Era uma vez um estranho que pairava sobre a vida das pessoas.
Não era algo. Não era ninguém.
Apenas trazia algo escuro sobre si e caminhava sobre poças de sangue frio sem nunca se ver os seus pés. Desejava a aceitação eterna e poder caminhar sobre pastos esverdeados em vez de atormentar a vida das pessoas com duras aceitações de sofrimento humano.
Um dia, a sombra decidiu ver a luz.
Tinha frio e o seu manto estava molhado de lágrimas. Abriu a porta, não uma porta qualquer, mas a porta da essência humana onde se deparou com o maior sofrimento que já tinha enfrentado:
O sofrimento de não ser humano.
Ao ver a luz começou a aquecer. O sangue deixou de ser frio e o seu manto de tão sujo que se encontrava de angústia alheia revelou-se um azul clarinho da cor do céu. Então a morte na sua ingenuidade perguntou a um pobre homem que passava na rua.
"Posso ser humano? O sofrimento humano é tão bonito."