herdeiras do meu sangue. Sua mãe não tem noção do que ela causaria se destruísse as Hedas. Ela mal tem noção de como guiar um coruja para conseguir o que quer! Ela destruiria toda a ordem da vida sobrenatural e poderia até mesmo extinguir os mundanos! Jonathan, pense, como seria a vida natural sem a Regência Elemental? Se entrassem em desequilíbrio, seria o fim!
O garoto ouvia atentamente. Seu olhar se fúria e desprezo se desfez ao ritmo das palavras da Soberana. Seus olhos percorriam as curvas bem marcadas do corpo de Amara, cobertas pelo vestido justo de rendas em tons pastéis. Desde seus olhos azuis até a silhueta bem esculpida de seu corpo. Cada detalhe atraia a atenção daquele que um dia já sorrira ao acordar com a ruiva nos braços. Sua relação, mesmo que apenas em busca de prazeres carnais, o satisfazia de tal forma que ele admitia sentir "falta", se é que era possível. Ele jamais a amou, mas amava tê-la nas noites frias. Jonathan se sentia ainda mais atraído por Amara quando a mulher estava fora de si. Quando mais irritada, mais selvagem ela era em suas relações. Viravam noites atrás de noites, buscando saciar os desejos um do outro.
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Brasa Infernal
FanfictionE.le.men.tais (s.m.) Espíritos da natureza que regem os quatro elementos (ar, água, terra e fogo). São compostos por descendentes diretos da linhagem da Soberana Elemental: Aine de Knockaine, a regente do Solsticio de Verão, provedora da luz e da fe...