adeus

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sempre me perguntei porque a madrugada me parece tão atraente, ou porque as palavras fluem quando todo o mundo parece estar dormindo, também sempre me perguntei o porque de o milho verde ser amarelo e o porquê de tu ter partido, e todas são questões que eu nunca encontrei a resposta.

continuo pensando em formas ou variáveis que poderiam simplificar ou esclarecer e me fizessem compreender o que tudo (ou somente) isso significou; confesso, sou péssima em interpretações, mas disso tu sabe.

sabíamos que acabaria, sempre soubemos, desde o princípio. praticamente, perdemos antes mesmo de passar da linha de largada; e sabe o que mais me irrita neste contexto todo? que, nós tínhamos absolutamente tudo pra dar errado, e demos, só que: foi um errado tão certo que encaixou cada fio solto e emaranhado fazendo com que cada linha das nossas vidas se enlaçassem. e isso foi a maior filha da putisse desse mundo. 

existem diversas maneiras de se dizer adeus a uma pessoa:

dizemos adeus quando alguém morre e sabemos que nunca mais a veremos, a não ser em memórias.

dizemos adeus quando não queremos mais uma específica pessoa em nossa vida.

dizemos adeus ao passado pra dar início a um recomeço.

e dizemos adeus a todo entardecer pelo dia que chegou ao fim.

porém, o pior e mais doloroso adeus é:

quando alguém não morre, mas sabemos que nunca mais o veremos, a não ser em memórias;

quando damos adeus a alguém específico que queremos com todas as forças em nossas vidas;

quando damos adeus ao presente, porque ele não te pertence e precisa recomeçar, sozinho;

e quando dizemos adeus ao entardecer a um amor,
que chegou
ao fim.

então, o adeus, dói em todas as vezes, como se realmente fosse definitivo, e deveras pode ser, e isso destrói o nosso coração.

te dar adeus, da primeira vez me causou uma dor imensa, que não importa o quanto eu corresse rápido, me alcançava; mas eu tinha esperança de que tudo poderia mudar. eu sentia a tua falta em cada instante do meu dia e te queria, te queria muito.

o nosso segundo adeus, foi aos poucos, mais doloroso, sabe quando colocamos um band-aid e ficamos arrancando os pouquinhos por medo que doa ao invés de simplesmente arrancar? fomos nós. a cada dia descolávamos, seja na forma de agir, falar ou pensar, quando fomos ver, a ferida tava exposta e nós, machucados.

e o nosso adeus definitivo se deu ao descobrir que não importa o quão grande seja o amor, nem mesmo ele é suficiente para manter dois opostos juntos.

esse adeus, me matou.

-Luísa Souza

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