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— Como que você começa os vídeos? – Jack perguntou, me olhando. Na edição, essa parte estava em preto e branco.

— Sei lá – dou de ombros. — Esse é o primeiro vídeo, lesado.

— Mal educado – revirou os olhos e cruzou os braços — Quero só ver o que a tia Mary vai dizer quando ver isso.

— Acredite, ela não pode ver isso – tenho certeza que minhas bochechas estão coradas.

— Por quê?

— Você vai ver. E aí seus bosta! – Começo, sorrindo igual um idiota. Jack bateu no meu braço e reclamou baixinho. — Desculpa. E aí gente! Tudo bem com vocês?

— Clichê.

— Faz melhor então – dessa vez, eu que cruzo os braços.

— Oi, pessoal! Se você não me conhece, sou Jack Dylan Grazer! – Ele sorri e pisca para a câmera.

— Nah.

— Você sabe que eu fiz melhor – sorriu convencido pra mim. — Continua, babaca.

— Eu sou o amor da sua vida, babaca. Não pode falar assim comigo!

— Eu vou embora. – Se levantou.

— Não! Espera! – Peguei o braço dele e o sentei de novo. O vídeo colorido começou. — E aí gente? Tudo bem com vocês? Tô gravando o primeiro vídeo desse canal! Chupem meu pau, haters! Agora vão ter que me aturar sendo youtuber também.

— Por que eu aceitei namorar com você mesmo?

— Porque você me ama. – O abraço de lado e beijo o pescoço dele. — Continuando, hoje eu trouxe o meu noivo pra estreiar o canal comigo.

— Oi.

— Hoje a gente vai gravar um eu nunca meio pesado.

— Nós vamos tirar uma foto com a cara igual àquele emoji de susto pra colocar na thumbnail pra ganhar visualização. – Ele imitou o emoji.

— E colocar no título: "Traí ele?!".

— Sim! Boa, amor. – Levanta a mão direita.

Eu toco na mão dele, mas não fiz o que deveria fazer. Em vez de fazer o comum, eu entrelaço os meus dedos com os dele.

— Eu ia fazer um high-five mas isso é muito melhor. – Ele diz, rindo, e soltamos nossas mãos.

— Fala aquilo pro povo.

— O quê? Ah. Como nós somos a geração saúde, a gente não bebe, vamos só falar as coisas mesmo. Então v-

— Vou pegar uma água. – Me levanto.

— Tomar água porque nós somos muito saudáveis.

Quando voltei, estava segurando uma garrafa d'água e dois copos.

— A produção, vulgo eu, trouxe água – me mostrei colocando a água no meu copo. — Outra coisa: eu também trouxe... banana. – mostrei a fruta.

— É porque sentimos muita fome – Jack explicou, segurando o copo — Por que será?

— Nanica, igual a sua.

— Hahahaha. – Ele riu, debochado. — Um brinde?

Assenti, e brindei o meu copo com o dele.

— Cheers. – Sorri.

— Cheers. – e bebemos um pouco da água.

— Vamos começar logo esse vídeo. – Peguei meu celular e li: — "Eu nunca traí".

𝖾𝗎 𝗇𝗎𝗇𝖼𝖺 | fackOnde histórias criam vida. Descubra agora