Capítulo 2

86 53 10
                                    

Minhas mãos tremiam e meu coração batia acelerado. Ao contrário do que os humanos desprovido de informações que nos acusam de ser um ser morto, nós somos seres completamente "sentimentais" tanto psicologicamente quanto biologicamente.
Sinceramente, se eu fosse da espécie do Homo sapiens sapiens eu provavelmente teria um infarto.

_Você... Eu... Você estava morto! -Digo trêmula

_Estava. -Diz meu avô _Esse é o ancestral no qual você irá casar.

_O que? -Pergunto incrédula _Eu me recuso! -Me nego

_O que? -Meu avô balbucia

_Eu me recuso. - Repito.

_Você não pode. -Treze se pronúncia

_E quem você pensa que é para me dizer o que posso ou não fazer? Pergunto afrontosa

_Eu sou o homem que vai lhe livrar de uma execução. - Ele diz se aproximando de mim

_Como é? -Pergunto levantando uma de minhas sobrancelhas

_Segundo a suprema corte se uma vampira puro sangue não estiver casada até os 500 anos, ela deve ser usada como barriga de aluguel. Você sabe o que isso significa? -Treze pergunta, me encarando com uma expressão seria _Significa ser estuprada quando eles quiserem e quando tiver um herdeiro, ser morta sem piedade alguma.

O soar daquelas palavras se tornaram choques elétricos em meu cérebro. Infelizmente, eu não tinha saída.

_Você acha que seu avô iria quebrar uma lei por pura mesquinhez? -Treze me pergunta e eu encaro meu avô

_Não, não acho. -Digo séria

Um silêncio amedrontador se instalou sobre o pequeno escritório, um arrepio subiu pela minha espinha e eu suspirei.

_Vá para o seu quarto e descanse, já está tarde para você voltar para a Academia. -Diz meu avô

_Mas...

_Sem "mas" Liwa! Apenas vá para o quarto, eu tenho assuntos a tratar com o Treze. -Diz meu avô rígido, interrompendo-me.

Apenas consenti e sai do escritório, segui até o quarto que antes era dos meus pais e quando estava prestes a entrar alguém segura minha mão de leve.
Eu estava tão perdida que não percebi que havia uma presença Vampiresca, olhei para baixo e encontrei Kai.
Kai era um dos filhos dos empregados, ele era um vampiro Nobre e tinha lindos olhos vermelhos sangue. Ele me encarou com as bochechas avermelhadas e sorriu mostrando suas presas, abaixei-me e baguncei seu cabelo, me levantei e entrei em meu quarto.

Sentei na cama de casal que ali continha e peguei minha destroy a pondo embaixo do travesseiro. Deitei e fechei meus olhos, tentando absorver tudo que estava á acontecer.

Acordo com o ruído de uma arma sendo destravada, abri meus olhos e me encontrei de pé em um lugar úmido e escuro. Minhas mãos seguram minha destroy na altura da cabeça do meu alvo. Há um vulto em minha frente e alguns ao meu redor, com o tempo tudo se torna nítido e os vultos ao meu redor são os cadáveres dos meus pais e dos meus dois irmãos, o vulto a minha frente é ele.

_Por quê? -Pergunto deixando duas lágrimas escaparem

×××××××××××××××××××××××××××××

Acordo ofegante, levo minha mão para debaixo do travesseiro, porém, não encontro minha destroy.
Me sento na cama e olho ao redor, logo encontro ele com minha arma em mãos.

_Então foi com essa belezinha que você me matou? - Ele pergunta

Treze Nivan, um vampiro da segunda geração Nivan. Viveu de 690.d.c. até o massacre de 1889, morreu com uma bala no peito, obra de um Hunter... Pelo menos é o que dizem.

_Devolve-me. -Digo esticando minha mão

_O que me impede de lhe matar agora? -Pergunta apontando a arma para a minha cabeça

Sinto meus tubos respiratórios se apertarem, começo a ficar ofegante.
Eu irei morrer?

_Estou brincando! Sem ressentimentos. -Ele diz me entregando a arma

_Você matou minha família. -Digo ríspida apontando a arma para sua cabeça _Eu já lhe matei uma vez, o que me impede de te matar de novo?

_O fato de que, se eu morrer você vai acabar morrendo também. E sua morte será bem pior que a minha... - Ele diz ficando sério

Abaixo a arma e olho pela janela.

_Saia daqui. -Digo firme

_Antes de me acusar de qualquer crime, saiba os detalhes. -Diz indo em direção a porta

_Eu sei bem o que eu vi. -Digo me exaltando

_Você era apenas uma criança com medo. -Diz ele, abrindo saindo

_E você um monstro sem coração. -Digo e ele fecha a porta

Suspirei e me joguei na cama, olhei o teto e apontei a arma para o mesmo.

_Por que logo ele, vovô? -Sussurro

Ponho minha arma embaixo do travesseiro e tento dormir novamente.

×××××××××××××××××××××××××××××

Acordo com a luz do sol entrando em meu quarto, segundo vários mitos, os Vampiros são drasticamente sensíveis ao sol. Claro que somos realmente sensíveis, mas não ao ponto de morrermos. É basicamente o conceito de eletrização por contato, supondo que os Raios UV é um único corpo eletrizado negativamente e eu sou outro corpo no qual é eletricamente neutro, ao entrarmos em contato eu vou acabar ficando negativamente eletrizados, claro que isso é apenas suposição já que os Raios UV e eu somos de propriedade totalmente diferente. Enfim, sofremos apenas um pequeno desconforto, mas nada que venha a matar.

Levantei de minha cama e tirei minha destroy de debaixo do travesseiro, a pus em meu quadril e fui até o banheiro, adentrei o mesmo, Escovei os dentes, fiz minhas necessidades e tomei um banho.
Saio do banheiro e procuro um uniforme da Academia Kaira, ao encontrá-lo me visto e penteio meus cabelos.

Sigo para fora de meu quarto, estava andando pelo corredor quando sinto um corpo maior se chocar com o meu ombro.

_Perdão.

Era Norman, um dos vampiros nobres que são servos do meu avô.

_Não se preocupe. -Digo sorrindo

Norman parecia muito um desenho japonês, para ser mais exata, ele parece muito com o Shiki de Vampire Knight. Seus cabelos avermelhados, sua pele Branca, seu físico magro e seus olhos cinzentos eram contrastes que marcavam sua beleza.

_O senhor Dereck a espera para o café da manhã. -Norman sorri se curvando

_Obrigada. -Falo e sorrio

Começo a andar em direção a sala de jantar, deixando Norman para trás.
Ao chegar na sala de jantar, encontro meu avô, Cain e Treze á mesa.
Me sentei ao lado se Cain e fiz um gesto de cumprimento com a cabeça.

_Desculpem-me sobre ontem. -Falo e meu avô me olha ¾Mas eu não estou de acordo.

Os três que se mantinham á mesa me encararam espantados.

_Mas...

_Não Vovô, eu felizmente não lhe pedi para trazer um de nossos antepassados e muito menos o Treze. Sei que pode ser egoísmo meu, mas eu não vou me casar com ele. Irei dar meu jeito, mas não vou me casar com o homem que matou meu pai! -Interrompo meu avô

_Ele não teve escolha Liwa. -Diz meu avô pondo sua mão sobre a minha

_Espera... -Digo franzindo o cenho _O senhor já sabia?

《Nota da autora: Hello Babys :) Espero que tenham gostado desse Cap, por favor favoritem e comentem.》

Sedento Por Sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora