My son

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Enquanto Betty não chegava, aproveitei para subir e tomar um banho. Confesso que me sinto estranha tomando banho aqui nessa casa, dormir naquela enorme cama foi estranho e andar por aqui nesse silêncio é pior ainda.

Será que todos os meus dias são assim? Eu fico sozinha o dia inteiro? E pior, eu sou sustentada pela Toni? Não acredito nisso, logo eu que sempre pensei em crescer e me tornar independente.

Entro no closet e escolho uma roupa simples, short, blusa de mangas curtas e calço os chinelos de cerejas que estavam perto da cama. Só podem ser meus, até porque o outro chinelo tem estampas de um desenho que eu nunca vi na vida.

Saio do quarto e desço, chego na sala e me jogo no sofá. Me sinto como uma agregada nessa casa, uma hóspede. É muito esquisito essa sensação, porque essa casa basicamente é minha. Eu moro aqui à... não faço ideia de quantos anos, mas moro aqui. É meu lar .

Meu lar. 

Mas por que para mim essa casa parece apenas uma casa desconhecida? Perder a memória é uma merda sim, eu só queria lembrar de certos momentos, mas tudo é apenas um borrão na minha mente. Batuco os dedos em minhas pernas e observo em volta, tudo muito bem decorado. A sala tem uma decoração moderna, uma televisão exageradamente grande, enormes sofás, sério, esses sofás parecem camas. Tudo muito lindo, preciso tirar um dia para conhecer minha casa.

É até engraçado pensar nisso. Vou conhecer a casa que eu moro à anos

A campainha toca, só pode ser Betty. Levanto sorridente num pulo só e corro até a porta, a abro e ...

— Puta. Merda! 

Exclamei boquiaberta ao ver aquele mulherão sorridente parada na porta me olhando. Betty! O tempo a mudou bastante, mas aquela boca, é irreconhecível assim como seus olhos e o sorriso. Seu corpo também está mudado, se antes ela tinha um corpo maravilhoso, hoje ela tem o corpo perfeito. 

— Então é verdade... - ela comenta, porém parece falar consigo mesma. Seu sorriso diminuí um pouco e seus olhos ganham um brilho triste, eu franzo o cenho e em segundos sinto meu corpo ser puxado para frente e envolvido em braços gigantes.— Que saudade.

Betty fala contra meus cabelos, o ar quente que saí de sua boca faz cócegas em meu couro cabeludo. Me encolho contra ela, suspirando alegre por tê-la ali, é bom estar com minha melhor amiga no meio de toda essa loucura. Betty  acaricia meus cabelos e beija o topo de minha cabeça, sorrio.

 — Seu abraço continua o mesmo acolhedor e quentinho de sempre. - ela parece ainda mais alta agora.

 — Claro que continua. - finalmente ela se afasta de mim, sorri e acaricia meu rosto. Fecho os olhos para aproveitar o carinho. — Mas me conta - vai entrando sem nem ao menos pedir licença e ainda me empurra para que eu saia de sua frente. Meu queixo caí, ela continua a mesma abusada de sempre. — Como foi que aconteceu essa loucura toda aí? Jughead chegou lá em casa desesperado contando tudo, que você tinha perdido a memória, que queria bater em Toni. Quase morri de tanto rir. 

Tagarela ela continua também, Betty no quesito falar sem parar conseguia superar Verônica. Por falar nela preciso ver minha irmã também, será que ela conseguiu crescer um pouquinho? 

Respiro fundo e vou até onde ela está, me sento no sofá em frente a ela e cruzo uma perna com a outra.

— Eu nem sei como essa coisa toda aconteceu. - dou uma pausa para suspirar, minha cabeça está baixa.— Eu só acordei ontem de manhã achando que ainda estava no colegial, mas na verdade eu já estou casada, com filho e uma esposa que na minha mente eu ainda odeio profundamente.

Stupid Wife - Versão ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora