CAPÍTULO 3

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Afonso Arantes estava limpando o balcão da pequena cafeteria quando o sino da porta é acionado com o barulho de sempre. Ele observa a moça de pele alva e cabelos negros adentrar o estabelecimento com as mãos no rosto e se sentar perto da janela.

Quando a mesma tira as mãos do rosto, Afonso pôde contemplar o rosto vermelho da menina e as lágrimas que insistiam em cair. Depois de um tempo ele percebeu que a tal moça era a filha de Helena e do maior empresário da cidade, Francisco Martins e mulher de Rodrigo Junqueira.

Todos conheciam ambos, as famílias de Francisco Martins e Rodrigo Junqueira eram as mais ricas da cidade, e as mais arrogante também. Não foi surpresa pra ninguém quando Isabela se casou com Rodrigo.

Depois de um tempo observando Isabela, Afonso não pôde negar que ela era uma jovem muito bonita, e chorando daquela jeito a fazia parecer tão indefesa. O rapaz pegou o cardápio da cafeteria e se aproximou da mesa da jovem.

— Com licença — Afonso se pronuncia e Isabela o olha enxugando as lágrimas — Está tudo bem com você? Eu estava te observando e ... — Ele tira um lenço do bolso e lhe entrega — fiquei preocupado.

Isabela encara o lenço recém colocado em suas mãos e o aperta.

— Eu estou bem, não se preocupe! — Afirma a jovem.

— Certo — Recua o rapaz — Você quer pedir alguma coisa? — Pegunta lhe oferecendo o cardápio — Um bom café resolve tudo! — Diz com humor soltando uma gargalhada.

Isabela solta um sorriso fraco e se pronuncia:

— Vou querer um capputino, apenas — Isabela sorri ao fazer o pedido, capputino sempre foi uma de suas bebidas favoritas.

— Certo — Afonso lhe lança um sorriso e vai em direção ao balcão, prepara a bebida e faz um coração na espuma do café, talvez isso a deixaria melhor — Para a senhorita, o melhor capputino da região!

— Obrigada — Isabela agradece e o rapaz volta pra trás do balcão.

Ao dar o primeiro cole, Isabela jurou ter provado um pedaço do céu. Era o melhor capputino que ela havia experimentado! Ela olha no celular, vê que já estava ficando tarde e acaba de degustar seu capputino. No final, faz um sinal para Afonso e o mesmo vai até ela.

— Quanto ficou? — Pergunta pegando a bolsa.

Afonso sorri sem graça e diz:

— Cortesia da casa — Isabela fecha a bolsa e sorri.

— Obrigada, é o melhor capputino que já tomei em toda a minha vida! — Afonso retribui o sorriso da moça e a observa deixar o local.

Do lado de fora da cafeteria, Isabela aperta o lenço que Afonso havia lhe entregando e sorri. Logo caminha até o ponto de táxi mais perto que havia ali.

— Aquela que acabou de deixar a cafeteria é Isabela Junqueira ou eu estou vendo coisas? — Pegunta Mariana, irmã de Afonso, entrando na cafeteria.

— A própria — Afirma Afonso.

— O que a riquinha veio fazer na nossa humilde cafeteira? — Pergunta Mariana com ironia.

— Tomar um café, talvez? — O rapaz devolve a ironia da irmã.

A moça revira os olhos e vai trocar de roupa pra ajudar o irmão no estabelecimento.






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