Mundo Aceso

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Olá ^^, provavelmente não há ninguém por aqui ainda porque é a minha primeira vez postando nessa plataforma. Mas, bem, só queria pedir que, caso tenha alguém lendo isso aqui, me diga se ficou bom e me dê conselhos.
E me desculpem caso a estrutura do texto esteja horrível, eu escrevo pelo celular :(
Boa leitura~

Muitas vezes eu ouvia as estrelas cochicharem, e, bem, eu não entendia nada sobre a história que contavam sobre um menino perdido e uma Lua. Elas nunca me disseram sobre o que era exatamente, mas lembro-me de ter escutado algo como "isso vai fazê-lo sorrir". Cheguei até a pensar que estavam falando de mim, mas toda vez que eu questionava, elas fingiam explodir bem à minha frente.

Desde que me entendo por gente, eu vivo nesse pequeno mundo onde posso ficar sentado o dia todo sem fazer algo que seja realmente interessante, além de encarar a Lua e acompanhar com o olhar o vai e vem do pequeno corpo em cima daquela coisa que eu ainda não sabia o nome.

Sempre que o Sol ia embora, eu me preparava para sentar ali e ficar horas e mais horas encarando aquilo como se fosse a coisa mais incrível possível.

E na verdade era.

Não contem ao Sol, ele fica triste quando digo que meu momento favorito é o levantar da Lua.

Mas eu não posso evitar o sorriso que aparece em meus lábios assim que os olhos miúdos dele se encontram com os meus, só para então desviarem novamente e sua boca ficar mexendo em conversas baixas com as suas estrelas.

Eu queria tanto ouvir essas conversas...

Minhas estrelas diziam que ele havia chegado com um propósito, e eu não entendia o que queriam dizer com isso, afinal, ele estava ali apenas como eu, não? Apenas para existir. Era o que eu fazia. E eu iria suspirar e rolar pelo mundo toda vez que pensasse nele enquanto era dia, descansando o queixo ali e sentindo o tédio me corroer enquanto o Sol reclamava comigo sobre meu favoritismo com a Lua.

E então mais um dia passaria, mais uma vez eu fixaria meus olhos naquele vai e vem e, claro, mais uma vez eu ficaria calado esperando que algo acontecesse. E isso durou meses.

Bom, eu não percebi, mas minhas estrelas disseram que durou mesmo, e riram de mim quando eu tentei negar. Eu achava que estavam mentindo, mas ao pensar agora, era óbvio que muito tempo se passou e eu, como um bobo, permaneci na espera da noite chegar toda vez que amanhecia, para perder toda a coragem que um dia tentei reunir e fingir que eu estava apenas curioso, sem sequer soltar uma palavra direcionada àquele garoto.

Mas a verdade era que ele me encantava.

Suas mãozinhas permaneciam sempre agarradas às cordas ali penduradas, seus pés balançando sendo iluminados pela luz e a feição inocente e neutra sempre fazendo-o parecer perdido. Quando sua boca se mexia, era como se eu estivesse perdendo o melhor momento da minha vida simplesmente por não conseguir ouvi-lo.

Agarrei-me por um bom tempo à ideia de que aquilo era para ser, que eu deveria apenas observar e ser observado porque foi assim que começou e assim que terminaria. Quase uma ataraxia. Mas a verdade era que, bem lá no fundo, eu queria muito pular até lá e poder conversar, trocar olhares e até mesmo o silêncio, mesmo que eu não gostasse tanto assim do sossego. Mas por ele eu poderia engolir qualquer coisa, e percebi isso desde que passei a engolir o tédio e me concentrar apenas nele. Porque, querendo ou não, tudo me cativou mais rápido do que qualquer outra coisa já havia feito, e eu sentia que era isso que me mantinha vivo, que mantém até hoje o meu mundo aceso.

Foi quando finalmente nossos olhares se cruzaram e permaneceram ligados por tempo demais, e nossas mentes pareciam ter se conectado e praticamente me obrigado a dar o primeiro passo. Eu só pude ouvir as estrelas gritando quando já estava flutuando até ali, e não pude deixar de me questionar se seus gritos eram de euforia ou desespero.

Mas, por algum motivo, eu já sabia que eram de euforia.

Eu vi os olhinhos pequenos acompanharem meus movimentos até que eu estivesse sentado ao seu lado, e foi a primeira vez que pude ver seus dentes num sorriso grandioso. Tentei segurar a risada mas não consegui, ele tinha algo que me fazia querer gritar de alegria e meu coração acelerou tanto que quase caí dali.

Não foi exatamente uma surpresa quando sua voz se mostrou ainda mais doce em seu pedido calmo para que eu tomasse cuidado, mas eu realmente quis chorar ao perceber o quanto era sortudo por ele ter aparecido perto de mim. Por ele estar ali.

Eu finalmente pude perguntar o que era aquilo em que ele se apoiava e descobri ser um "balanço", bom, pelo menos era como ele chamava. Mas decidi manter o vai e vem, soava mais legal na minha opinião. Óbvio que sorri muito quando ouvi ele dizer que também gostava mais daquele apelido.

Descobri também o seu nome, o mais bonito de todos, e só sussurro isso em seus ouvidos porque tenho medo da Lua ter ciúmes e tirá-lo de mim. Me sinto a pessoa mais feliz do mundo toda vez que ele se encolhe e sorri depois de eu ter cochichado em seu ouvido o quão bonito seu nome é.

No começo, foi um pouco difícil convencê-lo a deixar o vai e vem e finalmente vir comigo até meu mundo, mas foi assim que percebemos que estava tudo bem ele ficar comigo, e que a Lua não estava nem um pouco irritada por eu ter supostamente roubado ele dela. Na verdade, as estrelas me contaram que ela e o Sol planejaram isso, então eu finalmente agradeci ao Sol e pude ouvir seu choro de felicidade.

Desde então, todas as palavras trocadas, os encontros de olhares e os sorrisos suaves que compartilhamos se tornam cada vez mais fortes. Pude encostar meus lábios nos dele e sentir como era finalmente viver de verdade.

E, bem, pude confirmar que era isso que me mantinha vivo. Que, de fato, mantém até hoje o meu mundo aceso.

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⏰ Última atualização: Apr 09, 2019 ⏰

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