A Madrasta - Vondy(Concluída)

Capítulo 2

Christopher ainda não conseguia acreditar que a mulher que mais amou na vida estava ali parada na sua frente depois de tantos anos e ainda achando que tinha algum direito de estar ali.

“Eu não irei cometer os mesmos erros que você
Eu não vou me permitir causar tanta dor ao meu coração
Eu não vou desmoronar igual você, você caiu com tanta força
Eu aprendi do jeito difícil a nunca deixar chegar nesse ponto”

Até parece que você tem algum direito - ele ri irônico - foi você que foi embora...você não tem direito de nada

Tenho sim - ela diz firme - elas são minhas filhas. Christopher durante todos esses anos eu pensei nela, pensei em vocês e me arrependi de verdade de não ter sido forte o suficiente para vencer meu vício naquela época mas hoje eu sou outra mulher, superei as drogas, sou uma ótima psicóloga e sei que posso ser uma boa mãe

Que bom que você superou as drogas, fico feliz eu juro - ele diz em tom de ironia - mas não acha que é tarde demais para estar arrependida? - ele olha no fundo dos olhos dela - e todos esses anos que elas precisaram de você? Quem estava lá era eu, eu cuidei delas doentes, eu as levei ao primeiro dia de aula, sou eu que cuido delas Dulce, eu - ele diz com rancor - você nos abandonou e não ao contrário

Eu sei - ela diz agora sem toda aquela firmeza e puxa a cadeira para se sentar - por favor Chris - ela diz com a voz baixa

Christopher se sentou também e a analisou, ela não merecia sua compaixão, ela os fez sofrer, ela destruiu sua vida.

Não dá Dulce, não dá pra simplesmente esquecer o que você fez - ele diz sincero - você não deveria ter voltado

Eu errei Christopher, errei feio e foi difícil tomar coragem pra vir, já faz tempo que eu queria fazer isso mas… - ela segura as lágrimas - eu estava com medo que você fizesse o mesmo que fez aquela vez - ela diz lembrando-se

Ela olha com ressentimento para ele e então se lembra do que havia feito anos atrás.

Flashback

Após um ano de ter ido embora, Christopher que havia se mudado para a mansão de seus pais, para que sua mãe e Anahí lhe ajudasse com as gêmeas. O mesmo estava saindo para ir trabalhar quando viu uma mulher do outro lado da rua, estava um farrapo, as roupas sujas e rasgadas, tão magra que os ossos apareciam, mas ele a reconheceu.

Dul? - ele diz ao se aproximar - não posso acreditar que é você?

Chri-Chris - ela diz - eu quero voltar pra casa...quero voltar pra você e as meninas - ela diz enrolado - eu já tô boa

Não Dulce - ela a segura pelos braços e a olha nos olhos - você tá drogada - ele diz com repulsa - você está um trapo

Eu sei...mas vou parar, prometo - ela diz com um sorriso amarelo

Não, você não vai - ele diz com raiva e a solta - vai embora, eu e as meninas não precisamos de você - ele diz tentando segurar as lágrimas

Me ajuda por favor ? - ela pede estendendo a mão

Eu tentei te ajudar várias vezes e você preferiu o que? Ir embora, agora já aprendemos a viver sem você, vá embora - ele diz tentando ser forte e lhe dá as costas

Dulce se joga no chão e deixa as lágrimas caírem, ela estava colhendo o que plantou.

Você sabia que no dia seguinte eu tive uma overdose? - ele arregala os olhos - eu quase morri Christopher, mas me salvaram e então eu decidi que iria mudar e mudei. Fui para Miami com a herança dos meus pais, estudei e hoje sou o que sou - diz orgulhosa do si mesma

Eu...eu nunca quis que você quase morresse - ele diz sincero - mas eu não podia te aceitar de volta, você podia fazer algo com as meninas ou ir embora de novo

Olha só nós dois erramos, isso não importa mais, eu só quero ter a chance de conhecer minhas filhas e delas me conhecerem e de poder recuperar o tempo perdido. Eu sei que você nunca vai me perdoar, e nem vim lhe pedir isso, eu só quero uma chance de ser uma mãe de verdade, por favor Christopher, por tudo o que é mais sagrado - ela implorou com lágrimas nos olhos

Eu realmente não posso te ajudar - ele diz sem olhá-la nos olhos

Você não é esse tipo de pessoa Chris, você é bom, de um jeito que eu nunca fui - ela diz sincera e mexe com ele

Dulce a verdade é que… - ele a olha - Luna e Bella acreditam que você está morta - ele confessa

O que? - ela diz sem entender

Eu contei a elas que a mãe delas morreu no parto e do com que todos da família e amigos concordassem com a minha história - ele suspira e Dulce fica pasma.

Você não podia ter feito isso - ela abaixa a cabeça e começa a chorar.

“Eu vi você morrer, eu ouvi você chorar
Todas as noites enquanto dormia
Eu era tão jovem, você deveria saber
Ao invés de jogar isso em mim
Você nunca pensou em mais ninguém
Você só via sua própria dor
E agora eu choro no meio da noite
Pelo mesmo maldito motivo”

Christopher pediu para sua secretária trazer um copo d'água para Dulce, mesmo que tentasse não ficar, ele ainda se preocupava por ela.

Beba a água - ele manda e ela o faz

Obrigada - ela agradece a secretária antes da moça sair e deixá-los a sós novamente

Olha eu sempre achei que você nunca fosse voltar, elas me perguntavam sobre a mãe então preferi dizer isso ao invés de dizer a verdade, achei que doeria mas a elas - ele diz - e tudo o que eu não queria ela vê-las sofrer...elas são tudo pra mim Dulce

Eu entendo, por mais que eu não ache isso certo, eu entendo - suspira - você só quis protegê-las

Exato, mas não é só isso - ele passa a mão pelos cabelos nervoso - Anahí me aconselhou que não devia mostrar fotos suas ou dizer seu nome, para não correr o risco de elas pesquisarem sobre você - Dulce fica estática - disse apenas que se chamava María e que morreu no parto e no aniversário delas de treze anos eu dei a elas um quadro da mãe mas que não é você nele

Como pode fazer isso? - ela levanta-se com raiva - você não deixou nem ao menos que elas soubessem que eu era

Entenda Dulce - ele diz calmo

Não Christopher, isso é demais pra mim - antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa ela sai em disparada da sala deixando um Christopher frustrado.

Dulce não havia mudado, continuava a mesma temperamental, que fazia o que dava na cabeça sem olhar pra trás, pena que isso foi uma das coisas que lhe fizera se apaixonar por ela no passado. Ele suspira e tenta voltar ao trabalho, mas era difícil não pensar em Dulce.

Nesse momento o homem recebe uma ligação.

Any? - ele diz ao atender

Como assim Dulce María está na sua sala? O que aquela mulher quer? - a loira diz com raiva

Quem lhe contou? - ele suspira ao ouvir os gritos histéricos

Dulce sai da empresa transtornada, toda sua ideia de conhecer as filhas, de ter uma nova oportunidade havia ido por água a baixo, ela estava morta para elas e nada podia fazer. Ela pega o primeiro táxi que passa e vai direto para o hotel, precisava ligar para sua psicóloga e sua única amiga Zoraide, ela saberia como acalmá-la.