Prologo

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As asas negras do anjo estavam tão próximas que poderiam matar a figura a sua frente. 

-Como você tem certeza que deu certo?

O anjo abriu um sorriso, e tentou fazer um gesto com a mão. Mas as correntes as prendiam para baixo. Elas eram grossas e eram feitos de um metal antigo cheio de marcas. 

-Isso é mesmo necessário? - ele disso fitando as correntes que o prendiam no chão.

A figura que vestia um manto verde com runas em dourado, tirou o capuz revelando cabelos que brilhavam com a pouca luz do recinto. Ele podia não ver totalmente o rosto da pessoa a sua frente, mas sabia que estava sorrindo.

-Eu o libertarei quando tudo estiver feito. 

O sorriso do anjo desvaneceu, e um sentimento de fúria se espalhou pelo corpo. Ele deu um grito e caiu de joelhos batendo as correntes no chão. Seus ferimentos no peito ainda estavam se curando, bem devagar.

Ele olhou a lua pela pequena janela na sela. A luz da lua era a única coisa que o fazia saber a passagem de tempo.

-Eu não sou um feiticeiro. E estou cansado desse joguinho. - disse rispidamente encarando o rosto do outro.

O manto verde balançou quando se aproximou do anjo com asas negras.

-Se você quer tanto sair, por que não faz o que eu quero que faça?

Ele sentiu uma mão gelada tocando seu rosto machucado. E estremeceu. Estava tão próximo que poderia matar a figura de manto verde, mas assim nunca poderia sair daquela maldita sala.

Ele sempre achou que nunca encontraria uma figura a altura. Agora que encontrou só queria esmaga-la com seus punhos.

-Eu não consigo fazer o que você quer. Mas posso te dizer como conseguir.

-Fale mais.

As correntes apertaram mais, e os símbolos queimaram mais sua pele. Ele olhou diretamente nos olhos a sua frente. E agora perto da luz da lua ele não via apenas alguém que batia de frente com um anjo caído. Agora ele via a pessoa que traria o fim dos tempos. 

-O filho da feiticeira. 

O Filho da FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora