A manhã seguinte tinha sido um tanto...difícil de acreditar. Killian e Lara já estavam prontos para a creche. Bem, não que o acontecimento de ontem tenha algo a ver com isso mas eles esperavam algo, ou pelo menos era a sensação que tinha quando encontrava ambos os olhares. Estavam ansiosos.
- Certo certo, o que está acontecendo ? Porque já estão arrumados para a creche ?
- É porque hoje é o dia que a Tia Sélen vai levar toda a turma para o piquenique no Lago do parque. ( respondeu lara )
- Lara !!! ( protestou killian)
- Aaahh mas que ótimo não é mesmo ? Eu sou o pai de vocês e não me falaram nada. Porque será ?
Killian com sua sagacidade infantil, disse...
- Mas pai, o senhor está de folga hoje. Porque não vai ? o lugar é público mesmo
- Sim filho, mas essas coisas os professores devem avisar os pais com antecedência.
Ele abaixou a cabeça e olhou para Lara. A troca de olhares me revelou a possível travessura da dupla.
- Vamos crianças, sem mentiras. Agora falem.
- É que bem...
Ele puxou da mochila 2 papeis de autorização extremamente amassados e me entregou.
- Esqueceram de me entregar ou simplesmente acharam que eu não ia deixar e por isso não me deram ?
- Desculpe pai
- Desculpe papai ( disse lara)
- Tudo bem, vou preparar o lanche de vocês.
Eu compreendo a vontade deles de quererem tanto esse passeio, eu quase não tinha tempo de leva-los para se divertirem, eram só crianças e tudo o que queriam era brincar.
- Crianças, seus lanches estão prontos guardem na bolsa de vocês.
Vieram e pegaram sem falarem nada. Partiu o meu coração vê-los com aquele olhar. Estava começando a pôr na balança o que Zenos tinha me falado sobre ser um bom pai. Será mesmo ? Às vezes sinto como se tivesse que me esforçar muito mais por eles.
- Papai, tem alguém na porta ! ( disse Lara)
Então logo depois ouvi as primeiras batidas na porta. O que isso significa ? como Lara sabia que tinha alguém na porta antes de baterem ?
- Só 1 minuto.
Era Hugo meu amigo e meu supervisor do trabalho e ele não estava com uma cara muito boa, parecia... preocupado.
- Bom dia irmão. Como estão as coisas ?
- Hugo, bom dia. Estão bem, estou indo levar as crianças na escola.
- Posso te acompanhar ?
Minha observação estava correta.
- O que houve cara ? Você não está com uma cara nada boa.
- Te conto no caminho.
- Certo.
Chegamos na creche e deixei as crianças com a moça da entrada. Pude perceber uma amontoado de crianças pulando e cercando a Professora, todas animadas com o passeio. A professora se chamava Felícia Bogard, era a professora habitual dos meus filhos. Me perguntei porque era essa professora que levaria as crianças no passeio e não a Sélen como meus filhos haviam dito. Quando olhei pra eles fui atingido por mais golpe de sentimento paterno ao perceber os olhares deles para as outras crianças empolgadas com o piquenique. Voltei até a moça que ficava na entrada e peguei as crianças de volta.
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A máscara de sangue
Tiểu Thuyết ChungCalan é um jovem pai de duas crianças e um elementalista que tenta levar uma vida simples mas o destino sempre mostra suas artes. Um reencontro com um velho amigo pode mudar tudo, inclusive a segurança de seus filhos. Um antigo inimigo se levanta e...