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Não me atrevi a contar aquilo para meus pais, com certeza iriam caçuar de mim e diriam que estou ficando louco devido a todos os jogos e filmes de terror que assisto mas eu sei bem o que vi e o que senti.

As presas dele furaram meu braço causando uma dor extraordinária e como se isso não bastasse, ainda sugou meu sangue para saciar a sua sede.

Não que eu o deixasse morrer à sede, óbvio que não, mas foi um choque e tanto que levou alguns dias para passar.

Jimin é um bom garoto, aprendeu a ir ao banheiro sozinho e já sabe contar até cem, tendo em conta que apenas se passaram três semanas desde que está vivendo conosco, posso afirmar que ele aprende depressa. Eu por outro lado, tenho tido dificuldades na matéria de química e é por isso que pensei em chamar o Taehyung pra ir lá em casa me explicar.

O problema é: "Como explicar o que Jimin está lá fazendo e como fazer ele agir de maneira normal??"

Acho que não existe solução pra isso. Minha mãe está de plantão hoje então não estará em casa até a tarde do próximo dia e meu pai está tratando de um caso de assassinato em uma cidade vizinha, podendo estar fora por até quatro dias.
Sendo assim, não poderia simplesmente deixá-lo com eles.

—No que você está pensando??- Hoseok questionou me tirando de meus pensamentos.

—Nada não!- ri amarelo dando mais uma mordida na minha sandes de atum que estava ótima por sinal.

—Olha ali!- Lalisa gritou me assustando quando o Min Yoongi, um garoto antipático mas ainda assim bastante popular entrou na lanchonete da escola e se colocou na fila, provavelmente para comprar seu lanche. —Ele é tão lindo!!!!- a mais nova suspirou corando e agarrando no braço de Hoseok que gargalhou negando com a cabeça.

—O miss antipatia? -revirei os olhos. Pra mim não faz sentido as garotas ficarem loucas por um garoto assim. Por Deus! Ele sequer dirige a palavra a alguém sem ser o esquisito do Seokjin.

—Não fala assim dele, é só tímido!-  rebateu irritada. A minha vontade era de pegar na cabeça dela e de todas as "fangirls" daquele convencido e esfregar no asfalto.

—Timido, sei!- segurei a minha enorme vontade de revirar os olhos quando vi Taehyung se aproximar com a sua típica garrafa térmica em mãos.

—E aí??- falou nos cumprimentando e se sentou ao meu lado na mesa.
Estava impecável como sempre, com suas jeans apertadas e uma camisa listrada, seus cabelos perfeitamente alinhados num tom quase cinza.

—Oi, eu, você, depois das aulas, minha casa!- informei gesticulando entre nós dois lhe causando um ataque de riso.

—Como é? Nem me paga um jantar primeiro??- arqueou as sobrancelhas com um olhar malicioso.

—Preciso de ajuda em química, a prova é semana que vem!- ele concordou andes de dar alguns goles no líquido dentro da garrafa opaca num tom azul marinho.

—Tudo bem, eu te ajudo!

(...)

O tempo passou rápido e logo já estava esperando o Kim no portão que saiu correndo da sala até parar perto de mim, agarrou seus joelhos e tentou regular a respiração que se tornou descompaçada devido ao esforço.

—Não precisava vir correndo!- ri o vendo retornar a respirar. -Eu podia esperar um pouquinho.

—Não queria deixar meu melhor amigo esperando!- piscou o olho pra mim iniciando o curto caminho, já tão conhecido por ele até minha casa.

Abri a porta e lhe dei passagem percebendo então o seu semblante desconfiado. O Kim tinha o maxilar travado e algo em seu olhar me dava a sensação de que estava numa guerra interna entre entrar ou sair correndo.

À Luz Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora